20 de setembro de 2024

GALERIA: imagens mostram fumaça que toma conta de Rio Branco em meio às queimadas

Capital do Acre teve a segunda pior qualidade do ar do país na manhã desta quarta-feira (28) e mês de agosto já supera o número de queimadas do mesmo período no ano passado. No Acre, a capital Rio Branco está coberta pela fumaça dos incêndios
Reprodução/TV Globo
O Acre chegou ao mês de agosto deste ano com uma piora drástica nos índices de queimadas. Antes mesmo do fechamento do mês, o índice já supera todas as marcas dos meses anteriores, com 1.540 focos até a manhã desta quarta-feira (28). Com isso, o número já superou o mês de agosto em 2023, que fechou em 1.388 focos.
📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp
Rio Branco teve a segunda pior qualidade do ar entre as capitais do país de acordo com a plataforma IQ Air, com média de 237 µg/m3 por volta das 8h, índice considerado muito ruim. A média da capital acreana ficou atrás apenas de Porto Velho, com média de 681 µg/m3.
Ranking de poluição do ar (8h – 28/08/2024)
Outra plataforma de acompanhamento da qualidade do ar mostrou que os três pontos de monitoramento em Rio Branco estavam com índices entre 55 e 150 µg/m3, que pode prejudicar a saúde do público em geral em caso de exposição acima de 24h, e que pode acarretar graves problemas para grupos de risco.
Plataforma mostra que os três pontos de monitoramento em Rio Branco mostram qualidade do ar prejudicial à saúde
Reprodução/Purple Air
Um boletim da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) mostrou que, na semana entre os dias 11 e 17 de agosto, a qualidade do ar ficou entre boa e muito ruim na maior parte dos dias nas regiões do Alto e Baixo Acre e Purus. Já nas regionais Tarauacá/Envira e Juruá a concentração de partículas variou de boa a moderada.
Ainda segundo o relatório, os municípios de Rio Branco, Bujari, Porto Acre, Xapuri, Assis Brasil, Brasiléia, Sena Madureira, Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus tiveram médias diárias de poluição acima da média recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é 15 μg/m³, segundo o documento.
Fumaça de queimadas cobre a Amazônia
Reprodução/DSAT/Inpe
“As queimadas influenciam no declínio da qualidade do ar, sendo associadas a impactos negativos à saúde humana. A Organização Mundial da Saúde – OMS, reporta que a exposição da população à poluição do ar tem sido associada a uma variedade de efeitos, em sua maioria relacionados a doenças respiratórias e cardiovasculares”, destacou.
O g1 produziu uma galeria com fotos que ilustram esse grave cenário e retratam o avanço da cortina de fumaça que encobre não só o estado do Acre, mas boa parte da Amazônia. Confira:
Fumaça das queimadas encobre capital do Acre
Pior mês do ano
Bombeiros enfrentam número crescente de queimadas em Cruzeiro do Sul
Seca de rios e igarapés, baixa umidade do ar e muitos focos de incêndios. Esta é a realidade do Acre no período em que a estiagem se intensificou ainda mais. É neste cenário que o estado chegou ao seu pior mês do ano em relação aos registros de queimadas, segundo monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Antes mesmo do fechamento do mês, o índice já supera todas as marcas dos meses anteriores. O total de queimadas detectadas em 2024 também já representa pouco mais de 31% do ano passado, quando o número fechou em 6.562 focos.
Queimada no bairro Vila Acre, no Segundo Distrito de Rio Branco
Arquivo pessoal
Cenário nos municípios
Corpo de bombeiros combate incêndio próximo a condomínio em Rio Branco
Arquivo pessoal
Dos mais de 1,5 mil focos detectados pelo monitoramento do Inpe em agosto até esta quarta, a maior parte foi registrada no município de Feijó, com 383. Os outros que compõem a lista dos três maiores em queimadas são: Tarauacá (247) e Cruzeiro do Sul (196).
Já os municípios da região do Alto Acre são os que menos queimam: Assis Brasil (13), Epitaciolândia (5) e Brasiléia (25).
Entre 1º de janeiro e 27 de agosto deste ano, ainda segundo o monitoramento do Inpe, o Acre já teve 2.087 focos.
O crescimento foi exponencial entre julho e agosto. O número de queimadas registrados, segundo o Inpe, ficou em 603 no mês passado. A variação foi de 123% a mais na comparação com agosto.
LEIA MAIS:
Acre tem o maior número de queimadas no mês de julho em oito anos
Falta de chuva e seca extrema do Rio Acre preocupam produtores da capital do AC: ‘Morrendo tudo por falta de água’
Seca severa: governo federal reconhece emergência em todos os 22 municípios do Acre
Seca intensifica isolamento e cidade no interior do AC decreta situação de calamidade pública: ‘população sofre’, diz Defesa Civil
A análise histórica dos dados também mostram que o alcance e a destruição provocadas por estes focos também preocupam. De acordo com um levantamento do projeto Acre Queimadas, que envolve diversos órgãos ambientais e pesquisadores, 2022 foi o segundo ano com maior área queimada mapeada desde 2005, quando foi registrado o ano mais crítico no estado.
“Em 2022, foram registrados 322.019 ha (3.220 km2) de queimadas em áreas antropizadas, cerca de 29% maior que no ano de 2021, ano com a segunda maior estimativa desde 2005. Aproximadamente 51% do fogo mapeado em 2022, ocorreu em áreas antropizadas consolidadas, desmatadas antes de 2021. Nestas áreas, o uso do fogo está possivelmente associado às práticas de manejo agropecuário (pastagens e agricultura anual ou perene). O restante das áreas afetadas pelo fogo, que contabilizam 49% do total da área queimada, foram detectadas em áreas desmatadas em 2021 e 2022, ou seja, o fogo foi utilizado para completar o processo do desmatamento”, destaca o relatório.
VÍDEOS: g1

Mais Notícias