15 de novembro de 2024

Animais silvestres em sacos, caixas e até meias: veja flagrantes da venda ilegal que já dura mais de 40 anos na feira de Caxias

Vendedores tentam driblar fiscalização chegando mais cedo do que o Ibama e vendem perto até mesmo de viaturas da Equipe Municipal de Proteção Ambiental. Vendedores de animais silvestres usam sacos, caixas e até meias para esconder bichos na Feira de Caxias
Pássaros, lagartos, tartarugas e macacos. Esses são alguns dos animais silvestres vendidos na tradicional Feira de Duque de Caxias, que acontece em todos os domingos do ano. Um crime que se arrasta por gerações, há mais de 40 anos.
Uma equipe do RJ2 foi ao local e fez diversos flagrantes. Os animais estavam escondidos em caixas, sacos plásticos e até mesmo dentro de meias.
Na tentativa de driblar a fiscalização, os comerciantes chegam com o raiar do dia, antes das viaturas do Ibama. Ainda assim, a equipe registrou animais sendo vendidos a poucos metros de distância de uma equipe municipal de Proteção Ambiental.
Animais silvestres são vendidos há décadas na feira de Caxias
Reprodução/TV Globo
O tráfico de animais no RJ não se resume ao município de Duque de Caxias, na feira de Honório Gurgel também houve flagrante do crime, mas lá os vendedores são mais cautelosos.
Um deles deixava os bichos escondidos dentro do carro.
Um gato mourisco foi resgatado e três pessoas foram presas em flagrante na Zona Sul do Rio há dois meses. Abatido, ele estava pronto para ser vendido quando foi recuperado pela Polícia Federal.
Animais silvestres são vendidos há décadas na feira de Caxias
Reprodução/TV Globo
Há um filhote de onça onça-parda era de um traficante do Morro Pavão-Pavãozinho – o que mostra que animais estão sendo usados como símbolos de status e poder.
Quem cria animais silvestres também pode ser enquadrado na lei de crimes ambientais. A exceção é se os bichos forem comprados em criadouros legalizados e tiverem toda a documentação.
“De certa forma é um trabalho de enxugar gelo, que traz algum resultado também. A gente não consegue eliminar essa atividade porque o apreço por animais é uma cultura ainda muito forte”, afirma o superintendente do Ibama-Rio, Rogério Rocco.
“Portanto, se há uma cultura que alimenta uma atividade que, economicamente, rende bons resultados, vai ter gente sempre apta a capturar o animal e colocá-lo na rede do tráfico”, completa Rocco.
Animais silvestres são vendidos há décadas na feira de Caxias
Reprodução/TV Globo
Procurada, a prefeitura de Duque de Caxias disse que as ações de combate à comercialização ilegal de animais silvestres são de responsabilidade do Comando de Polícia Ambiental da Polícia Militar e da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, e que a Patrulha Ambiental da Guarda Municipal tem atuado todos os domingos, em auxílio aos órgãos.

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