20 de setembro de 2024

Facções criminosas movimentam quase R$ 8 bilhões por meios digitais

Uma operação do Ministério Público Federal, da Receita Federal e da Polícia Federal prendeu 14 suspeitos de movimentar bilhões em fraudes bancárias. Operação do Ministério Público, da Receita e da PF prende 14suspeitos de fraudes bancárias
Uma operação do Ministério Público Federal, da Receita Federal e da Polícia Federal prendeu 14 suspeitos de movimentar bilhões em fraudes bancárias.
Trinta carros de luxo foram para a garagem da Polícia Federal. A operação ocorreu na cidade de São Paulo e em mais 13 municípios do interior paulista – além de Belo Horizonte. Os alvos do esquema foram duas empresas que se apresentavam fintechs para oferecer serviços de bancos digitais.
“Empresas que se denominavam na internet e anunciavam serviços típicos de banco. Como contas bancárias, empréstimos, financiamentos. Além desse tipo de serviço, uma das empresas ofertava o serviço ‘conta garantida’. Para fugir de bloqueios judiciais, poderia abrir uma conta com eles. Isso trouxe para a gente indícios de lavagem de dinheiro”, diz André Almeida Ribeiro, chefe de inteligência da PF em Campinas.
Segundo a Polícia Federal, os bancos digitais investigados tinham contas em instituições financeiras de grande porte, bancos tradicionais. A conta aberta era dividida em subcontas, em que os titulares eram empresas de fachada e algumas que existiam de verdade. Elas faziam transações financeiras entre si e ficavam invisíveis ao sistema financeiro.
“Usuários dessas contas eram exatamente pessoas acusadas por crimes, com dívidas trabalhistas, dívidas tributárias altíssimas, que utilizavam desses serviços para não ter o patrimônio atingido”, afirma André Almeida Ribeiro.
Operação Concierge
Jornal Nacional/ Reprodução
A investigação mostrou também que transferências com valor alto não foram comunicadas ao Coaf – o Conselho de Controle de Atividades Financeiras – que combate a lavagem de dinheiro.
A Justiça determinou o cancelamento das atividades de 194 empresas usadas pela organização criminosa no esquema. A Polícia Federal calcula que a fraude movimentou cerca de R$ 8 bilhões.
“Nós chegamos a verificar dentro dessas contas ou subcontas, na verdade, movimentação do tráfico de drogas, movimentação de facções criminosas, movimentações de fraude em licitação, de corrupção. Ou seja, durante todo esse tempo, de forma invisível, o dinheiro circulava e alimentava toda a criminalidade”, afirma Edson Geraldo de Souza, delegado da Polícia Federal.
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