15 de novembro de 2024

Número de candidatos a prefeito cai 19,5% na região de Ribeirão Preto; veja onde há mais concorrentes ao cargo

Nas 66 cidades da região, mais de 200 políticos oficializaram pedidos junto à Justiça Eleitoral. Cidades com dois ou três candidatos em disputa predominam. Vista aérea de Franca, SP
Prefeitura de Franca (SP)
O número de pessoas que oficializaram candidaturas para disputar as prefeituras da região de Ribeirão Preto (SP) nas eleições 2024 caiu 19,5% em comparação com o pleito realizado há quatro anos.
Nas 66 cidades da área de cobertura da EPTV Ribeirão, afiliada da TV Globo, 202 políticos protocolaram pedidos juntos à Justiça Eleitoral após o término das convenções partidárias para participar da disputa.
Acompanhe a cobertura completa das eleições no g1 Ribeirão e Franca
Receba no WhatsApp as notícias do g1 Ribeirão e Franca
Em 2020, esse número era de 251, incluindo os que, posteriormente, tiveram as candidaturas inabilitadas pelo TSE.

Segundo o levantamento do g1 na plataforma de divulgação oficial de dados da Justiça Eleitoral, há uma predominância de disputa entre dois ou três candidatos em 44 municípios. Em outras 18 cidades, os eleitores devem ter quatro ou mais opções na hora de ir às urnas. Em quatro cidades, haverá candidatura única.
Entre todas, 19 cidades chegam às eleições de 2024 com a mesma configuração numérica de quatro anos atrás. Na lista, estão cidades como Cajuru (SP), Cândido Rodrigues (SP), Dumont (SP), Orlândia (SP), Ribeirão Corrente (SP) e Serra Azul (SP).
Entre as cidades onde há mais interessados a assumir o Executivo, destaque para Franca (SP), com 9 concorrentes, e Taquaritinga (SP), com sete. Em Ribeirão Preto (SP), Sertãozinho (SP) e Morro Agudo (SP), as representações locais dos partidos definiram seis candidaturas por cidade.
Os números ainda podem mudar, de acordo com os julgamentos das candidaturas do TSE.
Pandemia marcou cenário político das eleições em 2020
Érico Andrade/G1
Pandemia e mudanças na legislação eleitoral
Na avaliação do cientista político Bruno Silva, cientista político e pesquisador do LabPol da Unesp de Araraquara (SP), a redução no número de candidaturas pode estar associada ao contexto que marcou as últimas eleições municipais.
De acordo com ele, há quatro anos as restrições adotadas pela pandemia da Covid-19 estimularam uma maior horizontalidade na disputa, sobretudo pelas redes sociais, com muitos candidatos se colocando à disposição do eleitorado.
“Ademais, muitos prefeitos vinham enfrentando fortes resistências de segmentos eleitorais por conta das medidas adotadas no combate à pandemia tanto no sentido de medidas de distanciamento social via restrições quanto no sentido de liberalização para atividades comerciais e circulação das pessoas, o que afetou diretamente a popularidade no ano eleitoral, estimulando também outros candidatos a se colocarem à disposição como possíveis soluções”, analisa.
Outro fator importante, segundo o cientista político, foram as mudanças nas regras eleitorais que resultaram na proibição das coligações para a disputa proporcional, para vereador, levando mais pessoas a tentarem vaga no Executivo.
“Levou muitos partidos a lançarem candidaturas à prefeitura como estratégia para tentar garantir recursos das suas siglas via Fundo de Financiamento Especial de Campanha (FEFC) e via Fundo Partidário, a fim de garantir visibilidade pública e dinheiro para as campanhas.”
Política local: democracia e competição
De acordo com Silva, durante muitos anos a disputa pelos cargos locais foi marcada pela baixa competitividade, considerando um histórico político brasileiro de constrangimento às oposições políticas que remonta ao início do sistema republicano o país. Mas isso, segundo ele, tem mudando com a consolidação da democracia.
“Isso não quer dizer que em cenários nos quais haja apenas dois ou três candidatos as eleições sejam polarizadas no sentido de nítida divisão social e política dos cidadãos. Pode simbolizar, em muitos casos, desafios locais à consolidação de lideranças políticas e da apresentação de projetos alternativos de poder”, observa.
Quando ao que divide a opinião pública, embora grandes temas que costumam polarizar o debate em âmbito nacional possam influenciar na simpatia ou antipatia por diferentes legendas, os assuntos diretamente ligados ao cotidiano das pessoas costumam pesar mais.
“Trata-se de uma disputa que, tradicionalmente, leva o eleitor a avaliar as condições efetivas do município em termos de saúde, educação, emprego, saneamento, trânsito, meio ambiente, segurança pública, assistência social etc. Afinal de contas, além da proximidade dos eleitores em relação aos futuros representantes, pesa muito o fato de que a política é sempre local. É na cidade que as pessoas vivem e é em relação a ela que as pessoas desejam melhorias.”
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

Mais Notícias