Polícia Civil abriu inquérito e ouviu os envolvidos. Suspeita é de extorsão, injúria e crime de usura, que é a cobrança indevida e abusiva. Policial Militar e esposa suspeitos de agressão são investigados em Jaguariúna
A Polícia Civil investiga o policial militar Silas Jose da Silva e a esposa dele, Renata da Silva Basílio, por suspeita de agressão a uma mulher em Jaguariúna (SP) na quinta-feira (15). Um vídeo (veja acima) registrou o momento em que a vítima foi enforcada pela mulher do agente de segurança e levou tapas e chutes.
O casal é investigado por lesão corporal, extorsão, injúria e possível crime de usura, que é a cobrança de taxas abusivas por meio de coerção.
Renata Basília, que é empresária, afirmou que a mulher agredida não é inocente, mas admite ter errado ao atacá-la. Renata afirmou, ainda, que vai apresentar na delegacia provas de que a mulher estava roubando uma das lojas dela.
O policial militar, que é do 8º Batalhão de Campinas, não retornou os contatos da EPTV. Segundo Renata, o marido está afastado das funções policiais há 120 dias para acompanhá-la em tratamentos psicológicos.
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O inquérito foi aberto na segunda-feira (19), depois que a polícia teve acesso às imagens e conseguiu identificar as vítimas.
As imagens são da câmera de segurança de uma loja que mostram outra cena de violência. Nesse outro caso, a vítima é um homem que não fez boletim de ocorrência (BO) pois, segundo a polícia, estaria com medo de ser atacado.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Erivan Vera Cruz, o PM e a esposa prestaram depoimento e o caso foi reportado à Corregedoria da Polícia Militar.
O Ministério Público (MP) informou que também investiga o caso, mas que a apuração está em segredo de justiça.
Policial Militar e esposa suspeitos de agressão são investigados em Jaguariúna
Reprodução/EPTV
Mulher agredida
Segundo o BO, a mulher vítima da agressão estava em um parquinho próximo à residência com o filho, 5 anos, quando o casal apareceu.
Sem falar nada, a mulher agrediu a vítima por 30 minutos, enquanto o policial militar segurava o filho.
Ainda conforme o boletim, o motivo da agressão seria que ela adquiriu roupas e alimentos, mas atrasou o pagamento e o casal passou a cobrar valores maiores, como se fossem juros.
A vítima foi obrigada a fazer um pix no momento da agressão e, enquanto recebia xingamentos, a agressora falou que não adiantaria procurar a delegacia porque o marido era da polícia.
A vítima relatou que tanto ela e quanto o filho ficaram feridos. Segundo ela, filho é autista e desde a agressão está traumatizado e parou de ir para a escola.
“No dia meu filho nem dormiu, na verdade, na madrugada, chorou. Aconteceu que, na forma de apertar ele acabou machucando um pouco”, disse.
Policial Militar e esposa suspeitos de agressão são investigados em Jaguariúna
Reprodução/EPTV
Outro caso de violência
O outro caso foi registrado por uma câmera de segurança no dia 17 de junho. A polícia tentou contato com esse funcionário, mas não conseguiu encontrá-lo. Segundo a corporação, o rapaz estaria escondido e com medo de sofrer mais violência.
As imagens mostram quando o policial militar e a esposa desceram do carro e começaram a conversar com um funcionário do local. Na sequência, o PM deu um golpe na cabeça do rapaz, derrubou ele na calçada e continuou as agressões com socos e chutes no corpo e na cabeça dele.
Por fim, o agressor deu vários tapas no rosto, no estômago e nas costas da vítima, que continuou tentando se proteger no chão.
À EPTV, afiliada da TV Globo, a esposa do PM afirmou que o homem agredido devia a ela há mais de dois anos e que foi cobrá-lo. A empresária admite que foi um erro ter agredido a vítima e informou que defende a investigação aberta pela Polícia Civil.
PM e esposa são investigados por agressão contra moradores de Jaguariúna
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