16 de novembro de 2024

Justiça condena mandantes do feminicídio de comissária de bordo dentro de casa no Grande Recife enquanto amamentava filha

Homem que comandou assassinato de Dinorah Cristina Barbosa da Silva recebeu pena de 29 anos e 2 meses. Sogra do pai da bebê, que tinha outro relacionamento, foi condenada a 49 anos e seis meses de prisão. Julgamento aconteceu na quinta-feira (23), no Fórum de Paulista, no Grande Recife
Reprodução/Google Maps
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) condenou dois envolvidos no assassinato da comissária de bordo Dinorah Cristina Barbosa da Silva em casa enquanto amamentava a filha de 8 meses. O crime foi planejado pelo pai da criança, Mayk Fernandes dos Santos, um copiloto que se envolvia com Dinorah escondido da namorada, e pela sogra dele, pois ambos não aceitavam a gravidez da vítima.
Maria Aparecida Brandão Batista, a sogra de Mayk, foi condenada a 49 anos e seis meses de prisão, e Douglas Dias Pereira, que comandou a execução do crime, recebeu a pena de 29 anos e 2 meses. Na sentença, assinada pelo juiz Thiago Cintra, os dois foram condenados por feminicídio qualificado por motivo torpe, por meio cruel.
✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE
O julgamento do crime ocorrido em outubro de 2019 aconteceu na quinta-feira (22), na 1ª Vara Criminal de Paulista, no Grande Recife. Como os dois condenados estão presos em São Paulo, a sessão foi realizada por videoconferência.
De acordo com o TJPE, outros três réus vão passar por julgamento, no dia 29 de agosto. São eles:
Mayk Fernandes dos Santos: pai do filho de Dinorah e um dos mandantes do crime;
Haroldo Lopes Morais: genro de Maria Aparecida e acusado de ter ajudado no planejamento do crime;
Diego Henrique Felippe: também acusado de ajudar no planejamento.
Relembre o caso
O crime aconteceu em 24 de outubro de 2019, no bairro de Maranguape II, em Paulista, no Grande Recife;
Dinorah Cristina Barbosa da Silva, de 35 anos, estava dentro do quarto deitada amamentando a filha quando dois homens encapuzados invadiram a casa e atiraram contra ela;
A bebê não foi atingida, nem a mãe de Dinorah, que também estava na casa;
De acordo com o inquérito policial, os envolvidos faziam campana nas proximidades da casa de Dinorah, para encontrar o momento exato para matá-la;
O crime aconteceu poucos dias após uma tentativa de homicídio sofrida por Dinorah, também dentro de casa e planejada por Mayk e Maria Aparecida, segundo a Justiça;
Dinorah e Mayk se conheceram no trabalho em 2018 e se relacionaram;
A comissária descobriu a gravidez em setembro de 2018
Ao contar a Mayk, ele pediu para que ela abortasse e a levou a uma clínica de Campinas, em São Paulo, onde ele morava, para realizar o procedimento, mas Dinorah não quis;
Durante as investigações, foi descoberto que a motivação do crime foi o fato de Dinorah ter dado continuidade à gravidez;
Junto com a sogra, Mayk veio até Pernambuco para contratar os homens para assassinar Dinorah.
Presos em operação
Todos foram presos em 2020 na Operação Caixa Preta, da Polícia Civil;
A polícia constatou que os criminosos faziam parte de uma quadrilha interestadual, e um dos crimes foi o assassinato de Dinorah;
Na época, foram cumpridos 11 mandados de prisão e sete de busca e apreensão em municípios de São Paulo e Pernambuco;
Na região, o cumprimento dos mandados aconteceu em Campinas, Indaiatuba (SP) e Hortolândia (SP);
Houve também diligências na cidade de Castilho (SP), além de Paulista, onde o crime aconteceu, e Olinda, no Grande Recife.
VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias

Mais Notícias