Bruno Engler foi o segundo entrevistado na série do g1 com os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte. Liliana Junger entrevista Bruno Engler (PL)
Camila Falabela/g1
O deputado Bruno Engler, candidato do PL à Prefeitura de Belo Horizonte, afirmou nesta terça-feira (27) que a implantação de câmeras nos uniformes da Guarda Municipal não será uma prioridade caso seja eleito. Para ele, a tecnologia é para quem “desconfia” do trabalho das forças de segurança.
Engler disse também que quer “abrir a caixa preta” da prefeitura e redesenhar os contratos com as empresas de ônibus, que vencem em 2028, de forma a pagar o “menos subsídio possível” para as concessionárias.
Ele negou que tenha feito pouco pela ampliação do metrô, como deputado, e afirmou que participou do processo de privatização do modal.
Em relação à diversidade na definição de um eventual secretariado, Engler disse que “não tem problema” em indicar “mulheres, negros e gays”, desde que sejam técnicos e capacitados para o cargo (leia mais abaixo).
Bruno Engler foi o segundo entrevistado na série do g1 com os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte. As entrevistas são realizadas ao vivo, às 14h30, até a próxima sexta-feira (30). Nesta segunda (26), foi a vez de Carlos Viana (PL).
Liliana Junger entrevista candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte ao vivo no podcast Gerais no g1
‘Caixa preta’ do transporte público
Engler disse que, se for eleito, vai “abrir a caixa preta” da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) e da prefeitura como um todo. O objetivo, segundo ele, é redesenhar os contratos com as empresas de ônibus, que vencem em 2028.
“Eu quero auditar todos os contratos da Prefeitura de Belo Horizonte para identificar para onde está indo o dinheiro do belo-horizontino. A partir daí, vamos ter uma relação de custo das empresas e como a gente pode viabilizar preço justo da passagem com o menor subsídio possível”, afirmou.
Ele falou que pretende investir na modernização do sistema de ônibus e aplicar a tecnologia, inclusive de inteligência artificial, na gestão semafórica, de tráfego e no monitoramento de ônibus.
O candidato citou o exemplo de São Caetano do Sul (SP), que fez parceria com empresas de tecnologia para a implantação de um sistema de videomonitoramento que observa o trânsito em tempo real – a cidade, no entanto, tem 165.655 habitantes, enquanto BH tem 2,3 milhões.
“É um modelo que funciona e a gente quer trazer para cá. Por que existe essa tecnologia lá, e aqui nós não podemos ter? Obviamente que vai ter uma adaptação a nossa realidade”.
Disse também que Belo Horizonte precisa retomar o “protagonismo” na Região Metropolitana para buscar a integração do transporte com outros municípios.
Em relação ao metrô, Bruno Engler afirmou que caberá ao próximo prefeito o cumprimento do cronograma das obras de ampliação da linha 2 e de construção da linha 2.
Ele negou que, como deputado, tenha feito pouco pelo metrô em BH.
“Nós participamos desse processo no governo de Jair Bolsonaro, eu sou aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro. A gente conversou com o ministro Tarcísio [Freitas, ex-ministro da Infraestrutura], com o próprio presidente, sempre reforçou essa demanda de Belo Horizonte, tanto é que fomos atendidos. […] Sempre foi uma demanda importante para nós aqui de belo horizonte, e nós trabalhamos, sim, nesse sentido”.
Parcerias privadas na educação
Engler disse que vai priorizar o aumento de vagas no ensino integral e o fim da fila por vagas na educação infantil, por meio da construção de novas escolas e de parcerias com a rede privada.
“Nós vamos fazer processos licitatórios para que mais escolas, mais creches privadas possam estar prestando serviço junto à prefeitura, e a prefeitura possa pagar a mensalidade de crianças de família de baixa renda”, afirmou.
Câmeras na Guarda Municipal
O candidato disse que a implantação de câmeras nos uniformes da Guarda Municipal não deve ser uma prioridade para a prefeitura. Para Engler, os agentes devem ter “liberdade para trabalhar”.
“A câmera corporal para qualquer agente de segurança pública é uma coisa que tem sido promovida aí país afora para quem desconfia dos nossos agentes de segurança publica, achando que eles praticam algum excesso, que às vezes são muito ríspidos para com os criminosos, e não é a visão que eu tenho. Eu tenho confiança nos guardas, quero que tenham liberdade para trabalhar”, declarou.
Ele completou que “sempre se opôs” à implantação de câmeras no fardamento da forças de segurança do estado, enquanto deputado.
“O que eu acho que pode vir a ser cabível é ofertar a câmera para quem quiser e ligar na hora que quiser. Não pode entrar na atuação do agente de segurança pública tirando a privacidade dele”.
Ainda em relação à Guarda Municipal, Engler pretende que ampliar o efetivo para cerca de 4.000 – hoje são cerca de 2.490.
Modernização da saúde
Bruno Engler disse que quer modernizar a saúde em Belo Horizonte, por meio da implantação de um prontuário digital e integrado, da ampliação da telemedicina e da criação de um aplicativo em que os pacientes possam ter acesso, por exemplo, ao tempo de espera de cada unidade em tempo real.
Ele afirmou que ainda não tem estudos de quanto tempo levaria para a digitalização do sistema.
“A gente não tem um estudo de prazo. É uma coisa que a gente vai iniciar logo no primeiro mês de governo. […] Essa questão do sistema digital é algo que a gente planeja implementar nos primeiros anos de governo para que a coisa possa fluir de maneira mais organizada”.
O candidato falou que quer investir na atenção especializada nas unidades básicas de saúde “onde for possível”.
“A partir do momento que você consegue descentralizar para ter uma atenção especializada maior no ambiente de UBS, você também resolve um pouco o problema de fila na UPA, mas onde for possível, porque as UBS estão espalhadas por toda a BH, tem estrutura que cabe, tem estrutura que não cabe, então, dentro da realidade do atendimento”, disse.
Diversidade no secretariado
Em relação à definição de um eventual secretariado, Engler disse que o compromisso dele será com a “capacidade técnica” dos indicados, e não com a diversidade.
“A minha equipe vai ser de pessoas técnicas, capacitadas nas suas respectivas áreas, eu não tenho problema nenhum em indicar mulheres, negros, gays, quem quer que seja. Vão ser pessoas competentes”.
Ele disse que ainda não definiu a equipe que convidaria para assumir as secretarias municipais, se eleito, mas que já tem conversado com algumas pessoas.
“Não tenho ‘rabo preso’ com ninguém. A gente não vai fazer indicações de amigo de fulano, apadrinhado de beltrano, a gente quer pessoas capacitadas para prestar o melhor serviço possível para o belo-horizontino”, falou.