20 de setembro de 2024

STJ solta chefe do tráfico internacional de drogas na fronteira entre Brasil e Paraguai

Antônio Joaquim Mota foi preso em fevereiro deste ano enquanto dirigia um carro de luxo, em Ponta Porã (MS). O suspeito é um dos chefes do ‘Clã Mota’, grupo responsável por abastecer o PCC com drogas. Antonio Joaquim Mota foi preso em fevereiro deste ano, em Ponta Porã (MS).
Reprodução
Cerca de seis meses após ser preso em Ponta Porã (MS), Antônio Joaquim Mota, de 64 anos, foi solto após decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). À época, “Tonho” – como é conhecido – foi preso em fevereiro deste ano por tráfico internacional de drogas, posse e tráfico ilegal de arma de fogo e organização criminosa.
A decisão de soltura foi concedida pelo ministro do STJ Reynaldo Soares da Fonseca no dia 15 deste mês. O g1 teve acesso ao alvará de soltura nesta quarta-feira (28). A defesa de Tonho pediu no STJ um habeas corpus, mas o pedido foi rejeitado.
Entretanto, no mesmo despacho, o ministro determinou a soltura dele a partir do princípio do contraditório, oferecendo o relaxamento da prisão preventiva do suspeito de tráfico internacional de drogas. No alvará de soltura, Fonseca afirma que a defesa de Tonho não foi intimada para apresentar contrarrazões no processo do Ministério Público Federal (MPF) que deu origem ao pedido de prisão do suspeito.
“Ademais, a Corte Regional não declinou qualquer motivação no sentido da urgência ou do perigo da ineficácia da medida, que pudessem justificar a supressão das contrarrazões defensivas. Nesse contexto, ‘fixada a premissa da imprescindibilidade da efetiva apresentação de contrarrazões pela defesa para o julgamento de recurso em sentido estrito, nos termos da jurisprudência desta Corte, é forçoso concluir que a resposta pela defesa não constitui mera formalidade, mas deve de fato oportunizar a manifestação a respeito de toda a matéria a ser decidida'”, detalha o ministro.
Fontes ligadas à operação de prisão e investigação apontam que Tonho é um dos principais elos de uma organização criminosa responsável por controlar o tráfico internacional de drogas entre Brasil e Paraguai. A apuração do MPF também indica a ligação do narcotraficante com o Primeiro Comando da Capital (PCC), como sendo chefe do grupo responsável por abastecer a facção com drogas.
Tonho é pai de Antônio Joaquim Mota, o “Dom”. O filho do suspeito fugiu de helicóptero um dia antes de a Polícia Federal deflagrar operação que pretendia prendê-lo, em 30 de julho do ano passado.
Prisão em carro de luxo
Traficante foi transferido de Ponta Porã para Campo Grande
O megatraficante Antônio Joaquim Mota foi preso enquanto dirigia um carro de luxo avaliado em quase R$ 1 milhão.
Tonho, como é conhecido entre os criminosos, foi preso por tráfico internacional de drogas, posse e tráfico ilegal de armas de fogo e organização criminosa. No mesmo dia, o suspeito foi transferido de Ponta Porã para Campo Grande de helicóptero. (Veja o vídeo acima).
O suspeito dirigia uma BMW X6 quando foi preso na cidade que fica na linha de fronteira entre o Brasil e Paraguai. O carro é avaliado em mais de R$ 700 mil.
O ‘Clã Mota’
Chefão do tráfico que escapou da PF ostenta luxo na web
“Tonho”, que foi preso, é pai de Antônio Joaquim Mota, o “Dom” ou “Motinha”. Pai e filho possuem o mesmo nome. O filho do suspeito fugiu de helicóptero um dia antes de a Polícia Federal deflagrar operação que pretendia prendê-lo, em 30 de julho do ano passado.
Motinha segue foragido por tráfico internacional de drogas. Segundo as investigações, a família Mota permeia as estruturas do crime organizado na fronteira e é uma das responsáveis por distribuir drogas produzidas no Paraguai a outros países.
O “Clã Mota” é composto pelo pai Antônio Joaquim da Mota, o Tonho, e o filho Dom, além da irmã Cecyzinha Mota, e a mãe Cecy Mota, investigadas por lavagem de dinheiro. A família tem relações próximas com outros líderes do narcotráfico. A família atua no crime desde 1970.
LEIA TAMBÉM
Megatraficante de MS foge da PF em helicóptero; autoridades suspeitam de vazamento
Prostitutas de luxo, compra de fuzis em Dubai, mercenários e plástica: veja contabilidade do megatraficante que fugiu da PF
Procurado pela Interpol com segurança ‘de guerra’: saiba quem é o megatraficante que fugiu da PF de helicóptero
A organização criminosa da família Mota, segundo informações obtidas pelo g1, se especializou no tráfico de cocaína.
Para a polícia, o “Clã Mota” constituiu organização criminosa que movimentou toneladas de cocaína do Paraguai para portos brasileiros, através das rotas do tráfico de Mato Grosso do Sul e depois para a Europa.
Dom, filho de Tonho, está na lista da difusão vermelha da Interpol, organização internacional que facilita a cooperação policial mundial e o controle do crime.

Mais Notícias