Advogado João Manoel Armôa também era alvo da denúncia. Decisão é da 5ª Vara Criminal da Comarca de Santos, no litoral de São Paulo. Orlando Rollo, ex-presidente do Santos e investigador da Polícia Civil, foi preso em uma operação do Gaeco
Reprodução/TV Tribuna
A Justiça de Santos, no litoral de São Paulo, rejeitou a denúncia do Ministério Público do Estado (MP-SP) contra o ex-presidente do Santos Futebol Clube e investigador da Polícia Civil, Orlando Rollo. Ele é suspeito de negociar cargas de cocaína apreendidas em ações policiais com a maior facção criminosa do país. Segundo o documento da sentença, a justificativa foi de que a prova do crime do qual foi acusado foi anulada.
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Orlando Rollo foi preso em novembro de 2022 com outros três investigadores sob a suspeita de negociar cargas de cocaína com a facção criminosa do país.
A investigação começou a ser realizada em agosto daquele ano, quando os policiais oficializaram a apreensão de 168 kg da droga, que pertencia à própria facção, e estaria escondida em um caminhão, na Ilha Barnabé, no Porto de Santos. O volume de droga, porém, seria superior ao apresentado na delegacia. Em março de 2023, Rollo foi solto após determinação é da 5ª Vara Criminal da Comarca de Santos.
Agora, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região anulou as evidências após considerar que o celular do advogado João Manoel Armôa, em que estavam as provas, teria sido apreendido de forma irregular pela Polícia Federal (PF). Esta, inclusive, foi a mesma alegação que soltou Rollo, em 2023.
Com a anulação, a 5ª Vara Criminal da Comarca de Santos rejeitou a denúncia do MP contra Rollo, Armôa e outros quatro homens, na quarta-feira (21). A Justiça, no entanto, aceitou a denúncia contra um sétimo envolvido porque as provas que apontam a participação dele não foram anuladas.
Advogado João Manoel Armoa Junior
Reprodução/TV Tribuna
O advogado Alex Ochsendorf, responsável pela defesa de Rollo, explicou ao g1 que a acusação do MP era de tráfico de drogas e organização criminosa. A rejeição da denúncia finaliza a ação e impede o início de um processo penal.
No entanto, o advogado Eugênio Malavasi, que representa Armôa, acrescentou que ainda há uma outra denúncia com as mesmas circunstâncias na Justiça Federal.
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O que diz a defesa de Rollo?
Em nota, Ochsendorf, que representa Rollo junto ao advogado Renan de Lima Claro, afirmou que o cliente sempre negou a autoria do crime. “Além da ilegalidade da prova produzida pela Polícia Federal, há clara demonstração da total impossibilidade do crime ter ocorrido”, disse a defesa.
De acordo com ele, há indicações de que a droga teria sido desviada antes da abordagem policial e que, ainda segundo ele, seria impossível uma grande quantidade de entorpecente estar no compartimento do caminhão.
Justiça decide soltar ex-Presidente do Santos Orlando Rollo
O que diz a defesa de Armôa?
Ao g1, Malavasi, responsável pela defesa de Armôa, relembrou que a PF não cumpriu o habeas corpus, que ele havia conseguido para anular a busca pessoal do cliente. “Em face de sua absoluta ilegalidade, razão pela qual a decisão do Poder Judiciário não poderia ser outra a não ser a rejeição”, disse ele.
Quem é Orlando Rollo?
Orlando Rollo é ex-presidente do Santos e policial civil
Arquivo pessoal
Orlando Rollo nasceu em Santos, se formou em Direito, tem tecnólogo em Segurança Pública e atuava como investigador da Polícia Civil de São Paulo desde 2002.
Sócio do Santos desde 1993, ele foi conselheiro do clube por sete mandatos, entre 1999 e 2014 e de 2017 e 2020. Na eleição para a presidência do Peixe de 2014, ele foi o quarto colocado. Em 2017, ele foi eleito como vice na chapa encabeçada por José Carlos Peres. Substituto de José Carlos Peres, que sofreu impeachment, ele esteve no cargo por três meses.
Na área do futebol, ele fez um MBA em Marketing Esportivo e Psicologia do Esporte, tem curso de Gestão Estratégica de Esportes pela FGV e fez o curso oficial de Gestão de Futebol da CBF Academy. Ele também tem três especializações na área de administração esportiva pela UniBF (PR).
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