g1 testou os dois lançamentos. Modelo da Samsung foi usado por atletas no pódio das Olimpíadas, que a marca patrocinou. Ambos têm desempenho de smartphone topo de linha. Guia de Compras: celulares dobráveis
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A nova geração de celulares dobráveis já conta com câmeras, duração de bateria e desempenho muito parecidos com os dos smartphones topo de linha.
Fazem parte dessa lista os recém-lançados Moto Razr 50 Ultra, da Motorola, e o Samsung Galaxy Z Flip6 – o aparelho que atletas usaram para fazer selfie no pódio das Olimpíadas. A fabricante era uma das patrocinadoras do evento.
São dois modelos compactos no estilo “flip phone” (que se fecha ao meio como um telefone antigo).
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Esses aparelhos contam uma tela grande do lado externo, que permite usar os recursos do celular mesmo quando fechado. Dá para responder mensagens, jogar e até tirar selfies com a câmera principal.
As medalhistas Jordan Chiles, Rebeca Andrade e Simone Biles tiram selfie no pódio de Paris com o Z Flip6
Athit Perawongmetha/Reuters
Eles são compactos, diferentes dos aparelhos maiores com telas dobráveis, que se transformam em um tablet pequeno.
E se eles se assemelham aos topo de linha em desempenho, câmeras e na bateria, isso também acontece no preço, que segue sendo alto.
Os dois modelos avaliados pelo Guia de Compras custavam na faixa de R$ 7.200 nas lojas on-line pesquisadas no meio de agosto.
Veja a seguir o resultado dos testes (design e tela externa, desempenho, bateria, recursos de inteligência artificial e câmeras), a conclusão e, ao final, como foi feita a avaliação.
Moto Razr 50 Ultra
O Moto Razr 50 Ultra repete a fórmula do modelo lançado em 2023 (veja o teste): um celular com boa configuração técnica, mas não a mais avançada da categoria. Seu processador é um pouco mais lento que o do Z Flip6.
O aparelho conta com uma câmera muito boa, uma tela externa grande com 4 polegadas e tem uma bateria que permite bastante tempo de uso longe da tomada. Na comparação por desempenho, o Razr fica atrás do concorrente da Samsung.
O Razr 50 Ultra custava R$ 7.200 nas lojas da internet em agosto. O modelo é vendido apenas na versão com 512 GB de armazenamento interno.
Galaxy Z Flip6
O Samsung Galaxy Z Flip6 tem especificações técnicas mais avançadas que as do dobrável da Motorola. Por conta disso, teve um desempenho melhor nos testes do que o modelo da concorrente.
A duração da bateria e as câmeras também são muito boas. O principal gargalo do produto é a tela externa, que não permite o uso de apps por completo, apenas atalhos para recursos rápidos.
Essa questão da limitação da tela externa não é novidade. O modelo anterior (Galaxy Z Flip5) também não permitia o uso de apps.
Em agosto, o Galaxy Z Flip6 custava R$ 7.200 em sua versão com 256 GB de armazenamento – o mesmo preço do Razr Ultra 50. O modelo com 512 GB saía na faixa dos R$ 8.100.
Design e tela externa
Fechados, os dois aparelhos são bastante parecidos. O design é o de um bloco quadrado, com bordas arredondadas no Motorola e mais retas no Samsung.
A espessura do Razr 50 Ultra é de 15,3 mm fechado, um pouco maior que a do Galaxy Z Flip6, com 14,9 mm. Com a tela aberta, o Motorola é maior que o Samsung.
Ambos aparentam um fechamento perfeito de tela, sem espaços ou vãos para entrada de sujeira ou detritos quando o telefone está em um bolso ou mochila, por exemplo.
O Razr conta com uma vantagem no acabamento: sua parte traseira, quando fechado, tem uma cobertura emborrachada, que evita que o celular escorregue na mesa.
O acabamento de vidro do Galaxy Z Flip6 é mais escorregadio.
Ao ligar a tela externa, dá para perceber as diferenças de como cada fabricante pensou o uso dessa área do aparelho.
