16 de novembro de 2024

EUA: em eleição marcada por reviravoltas, próximos meses serão decisivos e imprevisíveis

Como o voto não é obrigatório nos Estados Unidos, um dos desafios principais dos dois partidos é convencer os eleitores a saírem de casa para votar no dia 5 de novembro. Os desafios e a estratégia de Kamala Harris na corrida à Casa Branca
Ainda nos corredores da arena em Chicago, Kamala Harris foi perguntada sobre o que ela achou da noite. E ela respondeu que foi uma ótima noite, mas não perdeu tempo em olhar para frente. Disse que é hora de seguir adiante e trabalhar.
A disputa está muito apertada, e os estrategistas do Partido Democrata vão ficar de olho agora nas pesquisas dos próximos dias. Até agora, muito têm mostrado preocupação de que toda a energia que ela tem gerado não reflita nos números das pesquisas.
Por isso mesmo, existem desafios diferentes de um lado e de outro. O desafio dos democratas nesse momento é conquistar eleitores dos sete estados que vão ser decisivos para essa corrida eleitoral. Já para os republicanos, é retomar o protagonismo da narrativa. Afinal de contas, durante quatro dias, todos os holofotes ficaram voltados para o Partido Democrata.
Mas os dois partidos têm alguns desafios em comum. Um deles é ampliar a base de eleitores. O segundo é motivar os eleitores a saírem de casa em uma terça-feira do mês de novembro para votar – já que o voto não é obrigatório nos Estados Unidos. E, também, se preparar para o debate que está marcado para setembro.
A convenção mal terminou e os estrategistas de campanha já estavam concentrados nas próximas etapas da corrida presidencial. Os objetivos agora são percorrer incansavelmente os estados que ainda estão indefinidos e serão decisivos para vencer no colégio eleitoral: Geórgia, Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Arizona, Nevada e Carolina do Norte.
E se preparar para o primeiro debate presidencial entre Kamala Harris e o republicano Donald Trump, marcado para o dia 10 de setembro, na Filadélfia – a maior cidade de um desses estados: a Pensilvânia. É a chance de os republicanos voltarem ao centro das atenções, já que os holofotes da semana estiveram todos sobre Kamala Harris e Tim Walz.
Eleição americana: estados decisivos
Jornal Nacional/ Reprodução
Em uma eleição marcada por tantas reviravoltas, os próximos meses serão decisivos e imprevisíveis. A chapa democrata trocou de candidatos há um mês e, agora, tem pouco mais de dois meses para convencer o eleitorado de que Kamala Harris pode se tornar a primeira mulher a chegar à Casa Branca. Mas, como o voto não é obrigatório nos Estados Unidos, um dos desafios principais é convencer os eleitores a saírem de casa para votar no dia 5 de novembro.
Um eleitor da Geórgia elogiou o tom de união do discurso de Kamala Harris:
“O país está pronto para virar a página de todo esse ódio e essa divisão. Temos muito mais coisas em comum do que aquelas que nos dividem”, diz.
Uma delegada de Nova Jersey disse que Kamala falou sobre a essência dos Estados Unidos:
“É um país de imigrantes, trabalhadores e gente que quer o melhor para o país. Ela mostrou onde podemos chegar quando vamos juntos”, afirma.
Mas os democratas terão muito trabalho para explicar a inflação alta que fez o custo de vida subir nos anos Biden, ponto que vem sendo bem explorado pela campanha de Trump.
Na competição pela atenção dos americanos, a convenção democrata teve mais audiência do que a republicana, que aconteceu em julho. É o que dizem os dados do instituto Nielsen, que faz essa medição nos Estados Unidos.
Mas a audiência nem sempre se traduz em votos. A média das pesquisas nacionais mostra os candidatos empatados dentro da margem de erro, o que indica que a disputa entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris vai ser acirrada até a reta final.

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