Aos 24 anos, Lucas Esllenyk mostra procura por endereços ‘escondidos’, encomendas inusitadas e brigas familiares que acontecem por conta de encomendas. Ideia surgiu por incentivo de amigos e colegas que achavam engraçado quando ouviam relatos. Lucas trabalha com entregas no DF e viralizou nas redes sociais mostrando casos inusitados
Reprodução
Brigas de casal, procura por endereços “escondidos” em Brasília e clientes complicados, esses são alguns dos desafios enfrentados pelo entregador Lucas Esllenyk, de 24 anos. Com mais de três anos no ramo das entregas, Lucas já vivenciou vários perrengues para que as encomendas cheguem ao destino final, e agora viraliza nas redes sociais ao contar essas histórias, com muito bom humor (veja vídeo mais abaixo).
✅Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp
Natural de Uiraúna, na Paraíba, Lucas chegou ao Distrito Federal com apenas 2 anos de idade. Ele conta que trabalha cerca de 6 horas por dia, mas o horário depende da rota das entregas.
“Estar em um lugar diferente todo dia é uma das melhores partes de trabalhar com entrega”, diz Lucas Esllenyk
A ideia de usar as redes sociais para falar do trabalho foi de colegas e amigos, que achavam graça das histórias que Lucas contava. Atualmente, ele tem mais de 35 mil seguidores.
Um dos vídeos que viralizaram foi uma entrega na “casa 8”. Lucas rodou um condomínio inteiro e ficou mais de trinta minutos procurando a residência. Ele achou a casa 7 e a 9, mas não encontrava a casa 8, até que percebeu que o morador escreveu no endereço √64, cujo resultado é 8 (veja o vídeo abaixo).
“A parte mais desafiadora de trabalhar com entregas é o trânsito, e os clientes que muitas vezes dificultam. Mas também têm os endereços que em Brasília são difíceis de achar, com muitas siglas, e até moradores que chegam a brincar com o endereço, como já aconteceu de colocarem a raiz quadrada no lugar do número”, conta Lucas Esllenyk.
Entregador procura endereço “escondido” em Brasília
Em uma outra entrega, uma encomenda acabou sendo motivo para causar uma briga de casal.
“Quando fui fazer a entrega, cheguei no escritório e estava fechado então mandei mensagem e liguei para o cliente, mas ele não atendeu. Aí liguei para o segundo contato que era o telefone da esposa que atendeu, falei que estava em frente ao escritório que tinha chamado e ninguém tinha saído. Mas ela disse que tinha acabado de falar com o marido que disse que estava no escritório. Ela ficou muito brava e acabou descobrindo que o marido estava mentindo”, diz o entregador.
Para Jayme Pinheiro, psicólogo comportamental, lidar com o trânsito e com clientes difíceis pode aumentar os níveis de ansiedade, estresse e cansaço do entregador. Para o psicólogo, divulgar o trabalho nas redes sociais, com bom humor, pode ajudar a promover a empatia com os clientes.
“[Os clientes] Costumam ver o entregador como uma função, não como uma pessoa, para ele é a entrega que interessa. Através desse ambiente virtual pode lembrar para às pessoas a humanidade na figura do entregador. Incitar e trabalhar o ponto de vista de vivência e de esforço do entregador pode promover um pouco mais de cidadania e respeito,” diz Jayme Pinheiro .
Veja o perfil de trabalhadores por app no Brasil
Veja qual o perfil de trabalhadores por aplicativo no Brasil
LEIA TAMBÉM:
ENTENDA: Entregador deve ir até a porta do cliente? Veja o que dizem as empresas de delivery
MOTORISTA E ENTREGADOR: Como são as regras para trabalhadores de app em outros países
VÍDEO: Entrega termina com briga, ameaça e ataque de motoboys contra casa no DF
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.