Seca na região, que já dura seis meses, também dificulta o trabalho de brigadistas. Polícia investiga se o incêndio é criminoso. No Tocantins, incêndios são em áreas de difícil acesso
Brigadistas tem feito o combate às chamas na Ilha do Bananal. Um incêndio na região já queimou 64 quilômetros quadrados de área na Mata do Mamão e os focos estão espalhados onde ficam o Parque Nacional do Araguaia e terras indígenas de quatro etnias. Com apoio de satélite, as equipes monitoram o incêndio em locais onde antes não havia internet.
“Foi um salto porque antes a gente vinha para um lugar desse e ficava sem comunicação. Tínhamos que nos deslocar para locais a 30 km daqui [acampamento]. Vizinhos e pessoas de fora da instituição nos forneciam internet para que a gente pudesse passar informação para o posto de comando. Ela [internet] deu um salto nesse tempo de resposta da comunicação”, explicou o brigadista do Prevfogo Sávio Lima.
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Incêndio Ilha do Babanal
Reprodução/Jornal da Globo
Como a área é de difícil acesso, os helicópteros ajudam no deslocamento e os brigadistas abrem corredores no meio da floresta, chamados de linhas de defesa. Um dos principais desafios das equipes é que as chamas atingem regiões degradadas, que ainda não foram recuperadas do incêndio no ano passado, facilitando a propagação do fogo.
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Em 2023, a Ilha do Bananal foi atingida por um incêndio que levou mais de um mês para ser controlado. Na época, o fogo consumiu mata nativa onde vivem indígenas isolados.
A Justiça Federal havia proibido a circulação de pessoas na Mata do Mamão em 2019, após aparecerem indícios da existência de indígenas isolados. Apesar da determinação, operações de órgãos ambientalistas identificaram a presença de caçadores e pescadores ilegais, além de rebanhos bovinos. As autoridades investigam se o incêndio tem origem criminosa.
Brigadistas atuam no combate a incêndios na Ilha do Bananal
Reprodução/Jornal da Globo
O coordenador do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Bruno Cambraia, explica que a seca que dura há quase seis meses na região também dificulta o trabalho dos brigadistas, já que a chuva deve cair só em outubro.
“Chuva provavelmente só em outubro. Então enquanto não tiver chuva a gente tem que estar com a equipe de prontidão em campo para garantir a resposta mais rápida possível quando vem um novo incêndio”, disse.
Quem mora na região sabe que o combate é necessário para proteção da natureza e animais. Indígenas do povo xerente, que vivem há mais de 300 km da Ilha do Bananal, também ajudam nas ações como brigadistas.
“A gente está aqui para proteger a natureza, né? A gente gosta de fazer o combate também e proteger os animais e as florestas”, contou Vanderlei Xerente.
Indígenas da etnia Xerente trabalham como brigadistas na Ilha do Bananal
Reprodução/Jornal da Globo
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