15 de novembro de 2024

Ex-caminhoneiro abandona estradas para cuidar da mãe com depressão, vira diarista e faz sucesso na internet

Após a mãe receber diagnóstico de depressão, André Gomes dos Santos enxergou nos cuidados com a casa a possibilidade de uma nova profissão. André Santos começou a limpar a casa depois da depressão da mãe
Redes Sociais/Divulgação
Depois de nove anos trabalhando como caminhoneiro, André Gomes dos Santos, de 45 anos, se aventura por uma nova profissão: diarista.
Os reflexos da pandemia de Covid-19 e a depressão da mãe fizeram ele recalcular a rota e seguir por novas estradas. Ele deixou o volante e assumiu o comando de vassouras e baldes em sua nova profissão.
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Santos conta que a mãe, Maria das Graças de 72 anos, teve depressão após a morte do marido e, por isso, precisou cuidar dela. A idosa ficou acamada por meses e nesse período além de cuidar dela, ele começou a limpar a casa.
A faxina virou uma distração e Santos começou a fotografar o antes e depois da arrumação, publicando tudo nas redes sociais.
O registro da rotina rendeu ao ex-caminhoneiro seu primeiro cliente em janeiro do ano passado.
Ele aceitou o desafio, mas destaca que ficou muito perdido na primeira faxina. Santos lembra que a casa tinha muitos móveis planejados.
Mesmo assim fez serviço e foi nesse momento que abraçou a faxina como profissão. Para o diarista limpar casas é mais complexo, pois geralmente têm mais cômodos, garagem, portão, churrasqueira e quintal.
Bem diferente do espaço reduzido dos apartamentos. André lista como desafio em sua rotina de diarista banheiros e box de vidro, pois exigem um cuidado maior para evitar acidentes.
Vencendo preconceitos
Durante muito tempo a função de diarista foi associada ao gênero feminino, mas os homens já exploram esse tipo de trabalho.
Mas mesmo assim, o personal da limpeza como Santos gosta de ser chamado conta que ainda sofre muito preconceito. “Pessoas têm medo que eu quebre, roube ou não faça meu trabalho direito. E também perguntam se é minha esposa que faz a faxina.”
Diarista de Mogi das Cruzes usa as redes sociais para conquistar clientes
Redes sociais/Divulgação
Personal na rede social
Para quebrar o preconceito e ganhar mais clientes, o faxineiro usa o bom humor nas redes sociais. Ele instiga a curiosidade de quem o acompanhando, perguntando quem quer um Personal e afirma que quem faz a limpeza não é a esposa. “Eu gosto de chamar atenção, vou trabalhar com uma camisa neon e tiro fotos dos meus trabalhos para postar.”
E foi por causa de um post nas redes sociais que ele ganhou Luciano Macedo, morador de Mogi das Cruzes, como cliente. “Me chamou atenção uma foto de um dos seus serviços prestados, onde ele está com um pincel removendo poeira de uma planta artificial”, relembra o cliente.
Macedo afirma que hoje não consegue mais trocar de profissional. “Já o deixei mais que uma vez com a chave do meu apartamento na minha ausência, ou seja, é uma pessoa de confiança.”
O personal da limpeza garante que os seguidores gostam da forma como ele divulga o trabalho nas redes sociais e sempre que contratam seus serviços pedem para que ele volte.
A agenda do personal é publicada mensalmente no perfil dele nas redes sociais e por lá que os clientes agendam as limpezas.
No início, o diarista conta que não sabia colocar valores em seu serviço. Mas que com o tempo foi pesquisando e aprendendo a cobrar o preço correto por suas faxinas.
Atualmente, Santos limpa estabelecimentos comerciais, casas e apartamentos, alguns até de luxo, no Alto Tietê e também fora da região. Ele afirma que fatura, em média, R$ 6 mil por mês, podendo ultrapassar quando ele realiza faxinas pós-obras.
Não é nem o sucesso nas redes sociais ou o crescimento do número de clientes que motiva Santos. O combustível para o trabalho pesado da faxina vem do coração: a mãe.
“Comecei por causa da minha mãe. Ela é a grande responsável por tudo isso que vem acontecendo.”
*estagiária sob a supervisão de Gladys Peixoto
Personal da limpeza faz faxinas em casas, apartamento e pós-obra
Redes sociais/Divulgação
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