14 de novembro de 2024

Mar pode subir até 21 cm em duas cidades do RJ até 2050, aponta estimativa da Nasa citada pela ONU

Relatório da ONU divulgado nesta terça reúne dados que mostram riscos do aumento do nível dos oceanos. Documento cita estimativa da Nasa feita em 2020 que aponta riscos para duas cidades brasileiras. O distrito de Atafona, em São João da Barra, no norte do RJ.
Reprodução/TV Globo
Dois relatórios divulgados na segunda-feira (26) pela ONU apontam que o aumento da temperatura e do nível do mar representa um risco significativo de desastre global.
Embora as regiões do Pacífico devam ser as mais afetadas, o Brasil também enfrenta desafios. Em duas localidades no Rio de Janeiro — o distrito de Atafona, em São João da Barra, e a cidade do Rio de Janeiro — o nível do mar pode subir até 21 cm até 2050.
Entre 1990 e 2020, o nível do mar já aumentou 13 cm nessas áreas. Agora, as previsões indicam um aumento adicional de até 21 cm nos próximos 30 anos, ou 16 centímetros em média.
📝 Os dados são baseados em observações feitas pela Nasa, a agência espacial norte-americana, até 2020.
Segundo a ONU, essa elevação representa uma ameaça séria para regiões costeiras, especialmente em países em desenvolvimento, onde a infraestrutura pode ser destruída e a vida das pessoas, drasticamente afetada.
O aumento do nível do mar também representa um grande risco para os chamados Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês), que enfrentam erosão de terras, destruição de infraestruturas e a possível perda de habitabilidade devido à concentração de pessoas e ativos em áreas costeiras baixas.
Ainda de acordo com a agência, a mudança no nível do mar globalmente é uma das maiores preocupações e precisa ser enfrentada com urgência para evitar consequências devastadoras.
Berço de paisagens paradisíacas, ilhas do Oceano Pacífico, por exemplo, estão em risco. Elas podem ser completamente engolidas pelo avanço do mar, que vem subindo ano a ano, reflexo das mudanças climáticas.
Ilhas como Maldivas, Tuvalu, Ilhas Marshall, Nauru e Kiribati estão na lista dos lugares na Terra que podem desaparecer, reflexo da ação humana. Com muita natureza preservada e sem muitas indústrias, essas áreas são responsáveis por apenas 0,02% das emissões globais anuais de CO2, mas estão sendo vítimas das emissões do mundo todo.
O excesso de gases que causam o efeito estufa está tornando a Terra mais quente. Eles são liberados com a queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo. Na atmosfera, esses gases aprisionam o calor, fazendo com que a temperatura fique cada vez mais alta.
Apesar das ilhas no Pacífico terem pouca participação nesta emissão, a atmosfera é única. Ou seja, tudo que é emitido e chega a essa camada afeta a todos de forma global.
Nos últimos anos, as concentrações desses gases têm se tornado cada vez maiores ano a ano. (Veja o gráfico abaixo)

E você pode se perguntar: qual a relação entre as emissões e o aquecimento dos oceanos?
➡️ A Terra está ficando mais quente e os oceanos têm papel fundamental para reduzir os impactos desse aumento da temperatura porque eles absorvem 90% de todo esse excesso.
Durante o El Niño, por exemplo, que aumenta a temperatura dos oceanos, os mapas mostraram um aquecimento acima da média pelo mundo. (Veja o mapa abaixo)

Todo esse calor é o que causa o aumento do nível do mar e isso acontece em dois processos:
🔥 Quando a temperatura das águas aumenta, seu volume também aumenta. Ou seja, ele se expande, elevando o nível. Essa reação representa 40% da causa do aumento do nível do mar.
🔥 Isso se soma ao derretimento das calotas polares. Mais quente, o oceano faz com que a camada de gelo se derreta se transformando em mais água e, portanto, aumentando o nível dos mares.
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