16 de novembro de 2024

Robert F. Kennedy Jr., candidato independente à Casa Branca, suspende campanha e anuncia apoio a Donald Trump

O apoio de Kennedy Jr, sobrinho do ex-presidente democrata John F. Kennedy, poderia ser determinante no resultado da corrida eleitoral dos EUA, no cenário de empate técnico entre Kamala Harris e Donald Trump: segundo pesquisas de intenção de voto, Kennedy Jr. teria o voto de 4% dos eleitores americanos. Robert F. Kennedy Jr. durante anúncio de sua pré-candidatura à presidência dos EUA, em 19 de abril de 2023
Brian Snyder/Reuters
O candidato independente à presidência dos EUA Robert F. Kennedy Jr. suspendeu sua campanha e anunciou apoio ao ex-presidente e candidato republicano Donald Trump.
A agência de notícias Associated Press havia adiantado a informação do apoio ao republicano com base em um documento da Justiça de Pensilvânia em que Kennedy Jr. requisitou a retirada de seu nome da cédula no estado.
O agora ex-candidato independente Kennedy Jr., que já foi do Partido Democrata, é sobrinho do ex-presidente dos EUA John Kennedy, que era democrata.
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A imprensa norte-americana já especulava que o agora ex-candidato planejava apoiar Donald Trump, e esse apoio estava previsto para ser oficializado durante um comício de Trump ainda nesta sexta.
Era esperado que Kennedy Jr. oficializasse sua desistência em um discurso à nação na tarde desta sexta-feira (23). No entanto, ele deixou claro que não está encerrando sua campanha, “apenas a suspendendo”.
“Quero que todo mundo saiba que não estou encerrando minha campanha, mas a suspendendo. (…) Então, é com um senso de vitória que estou suspendendo minha campanha. Conseguimos um milhão de assinaturas para concorrer e mudamos o debate nacional para sempre. Meu nome permanecerá na cédula na maioria dos estados e você pode votar em mim”, disse Kennedy Jr.
Um apoio de Robert F. Kennedy Jr. poderia ser determinante no resultado da corrida eleitoral americana: segundo pesquisas de intenção de voto, Kamala Harris e Donald Trump travam uma disputa acirrada, e a maioria delas mostra um empate técnico. Kennedy teria o voto de 4% dos eleitores, segundo pesquisa da Ipsos realizada neste mês.
Em seu discurso, Kennedy Jr. disse que está apoiando Trump pelas seguintes razões: o discurso livre, a guerra na Ucrânia e a “guerra pelas nossas crianças”. Após o anúncio de Kennedy Jr., Trump agradeceu o apoio durante comício em Las Vegas.
Kennedy Jr. nunca liderou as pesquisas e já não tinha boas chances de ser eleito. Sua campanha mirava prejudicar os esforços dos candidatos democrata e republicano, mas seu apoio com o eleitorado americano foi decaindo durante o tempo –chegou a ser de 10%, segundo pesquisas de intenção de voto.
Kennedy Jr. também reclamou sobre ter tido pouco espaço pelas emissoras americanas para entrevistas e participar de debates durante sua campanha. Como protesto, ele chegou a debater sozinho em uma transmissão própria ao mesmo tempo em que Joe Biden e Donald Trump realizavam um debate na rede “CNN”, no final de junho.
A campanha de Kennedy Jr. também estava com dificuldades de inserir seu nome na cédula de alguns estados dos EUA. Ainda em agosto, um juiz de Nova York decidiu que o candidato independente não poderia aparecer na cédula eleitoral do estado, devido a um endereço falso listado em suas petições de nomeação. Kennedy apelou, mas enfrentou desafios semelhantes em várias partes do país.
Sua candidata a vice, Nicole Shanahan, já havia adiantado que Kennedy Jr. estava considerando encerrar sua campanha para se unir a Trump, candidato republicano à presidência, durante entrevista a um podcast.
Segundo a vice de Kennedy, a campanha do candidato independente estaria tirando mais votos de Trump do que de Kamala Harris, candidata democrata. Ela também havia dito que o dinheiro da campanha do candidato independente está acabando –Nicole Shanahan é uma investidora do Vale do Silício e investiu mais de US$ 10 milhões (cerca de R$ 54,9 mi).
Horas após as declarações de Nicole Shanahan, Trump afirmou que consideraria dar a Kennedy Jr. um cargo em seu governo, caso o candidato independente abandonasse a corrida presidencial e o apoiasse.
Kennedy Jr. é filho de Robert Kennedy, que foi senador dos EUA e foi assassinado durante sua campanha à presidência, em 1968. Ele também é sobrinho de John F. Kennedy, assassinado em 1963, quando era presidente.
Robert Kennedy Jr. foi um advogado ambientalista, mas com o passar dos anos ele virou um ativista contra vacinação. Muitos membros da família Kennedy romperam os laços com o candidato por suas campanhas antivacina.
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