Imagens foram captadas na noite de terça-feira (20). Nelas é possível ver nitidamente os anéis de Saturno, os raios lunares e as crateras. Fenômeno no qual a lua oculta o planeta Saturno em São José do Rio Preto (SP)
Jefferson Mazzoni/Arquivo pessoal
Um astrônomo amador capturou o fenômeno no qual a lua oculta o planeta Saturno. Nas imagens, registradas em São José do Rio Preto (SP), por volta das 22h30 de terça-feira (20), é possível ver nitidamente os anéis de Saturno, os raios lunares e as crateras.
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O farmacêutico Jefferson Renee Benatti Mazzoni, de 35 anos, usou um telescópio Sky-Watcher com 150 mm de abertura, uma montagem equatorial computadorizada iOptron Cem 25 P, uma câmera para astrofotografia planetária Svbony sv 305 Pro e uma lente barlow celestron 2X.
Para conseguir registrar o fenômeno, ele montou uma mesa de plástico, na qual colocou um computador, que recebeu e fez a leitura da imagem vinda diretamente do telescópio, conectado por um cabo.
Jefferson conta que decidiu preparar o ambiente na casa dele, localizada no bairro Parque Celeste, por ser uma região afastada, com poucas casas e de boa visualização do céu.
“A sensação é incrível. O sentimento é de pequenez diante da vastidão do universo. É uma experiência que nos faz refletir sobre a nossa existência e nosso lugar no Universo”, conta.
Jefferson Mazzoni fez a captura da imagem na casa dele, em São José do Rio Preto (SP)
Jefferson Mazzoni/Arquivo pessoal
Fenômeno astronômico
O fenômeno astronômico de terça-feira foi visível em grande parte do Brasil.
“É um fenômeno semelhante ao eclipse, quando um astro fica na frente de outro, ocorrendo a ocultação total ou parcial. Nesta noite, ocorreu a situação em que a lua passou na frente de Saturno, proporcionando um eclipse diferente do habitual”, detalha o físico Vagner Camarini.
Ainda segundo o especialista, estamos acostumados a ver o eclipse solar ou lunar, que chamam mais atenção pela sua intensidade, porém, neste caso, devido à distância do planeta, Saturno parece uma estrela, e a lua, como está próxima à Terra, parece ser muito maior.
“Com o auxílio de uma luneta ou telescópio, essa sensação fica mais realçada”, finaliza.
Apaixonado pelo céu
Jefferson Mazzoni fez a captura da imagem na casa dele, em São José do Rio Preto (SP)
Jefferson Mazzoni/Arquivo pessoal
O farmacêutico, recentemente aprovado no curso de medicina de uma universidade em Rio Preto, sempre foi apaixonado pelo céu. Ele comprou o primeiro equipamento em 2019.
O primeiro telescópio foi um newtoniano da marca Sky- watcher, de 130 mm de abertura, com montagem equatorial. Os outros eram equipamentos que teve antes disso eram pequenos telescópios refratores adquiridos na infância e na adolescência.
Desde então, Jefferson sempre procura renovar e adquirir câmeras mais modernas, que sejam capazes de captar situações cada vez mais raras.
“Tenho interesse pelo céu noturno e telescópios desde a infância. Sempre observei os astros a olho nu ou com equipamentos”, explica.
Outras capturas
Essa não foi a primeira vez que Jefferson fez a captura de momentos únicos por meio da astrofotografia.
Em 2019, ele registrou a Via Láctea em Nova Aliança (SP). Na imagem, é possível observar várias nebulosas na galáxia.
Para conseguir a foto com mais nitidez, ele escolheu uma área na zona rural onde o céu é mais limpo e livre da poluição ambiental.
Jefferson Mazzoni fez a captura da imagem em Nova Aliança (SP)
Jefferson Mazzoni/Arquivo pessoal
Ele utilizou uma câmera Dslr T3i modificada para astrofotografias. Essa modificação consiste na remoção do filtro da câmera (corte ir), permitindo que o espectro de cores das nebulosas seja capturado pelo sensor. Com isso, foi possível visualizar vários detalhes e nebulosas da Via Láctea.
Sensação que, para o farmacêutico, foi uma das melhores que já teve até hoje. “A sensação mais incrível que tive foi observar a olho nu e fotografar a Via Láctea”, lembra.
Em 2020, ele também conseguiu capturar a conjunção da lua com Marte. À época, o registro foi feito em São José do Rio Preto. Foi um evento astronômico relativamente raro, que ocorreu durante a ocultação do planeta.
Ele usou um telescópio Sky-Watcher de 130 mm de abertura, com montagem equatorial, e um smartphone.
Ocultação da lua em Marte registrada por astrônomo amador em São José do Rio Preto (SP)
Jefferson Mazzoni/Arquivo pessoal
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