O Razr 50 Ultra, com 4 polegadas, tem quase toda sua parte frontal ocupada.
O display começa um pouco abaixo da dobra e vai até acima das lentes das câmeras, que podem obstruir alguma informação embaixo.
Essa tela é 100% funcional e roda todos os apps instalados no telefone – mas é preciso escolher quais vão aparecer nessa área.
Tela externa do Razr 50 Ultra com menu de aplicativos
Henrique Martin/g1
Se quiser responder e-mail, mandar WhatsApp ou usar as redes sociais favoritas, não existe limitação.
Já o Galaxy Z Flip6 também conta com uma tela externa grande, com 3,4 polegadas. Porém, ela é mais baseada no uso dos apps que a Samsung permite usar “do lado de fora” do celular. São poucos, a maioria da própria Samsung.
A tela externa do Galaxy também traz os widgets, que são blocos de informação rápida.
Atalhos na tela externa do Galaxy Z Flip6
Henrique Martin/g1
Eles mostram notificações de e-mail e mensagens, entre outros, e permitem controlar a reprodução de músicas, ajustar alarmes ou gravar conversas.
Mas se quiser mandar uma mensagem no WhatsApp, por exemplo, não dá – o Z Flip6 permite apenas responder a mensagens recebidas em uma área de notificações.
Em ambos, a tela externa ajuda ainda a tirar selfies utilizando a câmera principal do aparelho, que é uma função bastante divertida.
No uso cotidiano, essa nova geração conta com uma mudança importante em comparação aos celulares dobráveis de 2023.
A praticidade de não precisar abrir o dispositivo para ver uma mensagem ou digitar um e-mail ganhou uma ajuda dos recursos de inteligência artificial que já vêm instalados nos equipamentos.
Desse modo, não é preciso usar o teclado – basta tocar no botão de IA, seguir as sugestões prontas ou usar as que forem geradas pelo aparelho.
Desempenho
Durante os testes, o desempenho de ambos foi bastante parecido, sempre com a liderança do Galaxy Z Flip6 em performance e games.
Ambos têm 12 GB de RAM, que é o esperado para celulares nessa faixa de preço.
Quanto mais memória RAM, melhor será o desempenho do smartphone. Não confundir com o armazenamento interno do aparelho, que guarda o sistema operacional, aplicativos e dados do dono do telefone.
A diferença de desempenho se dá no processador – o da Samsung (Snapdragon 8 Gen3) é mais poderoso que o da Motorola (Snapdragon 8S Gen3).
De qualquer forma, nenhum dos dois travou ou apresentou lentidão durante o uso.
As fabricantes citam que os aparelhos têm desempenho comparável a modelos topo de linha que não dobram das marcas.
Os testes comprovaram isso: comparado ao Galaxy S24 (veja o teste), o Z Flip6 foi um pouco mais veloz em performance e games.
Já o Razr 50 Ultra, ao lado do Moto Edge 50 Ultra (veja o teste), ganhou em desempenho, mas ficou um pouco atrás em games.
Bateria
A capacidade da bateria dos dobráveis era, até o ano passado, um ponto de atenção na comparação com celulares normais, por conta de uma capacidade menor.
Os smartphones dobráveis do teste – como ocorreu no desempenho – já têm baterias comparáveis às dos topo de linha.
Ambos contam com capacidade de 4.000 mAH (mAH é a unidade de medida de carga energética), a mesma de um Galaxy S24 ou um pouco menor que um Moto Edge 50 Ultra.
Nos testes, a diferença entre Galaxy e Razr foi mínima: 12h05 de duração estimada para o Motorola e 12h14 para o Samsung.
Isso não significa que o aparelho vá ficar 12 horas longe da tomada, mas dá uma estimativa de uso dos celulares.
Câmeras
A lista de melhoria dos celulares dobráveis inclui câmeras aprimoradas na comparação com as gerações anteriores.
A resolução da câmera principal está maior – subiu de 12 megapixels nos aparelhos de 2023 para 50 megapixels no Motorola e no Samsung.
