14 de novembro de 2024

PM que deu tapas e chutes em mulher durante abordagem no Paraná responde a processo contra outra vítima por agressão em delegacia

Em 16 anos de corporação, soldado Jader Camilo respondeu a pelo menos 13 inquéritos militares. Em um deles, foi acusado de ter agredido uma mulher que foi à delegacia procurar ajuda. Mulher leva tapas, é arrastada e puxada pelos cabelos por PM durante abordagem no Paraná
O policial militar Jader Camilo, filmado dando tapas e chutes em uma mulher de 28 anos em Itambaracá, responde a um processo militar por agressão contra outra vítima. O caso, registrado em abril de 2022, foi dentro de uma delegacia e teve como vítima uma mulher que procurava ajuda.
No sábado (24), o policial foi filmado, por uma cliente de um bar, cometendo as agressões durante uma abordagem policial. Ele estava no local para atender a uma ocorrência de perturbação de sossego. Conforme a PM, ele foi afastado do serviço de patrulhamento. Entenda mais abaixo.
A defesa do policial disse que não vai se manifestar.
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A RPC teve acesso ao processo contra Jader Camilo pelo caso de 2022. Segundo o Portal da Transparência do Governo do Paraná, ele está na corporação há 16 anos, desde 2007.
Na época, uma mulher de 22 anos foi levada ao pelotão da PM em Andirá (120 km de Londrina) após ser ameaçada pelo ex-companheiro.
Conforme o processo, o soldado Jader Camilo, que estava de plantão no pelotão, agrediu a mulher na delegacia, erguendo-a pelos braços, pegando-a pelo pescoço e a arremessando contra a parede.
A agressão, de acordo com a promotoria do Ministério Público, foi cometida após a mulher ter se recusado a sentar em uma cadeira diferente da que já estava.
Na época, a vítima passou por exames no Instituto Médico-Legal (IML), que identificou hematomas após a agressão. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto e nele foi constatado indício de crime militar. Por conta desse inquérito, o policial foi repreendido disciplinarmente e responde ao processo por lesão corporal.
Além desse caso, a RPC também apurou que o soldado Jader Camilo já teve 13 inquéritos militares instaurados contra ele na Corregedoria da PM por crimes de lesão corporal durante abordagens.
O g1 questionou a PM sobre o teor dos outros inquéritos militares abertos contra o soldado. Em nota, a Polícia Militar informou que a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp) assumiu a responsabilidade pelo caso.
O g1 entrou em contato com a Sesp e aguarda retorno.
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Policial militar responde a processo por agressão contra mulher
Novas agressões filmadas
Policial militar agrediu e puxou cabelos de mulher durante abordagem em Itambaracá (PR)
Divulgação
No vídeo gravado do caso mais recente, de Itambaracá, é possível ouvir o policial xingando as pessoas que estavam no estabelecimento e mandando abaixar o volume de um som.
Em outro trecho, o soldado aparece discutindo com a vítima, que leva dois tapas e um chute. Ela também é arrastada pelas pernas, puxada pelos cabelos e jogada na calçada.
A mulher, que teve hematomas pelo corpo, desabafou sobre o que passou. Ela também questionou a alegação de que havia som alto no bar.
“O que está mais dolorido é o meu joelho, mas fiquei com roxos nas pernas, minha cabeça está bem inchada também. Uma parte da minha costela, que foi na hora que eu caí na calçada, também dói bastante. A gente estava em um baile e depois fomos para o bar, mas não tinha som alto, não tinha nada.”
O g1 e a RPC tiveram acesso ao boletim de ocorrência registrado pelos policiais que atenderam o caso. No documento, não constam as agressões do policial contra a vítima.
Na segunda-feira (26), o governador Ratinho Junior (PSD) pediu esclarecimentos ao secretário de segurança pública, Hudson Teixeira, sobre as agressões.
Por meio de nota, sobre o caso de Itambaracá, o Comando Geral da Polícia Militar do Paraná informou que “tomou conhecimento do vídeo contendo imagens com indícios de irregularidades cometidas durante o atendimento de uma ocorrência”.
O documento afirma ainda que “a ação não reflete os valores e o profissionalismo da corporação, dedicada à proteção e ao bem-estar da população”.
O Ministério Público do Paraná (MPPR) disse apenas que vai acompanhar as investigações.
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