Corpo de Bombeiros acredita que fogo tenha sido provocado intencionalmente na Galheta. Polícia Civil investiga autoria. Posto guarda-vidas em praia de Florianópolis pega fogo; VÍDEO
O posto guarda-vidas na Praia da Galheta, em Florianópolis, foi destruído pelo fogo na noite de domingo (17). A suspeita dos bombeiros militares é de incêndio criminoso. A Polícia Civil investiga (veja o vídeo acima).
Conhecido internacionalmente pelo movimento naturista, embora sem permissão legal para prática de nudismo, o local tem mar aberto e com forte ondulação. O balneário também está na lista da Federação Brasileira de Naturismo (FBrN) de espaços oficias onde é permitido a nudez.
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Segundo o tenente Franco Bressan, que atua na área, o posto de guarda-vidas já havia sido alvo de vandalismo e invasões nos últimos anos. No último domingo, porém, as chamas consumiram completamente a construção, feita de madeira.
Dentro do posto, que abrigava materiais de salvamento de banhistas, como cilindros de oxigênio, boias de resgate e bandeiras de sinalização de perigo no mar, tudo foi perdido. Não há previsão de quando a estrutura será reconstruída.
“Sem estrutura, a praia permanecerá com o serviço de salvamento prejudicado”, informou o Corpo de Bombeiros Militar (CBMSC) em nota.
Posto guarda-vidas em praia de Florianópolis pega fogo; suspeita é incêndio criminoso
CBMSC/Divulgação
Procurada pelo g1 SC, a delegada Michele Rebelo afirmou que a investigação sobre a autoria do incêndio será apurada pela 10º delegacia da Capital, localizada na Lagoa da Conceição.
Em nota, a Associação Amigos da Galheta disse que especula-se que um pequeno fogão com botijão tenha explodido. A associação também lamentou a perda do posto que era reivindicado por décadas no local.
Entenda, abaixo, a discussão sobre a praia envolvendo o naturismo:
📜 Discussão sobre a lei
Conheça a Galheta, praia famosa pela prática do nudismo em Florianópolis
Criado pela Lei Nº 3.455 de 1990, o Parque da Galheta não previa inicialmente o naturismo na praia. A permissão legal veio em 1997, com o texto de Nº 195.
Em uma nova atualização, a Câmara de Vereadores aprovou a Lei n. 10.100, de 2016 e mudou a categoria da Unidade de Conservação da Galheta, passando a ser denominada Monumento Natural Municipal da Galheta.
Praia da Galheta, em Florianópolis
Guilherme/Arquivo Pessoal
🚫 Além de estabelecer regras proibindo o churrasco, fogueiras, animais e outras ações humanas na praia, legislação revogou a autorização da prática de naturismo no local – ao menos pelo entendimento da diretoria legislativa e da prefeitura.
Em dezembro de 2023, a Diretoria da Câmara de Vereadores afirmou ao g1 SC entender que “diante da revogação da Lei CMF n. 195, de 1997, até a presente data, por meio de legislação municipal, a prática de naturismo e/ou nudismo não é mais permitida na área do parque da Galheta”.
Anselmo Machado, advogado da associação de naturistas Amigos da Galheta (Agal), diverge do entendimento e disse que a lei de 2016 não deixa claro que o naturismo na praia está proibido. O defensor cita, por exemplo, o artigo 8 da lei, que proíbe diversas atividades no local, mas não cita a prática do naturismo.
Plano de Manejo discute inclusão do naturismo na praia
Com a lei de 2016 criando o Monumento Natural Municipal da Galheta, foi necessário a elaboração de um Plano de Manejo, como prevê o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) para o espaço. Em fase final de criação, o documento trata das normas e restrições para o uso do espaço e também discute o naturismo no espaço.
Conforme a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), entidade que elabora o plano em conjunto com moradores e outros membros da sociedade civil, o documento deve incluir estudos de impacto e ações para promover a atividade das comunidades vizinhas. Não há previsão de quando o documento ficará pronto.
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