Pedro Figueiredo teve lesão no cérebro devido a traumatismo craniano. Também sofreu fratura no braço, segundo Instituto Médico Legal. Motociclista faleceu em 29 de julho após moto ser atingida por carro de luxo. Empresário Igor Sauceda está preso por homicídio. Igor Sauceda (à esquerda) foi acusado de usar seu Porsche amarelo para atropelar e matar motociclista Pedro Figueiredo (à direita) em São Paulo
Reprodução
O motoboy atropelado pelo motorista do Porsche amarelo, no final de julho em São Paulo, teve “hemorragia” cerebral e faleceu em decorrência de “politraumatismo”. É o que aponta o laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a causa da morte de Pedro Kaique Ventura Figueiredo.
Segundo o documento da Superintendência da Polícia Técnico-Científica, o motociclista teve “hemorragia subaracnóide traumática de grande monta”, “traumatismo crânioencefálico” e “fratura no braço direito”.
“A morte deve-se à politraumatismo em vítima de acidente de trânsito”, informa trecho da conclusão do laudo do IML a respeito da morte de Pedro. A vítima tinha 21 anos.
De acordo com peritos ouvidos pelo g1, isso significa que Pedro sofreu traumatismo craniano após ter a moto atingida por trás pelo Porsche dirigido pelo empresário Igor Ferreira Sauceda.
Em outras palavras, segundo os especialistas, a hemorragia subaracnóide traumática, conhecida pela sigla HSAT, é um sangramento que ocorre no cérebro, geralmente causado por um traumatismo cranioencefálico, ou TCE.
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Justiça mantém motorista de carro de luxo preso
O atropelamento ocorreu no dia 29 de julho na Avenida Interlagos, na Zona Sul da capital paulista. Câmeras de segurança gravaram o que aconteceu (veja vídeo abaixo).
Mesmo sem ter bebido, Igor foi preso em flagrante pela polícia por conta das imagens. Elas mostram o empresário usando o Porsche para perseguir e derrubar a moto de Pedro. O motivo: o motoboy havia quebrado o retrovisor do lado do motorista do carro de luxo.
O motorista de 27 anos está preso preventivamente por decisão da Justiça, que o tornou réu por homicídio doloso triplamente qualificado por motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Segundo a acusação feita pelo Ministério Público (MP), Igor teve a intenção de matar Pedro.
A Justiça ainda irá marcar a audiência de instrução do caso para decidir se levará o motorista do Porsche a júri popular para ser julgado pelo crime. O MP sugere que ele seja condenado a mais de 18 anos de prisão.
Motorista nega intenção de matar
Motorista de Porsche que matou motociclista em SP já foi acusado de perseguição
Igor alegou em sua defesa que seguiu o motociclista, mas que não quis atropelar nem matar o piloto. O empresário não se feriu com gravidade. Segundo o exame de corpo de delito do IML, ele teve uma “escoriação” de “3 cm” no braço direito. “Apresenta lesões corporais de natureza leve”, informa o laudo.
Pedro foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e teve a morte confirmada num hospital.
O empresário está detido atualmente em um presídio em Guarulhos, na região metropolitana. O g1 tenta contato com a defesa do motorista do Porsche.
A delegacia que investiga o caso irá pedir para a Polícia Técnico-Científica fazer a reconstituição do crime. Os peritos deverão usar um scanner 3D e drones para depois fazerem uma animação simulada de como ocorreu a batida entre o Porsche e a motocicleta.
Laudo reconstituição
Fantástico ouve testemunha que viu Porsche perseguir motociclista em São Paulo
O Instituto de Criminalística (IC) ainda vai analisar os vídeos do atropelamento para tentar estabelecer uma estimativa da velocidade em que os veículos estavam no momento da colisão. O limite de velocidade para a via é de 50 km/h.
A Polícia Civil também vai pedir que a Porsche, marca da fabricante do carro de luxo envolvido na batida com a moto, informe o que o velocímetro do automóvel marcava quando ocorreu o atropelamento. O veículo possui um módulo interno, uma espécie de “caixa-preta”, com informações e dados sobre ele.
O 30º Distrito Policial (DP) ouviu recentemente o motorista de um caminhão e um motoboy que testemunharam o atropelamento.
A Promotoria ainda pediu que a magistrada fixe um “valor mínimo de indenização a ser pago aos familiares da vítima”. Isso porque, de acordo com o Ministério Público, “Pedro era casado e sua esposa estava grávida na data do crime”.
Uma semana antes de perseguir, atropelar e matar o motociclista, Igor usou o mesmo Porsche para seguir uma família que era sua sócia num bar que possuí no Itaim Bibi, Zona Sul da capital.
Família acusa motorista de Porsche amarelo de perseguição
Kleber Tomaz/g1
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