Os modelos novos também passaram a contar com zoom óptico integrado e com mais melhorias nas imagens usando inteligência artificial.
O fato de ter um formato que o produto pode ficar “sentado” em uma superfície, sem precisar de um tripé, ajuda muito na hora de tirar fotos em grupo e fazer vídeos.
Os resultados são bastante parecidos e seguem um padrão de cores já visto em outros testes com celulares da Samsung e da Motorola. O primeiro fica mais “quente” e alaranjado, o segundo mais azulado e “frio”.
À noite, as fotos também são muito boas, como mostram as imagens abaixo.
Os celulares têm duas lentes na traseira. O Razr 50 Ultra conta com o sensor principal e uma câmera zoom (que aproxima até 4x no óptico e 30x no digital), também com 50 mp de resolução.
O Z Flip6 vem com uma grande angular de 12 megapixels para complementar os 50 mp da câmera principal. Aqui, o zoom é digital e pode chegar a 10x.
Ter um dobrável significa tirar selfies de dois modos: usando a tela externa como visor para a câmera principal ou usando a câmera interna, como em qualquer telefone convencional.
Aí as selfies podem ter 50 megapixels de resolução – que é a da câmera principal. Ou 32 megapixels, no Moto Razr 50 Ultra, e 10 mp, no Galaxy Z Flip6, com a câmera em cima da tela interna.
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Recursos de IA
Os recursos de inteligência artificial lançados com a família Galaxy S24 (veja o teste e como funciona a IA), em janeiro, ganharam atualizações para as telas dobráveis.
As funcionalidades de IA ajudam a transcrever reuniões de forma automática no aplicativo Notas, assim como resumir o conteúdo de sites e editar fotos.
A Motorola não tem um sistema de inteligência artificial (IA) similar ao desenvolvido pela Samsung, mas utiliza o Gemini, do Google, para ajudar em busca de informações e reduzir a necessidade de digitar.
Basta ativar o ícone do recurso e falar ou digitar para pedir algo para a IA.
O aparelho conta ainda com funcionalidades de IA na câmera e na personalização, criando fundos de tela que combinam com a roupa ou paisagem, apenas tirando uma foto.
A Motorola promete uma atualização em breve que irá fazer com que a IA interaja com maior contexto com as informações pessoais do dono do telefone – oferecendo respostas personalizadas no WhatsApp, por exemplo.
Para que serve um celular dobrável?
Conclusão
QUAL ESCOLHER? Levando em consideração o desempenho, o dobrável da Samsung é mais poderoso que o da Motorola. E tem mais recursos de inteligência artificial prontos para usar.
Levando em conta o uso cotidiano, o Razr 50 Ultra repete seu “irmão” Razr 40 Ultra: ele tem a grande vantagem de permitir usar qualquer aplicativo instalado no celular.
O Galaxy Z Flip6 é mais limitado nesse sentido e parece que a fabricante reduziu os apps com acesso à tela de fora nesse novo aparelho.
As câmeras dos dois são bastante parecidas, ambos rodam o Android mais recente (14) e seus preços são similares – na faixa dos R$ 7.200.
A escolha do consumidor deve ser feita avaliando o design e as funcionalidades de cada modelo.
Na avaliação do Guia de Compras, o Razr 50 Ultra é uma opção melhor por conta da tela externa. E o Galaxy Z Flip6, por causa do desempenho.
Como foram feitos os testes
Motorola e Samsung são as únicas fabricantes que vendem celulares dobráveis no Brasil. Os aparelhos foram emprestados pelas marcas e serão devolvidos.
Para os testes de desempenho, foram utilizados três aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories, e o GeekBench 6, da Primate Labs. Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.
Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e MacOS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.
Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark. Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino.
A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou por horas até chegar ao final da carga. Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.
O resultado é uma estimativa de quanto aquela bateria pode durar longe da tomada. Na prática o número da vida real pode ser distinto, já que não usamos o telefone da forma intensiva o tempo todo.
Para os testes de câmera, foram feitas fotos dentro de casa e na rua (quando possível), com várias mudanças de iluminação em cenários similares para poder comparar as imagens.
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