Aeronave teria decolado no sábado (17), mas apresentou problemas e precisou retornar a Manaus, sendo rebocada da pista apenas quatro dias após passar por inspeção. Em 2023, funcionários da Petrobras já haviam denunciado problemas de segurança nas aeronaves da companhia aérea. Avião da Voepass Linhas Aéreas.
Taiuri Reis/TV Subaé
A aeronave da Voepass que faz voos para a Província Petrolífera de Urucu, localizada no interior do Amazonas, voltou a apresentar problemas, no último sábado (17). A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo (Sindipetro) Pará/Amazonas/Maranhão/Amapá, na quinta-feira (22).
O g1 teve acesso a documentos que mostram, que em 2023, funcionários da província já haviam denunciado problemas de segurança nas aeronaves da companhia aérea. Esta é a mesma empresa do avião que caiu em Vinhedo, em São Paulo, que resultou na morte de 62 pessoas neste mês.
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Em nota, o Sindipetro informou que se reuniu com representantes da Petrobras e da Voepass na segunda-feira (12) e na terça-feira (13), poucos dias após a tragédia no interior paulista. Durante o encontro, a companhia aérea teria afirmado que a aeronave que atende ao contrato de transporte aéreo à Província de Urucu, no município de Coari, foi submetida a uma inspeção rigorosa por parte da equipe de Competência Técnica em Aviação (LOEP/LOFF/SCA/CTA), estando apta a retomar os voos no próprio dia 13 de agosto.
Entretanto, após quatro dias de atividade, no sábado (17), a aeronave apresentou problemas na bomba do sistema hidráulico.
Ainda conforme o Sindipetro, na ocasião, a aeronave chegou a decolar, mas teve que retornar e ser rebocada por um trator até o hangar para manutenção.
Os petroleiros informaram que uma nova reunião com a Petrobras para tratar a questão foi realizada na última segunda-feira (19). Na ocasião, a gerência de Transporte do Suporte Operacional (SOP) afirmou que o problema foi resultado de falhas após a inspeção.
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Por meio de um comunicado, a Gerência de Transportes da Unidade de Negócios do Amazonas (UN-AM), informou, na segunda-feira (19), que o avião usado ainda estava em manutenção.
Agora, o Sindipetro solicita a disponibilização de um avião reserva para fazer o transporte aéreo de petroleiros até a Província de Urucu. Além disso, a entidade pede a rescisão imediata do contrato com a Voepass.
“A companhia aérea não demonstrou ter condições operacionais de atuar no transporte aéreo para Urucu, além dos seus notórios problemas na aviação comercial”
Por meio de nota, a Voepass informou que segue todos os protocolos de segurança e que os aviões não decolam sem estar em conformidade com que estipula a regulamentação. A companhia aérea também ressaltou que, para a operação que atende a Petrobras, uma auditoria adicional é contratada. Confira a nota abaixo:
A VOEPASS atua em um setor altamente regulado, com exigências rigorosas que garantem a segurança das operações das companhias aéreas. Seguimos absolutamente todos os protocolos, que atestam a conformidade de nossos procedimentos e equipamentos em relação aos padrões mais elevados da aviação internacional, como a certificação IOSA, um requisito de excelência operacional emitido para os membros da IATA. Em hipótese nenhuma nossos aviões decolam sem estar em estrita conformidade com o que estipula a regulamentação e, ainda, para a nossa operação que atende a Petrobrás uma auditoria adicional é contratada pela empresa para a realização de inspeções físicas e documentais.
Ao g1, a Petrobras informou que adota medidas para garantir a segurança dos voos e que prioriza a inspeção preventiva na aeronave que realiza o trajeto. A empresa também ressaltou que segue dialogando com o sindicato dos petroleiros e avaliando alternativas às solicitações dos trabalhadores. Confira a nota abaixo:
Diante das preocupações levantadas pelo Sindipetro sobre as falhas operacionais da aeronave que realiza o transporte de colaboradores para a Província Petrolífera de Urucu, a Petrobras informa que adota medidas para garantir a segurança dos voos. A companhia prioriza a realização de inspeções preventivas e vistorias regulares, conduzidas pela equipe de Segurança e Competência em Aviação (SCV). Essas ações visam não apenas identificar e corrigir problemas operacionais, mas também assegurar que todos os procedimentos de voo sejam realizados com o máximo de segurança.
Quanto às auditorias de segurança realizadas na aeronave, a companhia tem implementado um rigoroso processo de monitoramento, que inclui Auditorias de Conformidade Contratual (ACCs) mensais. Essas auditorias são fundamentais para assegurar que todos os padrões de segurança sejam cumpridos. A companhia está comprometida em reforçar esse processo, buscando constantemente melhorias e inovações que possam prevenir incidentes.
Em resposta às reivindicações do Sindipetro sobre a rescisão imediata do contrato com a prestadora de serviços de transporte aéreo, a companhia está em constante diálogo com os representantes sindicais e analisando a viabilidade de alternativas que possam garantir a segurança e a eficiência do transporte aéreo. A Petrobras entende a importância de um transporte seguro e confiável para seus colaboradores e a avaliação da gestão contratual faz parte da rotina e do acompanhamento junto a empresa contratada.
Petroleiros relataram problemas em aeronaves da Voepass durante viagens no AM em 2023