21 de setembro de 2024

À GloboNews, Pablo Marçal diz pela 1ª vez que fará teste antes de implantar teleférico e admite que ficou preso de 3 a 4 dias

Na estreia da série de sabatinas, candidato a prefeito de SP pelo PRTB falou também que se sente constrangido com acusações ao presidente do seu partido e que Justiça Eleitoral o censurou ao suspender suas redes sociais. Pablo Marçal (PRTB) na GloboNews
Reprodução/GloboNews
O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, afirmou em entrevista à GloboNews pela primeira vez que será preciso fazer um teste para analisar a viabilidade da implantação de teleféricos nas comunidades da capital paulista, proposta de governo divulgada por ele desde o começo da campanha eleitoral.
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Marçal abriu na noite da segunda-feira (26) a série de entrevistas da GloboNews com os candidatos a prefeito da capital paulista no “Central das Eleições”. As sabatinas são conduzidas por Natuza Nery. Acontecem ao vivo, começam às 22h30 e têm 1h30 de duração.
Os comentaristas Gerson Camarotti, Julia Duailibi, Andréia Sadi, Daniela Lima e Mônica Waldvogel fazem perguntas aos candidatos.
Na entrevista, o candidato ressaltou que a ideia é que seja feita uma Parceria Público-Privada e citou sobre a importância de se realizar um MVP, sigla em inglês para “Minimum Viable Product” ou “Produto Mínimo Viável”, que é quando o empreendedor oferece o mínimo de funcionalidades para conhecer na prática a reação do mercado, a compreensão do cliente e se ele soluciona o problema do consumidor.
“Quero transformar as comunidades em centros gastronômicos, hoteleiros, empreendedorismo. É fazer um circuito entre as comunidades para termos investimentos nesses lugares e você não vai pagar nem a prefeitura. Vai ser uma Parceria Público-Privada. Não é a solução de trânsito da cidade […] na verdade isso é para a comunidade porque ninguém quer investir na comunidade porque aquilo lá é um sequestro da esquerda.”
“Eu quero fazer um MVP [Minimum Viable Product/ Produto Mínimo Viável] em uma comunidade e o povo falar: ‘Isso aqui funciona’. Pegar a que tem mais necessidade. Vamos pegar Paraisópolis, por exemplo. Vamos escolher uma, que ainda não está escolhida, e vamos falar: ‘Vocês aprovaram?'”
E complementou: “O problema do gestor público que faz contrato de R$ 20 bilhões, R$ 30 bilhões na prefeitura é que ele não testa. O gestor público precisa fazer MVP das coisas. Inclusive não vai custar nada para a prefeitura, não sei qual a dor disso. Imagina um transporte de 20 quilômetros por hora, é ecológico e silencioso. Claro que tem que testar, é que nem namoro. Você tem que namorar para ver se presta, depois vai para o noivado e depois você casa. Tem que ser testado, viabilizado. Sou inteligente suficiente para remover a ideia”.
“É só para as comunidades, quero abençoar as comunidades. E se de alguma forma não for viabilizado, está tudo bem. Não sou um jumento que quero fazer uma coisa e vou obrigar o povo a fazer. Não quero sequestrar o povo em uma ideia. Quero investir, testar e, se funcionar, a gente amplia.”
Prisão na PF
Central das Eleições Entrevista – Pablo Marçal (PRTB)
Ainda durante a entrevista, Marçal foi questionado sobre a condenação por furto qualificado em 2010, em primeira instância.
A condenação, no caso, foi em relação à Operação Pégasus, deflagrada pela Polícia Federal em 2005 e que teve como objetivo desmantelar uma quadrilha especializada em invadir contas bancárias por meio da internet.
Na época, o jornal Folha de S.Paulo divulgou que a ação aconteceu simultaneamente nos estados de Goiás, Pará, Distrito Federal, Tocantins, Maranhão, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo.
Ainda segundo o jornal, a investigação da PF afirma que, além de fazer a manutenção dos computadores da quadrilha, Marçal operava um programa responsável por captar emails para os quais seriam enviados spams.
Pablo Marçal admitiu à GloboNews que chegou a ficar de 3 a 4 dias preso na Superintendência da Polícia Federal em 2005. Porém, negou saber do esquema e disse que atuava apenas fazendo manutenção de computadores para um dos envolvidos.
“Quando isso aconteceu eu ganhava R$ 350 para ajudar em casa. Está aqui minha carteira de trabalho, meu segundo emprego numa empresa de call center. Nunca fiquei pagando para bandido, ladrão. Trabalhei para esse cara, foi pastor na igreja que frequentava e tinha nível de confiança. Eu precisava ganhar R$ 350.”
E emendou: “Eu lamento precisar ter consertado os computadores desse canalha. É uma pena muito grande, uma mancha na minha história. Não tenho um pingo de vergonha. Ano que vem vai fazer 20 anos disso. É o que eu falo, se você quiser pegar uma situação de 20 anos atrás, vamos ter que relembrar o presidente Lula. Todas as vezes temos que relembrar quem teve processo porque o do Lula foi esses dias, agora. Cumpriu cadeia esses dias. Estamos falando de coisa minha 20 anos atrás”.
