Dois casos foram registrados nos dias 19 e 26 de agosto. Vítimas são duas crianças, de 8 anos. Administrações acompanham ocorrências. Funcionária de Santa Bárbara foi afastada. Polícia investiga casos de agressão contra alunos autistas em Limeira e Santa Bárbara
Dois casos de agressão contra crianças, de 8 anos, com transtornos do espectro autista foram registrados em Limeira (SP) e Santa Bárbara d’Oeste (SP) em agosto deste ano em escolas municipais onde estudam. Segundo as mães das vítimas e os boletins de ocorrência, funcionários das unidades de ensino teriam sido responsáveis por agredir as crianças. -👆 Veja na reportagem, acima.
O primeiro caso ocorreu em Limeira no dia 19 de agosto. A segunda ocorrência foi registrada em Santa Bárbara d’Oeste, na última segunda-feira (26).
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À EPTV, afiliada da Globo para Piracicaba e região, as administrações municipais afirmaram que acompanham o caso. A Prefeitura de Santa Bárbara esclarece que há um procedimento administrativo que investiga a ocorrência e a inspetora envolvida segue afastada das funções.
Aluno com espectro autista, de oito anos, teria sido agredido por funcionário da escola em Limeira
Reprodução/EPTV
A Prefeitura de Limeira afirmou que acompanha o caso e abrirá uma sindicância, mas nenhuma atitude será tomada antes do processo administrativo. – 📝👇Leia mais, abaixo.
Limeira
Em Limeira, a agressão teria ocorrido na Escola Municipal Pastor Ismael Pereira, no Jardim Caeira. O boletim de ocorrência informa que a mãe foi buscar o filho após a aula e percebeu que ele estava com um hematoma na testa.
O garoto fica sempre sob cuidados de uma auxiliar de classe, que precisou ser conduzida a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) após ser mordida pela criança. Na ausência da auxiliar, o garoto ficou sob cuidados de um monitor, que teria sido o responsável pelos hematomas registrados na criança.
Ao ser questionado, o funcionário teria dito que a criança se machucou sozinha. Porém, a mãe informou que o filho disse que havia sido agredido pelo monitor.
Criança com espectro autista de 8 anos teria sido agredido por monitor de escola municipal em Limeira
Reprodução/EPTV
A mãe levou a criança para realização de exame de corpo delito, onde foram constatados hematomas no pescoço e no rosto. O caso está sendo investigado pelo 2º Distrito Policial de Limeira.
Em entrevista, a mãe explicou que, até o momento, a escola não explicou o que aconteceu com a criança.
“Procurei me informar com a professora que entrega ele, não me falaram. No outro dia procurei a diretora e ela me pediu mil e uma desculpas e não me falaram nada. E meu filho é verbal, ele fala. Ele falou o nome da pessoa (que o agrediu)”, conta.
Após a conversa com a diretora, a mãe conta que a criança apareceu com mais hematomas, no rosto, braço, pescoço, ombro e queixo. Na camiseta do uniforme garoto, também estão duas marcas de pés.
Prédio da Secretaria Municipal de Educação de Limeira (SP)
Divulgação
Prefeitura
A Prefeitura de Limeira informou, por meio da Secretaria da Educação, que acompanha o caso e abrirá uma sindicância para apurar o caso e que nenhuma atitude será tomada antes que o processo administrativo seja apurado.
Secretaria Municipal de Educação de Santa Bárbara d’Oeste
Fernanda Schmidt
Santa Bárbara
Em Santa Bárbara, o caso aconteceu na Escola Municipal Terezinha de Jesus Soares Quinália, no bairro Vista Alegre. O boletim de ocorrência informa que a agressão foi feita pela inspetora da escola durante o intervalo, que informou o ocorrido para a diretora.
O garoto estava na fila para pegar mais um copo de leite e disse que aquele seria o seu último. A inspetora teria dito “ainda bem” e o garoto respondeu a chamando de “doida”.
Após a resposta, a funcionária tentou segurar o braço da criança para levá-la a diretoria. Ele tentou morde-la e começou a bater os braços e pernas para não ser pego, então a inspetora o arranhou.
A mãe do garoto demonstra inconformidade com a situação e desabafa sobre como é difícil ver o filho passando por isso.
“Eu não entendo o porquê da ira da funcionária. Ele tá com medo de voltar pra escola por conta da funcionária, com medo de ser agredido de novo. Eu espero que tenha justiça, que não aconteça isso com outras famílias, porque eu vivi dias difíceis e eu não desejo pra ninguém.”
A Prefeitura de Santa Bárbara informou, por meio da Secretaria da Educação, que tomou todas as providências após o ocorrido e que foi aberto um procedimento administrativo para apuração do ocorrido. Durante a apuração a inspetora segue afastada das funções.
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