16 de novembro de 2024

Ataque em redes sociais, disputas judiciais, ausências em debate e caminhadas: como foi a 1ª semana de campanha dos candidatos à prefeitura de SP

Disputa para prefeito de São Paulo começou agitada para os cinco candidatos com as maiores intenções de voto nas pesquisas eleitorais. Novo levantamento apontou mudança no cenário das eleições no município. Candidatos à prefeitura de São Paulo durante a primeira semana de campanha eleitoral
Gustavo Honório, Renata Bitar, Lívia Martins, Paola Patriarca e Aline Freitas / g1 e TV Globo
Os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo tiveram uma primeira semana de campanha eleitoral agitada, marcada por ausências em debate, ataques nas redes sociais, disputas judiciais e caminhadas pelas ruas da capital paulista.
Confira abaixo os acontecimentos envolvendo os cinco candidatos com maior intenção de voto nas pesquisas. Por ordem alfabética, Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
Guilherme Boulos (PSOL)
Guilherme Boulos (PSOL) em agenda de campanha na Zona Oeste de SP
Renata Bitar/g1
O deputado federal deu início à campanha eleitoral com um café da manhã em sua casa, na Zona Sul da capital, ao lado de Marta Suplicy (PT), vice da chapa.
Na segunda-feira (19), optou por não comparecer ao debate realizado pela revista Veja e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), alegando incompatibilidade de agenda. A ausência gerou críticas por parte dos adversários, especialmente Tabata Amaral (PSB) e Pablo Marçal (PRTB), que participaram do evento.
Ao longo da semana, Boulos ganhou três direitos de resposta em razão de publicações feitas por Marçal. Contudo, o adversário recorreu e a Justiça Eleitoral revogou os direitos concedidos.
O candidato também foi alvo de uma liminar do Ministério Público Eleitoral (MPE), que pedia a suspensão de sua candidatura por suposto abuso de poder político e econômico. A Justiça negou o pedido, mas aceitou que seja realizada uma investigação sobre a suposta prática de abuso e gastos ilícitos de recurso.
Na pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (22), Boulos variou positivamente em relação à edição anterior, indo de 22 pontos percentuais para 23.
Apesar de aparecer em primeiro lugar nas intenções de votos, empatado com Marçal e Ricardo Nunes (MDB), o candidato também lidera a lista dos que possuem os maiores índices de rejeição.
José Luiz Datena (PSDB)
Datena (PSDB) em agenda de campanha na Zona Leste de SP
Renata Bitar/g1
O apresentador decidiu começar os trabalhos com uma visita à basílica de Aparecida, no interior de São Paulo.
Datena também não compareceu ao debate na segunda-feira, recebendo críticas por parte dos adversários. Segundo ele, a ausência foi uma decisão da campanha, que optou por seguir com agendas na rua. O candidato afirmou ainda que deixará de ir a debates eleitorais que não respeitem “regras de civilidade”.
Na quinta, foi chamado por Ricardo Nunes (MDB) de “gagá” e reagiu acusando o atual prefeito de etarismo. Também disse que o chefe do Executivo paulistano estaria se portando da mesma forma que Pablo Marçal (PRTB), a quem já criticou reiteradamente.
A pesquisa Datafolha divulgada no mesmo dia apontou que o apresentador recuou de 14 pontos percentuais para 10, aparecendo em quarto lugar nas intenções de voto. Apesar da oscilação negativa, ele afirmou que a candidatura está mantida.
Segundo o levantamento, Datena possui o terceiro maior índice de rejeição dentre os candidatos, atrás somente de Guilherme Boulos (PSOL) e Marçal.
Pablo Marçal (PRTB)
Pablo Marçal (PRTB) durante a agenda em Moema
Lívia Martins/g1 SP
O empresário optou por iniciar sua campanha com duas caminhadas, uma na Zona Leste e outra no Centro da capital paulista.
Na segunda-feira, participou do debate junto às candidatas Marina Helena (Novo) e Tabata Amaral (PSB), criticando duramente a ausência dos outros três adversários convidados, o que classificou como uma “ação orquestrada”.
Ainda naquele dia, o Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com uma ação na Justiça para suspender a candidatura de Marçal, alegando o suposto envolvimento dele com uma “estratégia de cooptação de colaboradores para disseminação de seus conteúdos em redes sociais”.
O órgão também requisitou a abertura de uma investigação contra o candidato por abuso de poder econômico.
Para a Justiça, o MPE não apresentou motivos para a suspensão do registro de Marçal. Com isso, o juiz deu cinco dias para que o promotor do caso faça as adequações necessárias no pedido. Até lá, o mérito não será analisado.
Em suas agendas públicas, o candidato negou a prática de crime eleitoral e afirmou que a ação do MPE seria uma demonstração do “desespero” de seus adversários no pleito.
Também nesta primeira semana de campanha, a Justiça Eleitoral negou outro pedido de suspensão do registro de Marçal. Este, feito pelo secretário-geral do próprio partido, Marcos André de Andrade, sob a alegação de que o candidato teria desrespeitado o estatuto da legenda, que exige no mínimo seis meses de filiação para que uma candidatura possa ser confirmada em convenção partidária.
Ao longo dos dias, o candidato fez diversas publicações nas redes sociais com ataques ao adversário Guilherme Boulos (PSOL) e acabou sendo derrotado na Justiça por sete vezes, tendo que apagar os conteúdos divulgados.
Na pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta, Marçal apareceu tecnicamente empatado com Boulos e Ricardo Nunes (MDB). O empresário cresceu de 14 pontos percentuais, no último levantamento, para 21, neste.
Ainda assim, ele segue na lista dos que possuem os maiores índices de rejeição.
Ricardo Nunes (MDB)
Ricardo Nunes faz caminhada com apoiadores em SP
Paola Patriarca/g1
O atual prefeito da capital optou por dar início à corrida eleitoral participando de uma missa em Santo Amaro, na Zona Sul da cidade.
Nunes foi um dos três candidatos que não compareceu ao debate na manhã de segunda-feira (19), sendo muito criticado pelos participantes. No mesmo dia, ganhou na Justiça Eleitoral um direito de resposta contra a adversária Tabata Amaral (PSB), que publicou um vídeo nas redes sociais sugerindo a prática de roubo pelo atual chefe do Executivo paulistano.
Na manhã de quinta (22), adotou um novo tom em sua campanha eleitoral, atacando adversários políticos, como Datena, a quem chamou de “gagá”, e Pablo Marçal, a quem se referiu como “lunático”. Também ligou Guilherme Boulos ao que considerou serem invasões do MTST, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto.
A pesquisa Datafolha divulgada na tarde de quinta indicou uma oscilação negativa do candidato, que saiu de 23 pontos percentuais para 19. Segundo o levantamento, Nunes perdeu espaço entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Tabata Amaral (PSB)
Tabata Amaral (PSB) durante caminhada na Zona Sul
Lívia Martins/g1 SP
A deputada federal escolheu começar sua campanha eleitoral visitando uma Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) no bairro da Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo.
Ao longo da semana, a candidata fez caminhadas com panfletagem em diferentes regiões da capital.
Na segunda-feira, ela participou do debate e também fez duras críticas aos adversários ausentes.
Ainda naquele dia, perdeu uma ação na Justiça para Ricardo Nunes (MDB), que teve direito de resposta concedido após a adversária sugerir, em um vídeo publicado nas redes sociais, que o atual prefeito da cidade deveria adotar o slogan “rouba e não faz”.
A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta indicou que Tabata teve uma oscilação positiva, de 7 pontos percentuais para 8, estando tecnicamente empatada com José Luiz Datena (PSDB).

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