“Estão colocando pressão no partido, está todo mundo contra mim e está tudo certo. Derrubaram minhas redes sociais. Tudo contra mim. Estou achando que estou no seriado ‘Todo Mundo Odeia o Cris’. Eu quero ajudar, cresci no trabalho honesto. Aconteceu esse episódio, ganhei R$ 350 e me ferrei. Aprendi demais e odeio injustiça. Não tenho vergonha e já tinha falado na internet.”
“Fui injustiçado, muita coisa que fiz na vida foi bobeira minha mesmo, todo mundo erra. Temos um presidente que fez a maior quadrilha, desviou mais de um trilhão, e vocês estão pegando que eu peguei R$ 350 para ajudar na minha casa? Fiquei três ou quatro dias na Superintendência da Polícia Federal”, admitiu.
Emprego
Pablo Marçal fala sobre relação com Bolsonaro e diz que direita não está rachada
Marçal disse que vai facilitar a criação de 2 milhões de empregos na periferia da capital, ampliar a educação integral para crianças a partir de 6 anos, afirmou que a direita “não tem dono” e que em eleição “vale tudo”.
O empresário prometeu que, “em 1.460 dias” de mandato, se eleito, “nós, empresariado, porque governo não gera [empregos], tem que facilitar a geração, a gente gera 2 milhões de empregos. Quero criar um cinturão de 120 km de empresas, vou fazer convênio com o governo do estado”.
Questionado sobre educação, afirmou que irá expandir o ensino integral para todas as crianças com mais de 6 anos nos quatro anos de governo.
“Mais de 50% dos lares são liderados por mulheres, que não têm onde deixar os filhos”, afirmou. E seguiu: “A ampliação tem que ser progressiva. Nós vamos progredir nisso. ‘Ah, vamos resolver o problema da Cracolândia’. Não vai agora. É progressão, vou ter de cumprir o que falaram que iam fazer. [Teremos] 100% das crianças em tempo integral em quatro anos. Tem como porque progressão é enxugar a máquina, que precisa de eficiência. Se não, não consigo fazer isso. Reuniões serão como esta, serão transmitidas ao vivo.”
A respeito da direita brasileira, ele afirmou que ela “não está rachada” e também “não tem dono”. “Bolsonaro tem meu respeito”, afirmou, ao citar o ex-presidente como o principal líder do grupo político atual, a despeito de ele não apoiar sua candidatura. “Eu cheguei aqui sozinho, sem padrinho político, sem coligação política, sem dinheiro público e, agora, sem redes sociais”, disse.
“Na eleição, vale tudo”, comparando a campanha com uma “guerra”. Segundo Marçal, eles almoçaram juntos recentemente e o ex-presidente teria dito que “não tem como voltar atrás” na decisão do apoio em São Paulo. “Ele [Bolsonaro] vai falar de tudo para defender o candidato”, finalizou, sobre Ricardo Nunes (MDB), que é apoiado pelo ex-presidente.
Questionado sobre acusações ao presidente do seu partido de envolvimento com a facção criminosa PCC e o que tem feito para “limpar” a legenda, afirmou que não é presidente nem dono do partido, que entrou no partido “de última hora” e que todos têm direito à ampla defesa. “Tenho que partir disso, não vou condenar o cara [Leonardo Avalanche, presidente do PRTB]” e “não sou polícia”, ressaltou.
Avalanche foi flagrado em conversas com um membro da legenda dizendo ter ligações com o PCC e responde uma ação na Justiça Eleitoral na qual é acusado de coação, ameaça de morte, fraude e suborno.
“É constrangedor falarem que o partido é do PCC. Não tenho ligação nenhuma, zero”, afirmou. Disse que gostaria que acusados sejam afastados se forem culpados. “Se o partido fosse meu, estavam afastados até a apuração.”
Marçal negou que Avalanche ou indicados do PRTB façam parte de seu governo, caso se eleja em outubro: “Nas minhas empresas não trabalha parente nem competente, não quero ninguém assim, vou atrás de gente competente”.
Pablo Marçal e Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB acusado de ligações com o PCC em SP.
Reprodução/Instagram
Suspensão de perfis
Sobre a decisão da Justiça Eleitoral que determinou a suspensão das redes sociais de Marçal após acusações de “monetização dos cortes”, o que desrespeitaria o equilíbrio da disputa eleitoral, segundo a sentença, o empresário se disse vítima de “censura prévia” e “injustiça”.
“Respeito a decisão do juiz porque estão lidando agora, pela primeira vez, com quem entende de rede social”, afirmou, completando que o magistrado deveria ter aplicado multa em vez de suspender perfis.
“Eu não pus [dinheiro nos cortes de vídeos distribuídos nas redes]”, assegurou. “Eu tenho que soltar conteúdo, não coloquei dinheiro nessa eleição.”
Onde ver as sabatinas
Candidatos à Prefeitura de São Paulo são entrevistados esta semana na GloboNews
Divulgação
Datas das entrevistas:
Terça (27): Ricardo Nunes (MDB);
Quarta (28): Guilherme Boulos (PSOL);
Quinta (29): Tabata Amaral (PSB);
Sexta (30): José Luiz Datena (PSDB).
Para assinantes da GloboNews nas operadoras de TV, as sabatinas são transmitidas para todos os estados, com exceção do Rio, que assiste à sabatina com candidatos da capital fluminense.
Para assinantes Globoplay + canais, há um sinal para assistir às entrevistas ao vivo:
São Paulo
Rio de Janeiro
GloboNews entrevista candidatos a prefeito do Rio e de São Paulo

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