28 de dezembro de 2024

Número de mulheres na medicina dobrou na última década

Dados divulgados pelo Conselho Federal de Medicina refletem a realidade da Faculdade de Medicina FACERES. Dra. Aryella Silvestre Borges de Menezes Lourencin
FACERES/Divulgação
Por muito tempo, a medicina foi uma carreira predominantemente dos homens. No entanto, essa realidade tem mudado com as mulheres conquistando cada vez mais espaço. Nos últimos onze anos, o número de mulheres médicas quase dobrou no Brasil.
Em 2011, havia cerca de 141 mil profissionais do sexo feminino. Esse número saltou para 260 mil em 2022, segundo dados do estudo Demografia Médica no Brasil 2023, divulgado pelo Conselho Federal de Medicina.
Até 2025, as mulheres serão maioria entre os médicos do país, com previsão de alcançar 50,2% da categoria. O estudo também indica que essa tendência continuará nos próximos anos, com um crescimento projetado de 118% no número de mulheres médicas entre 2023 e 2035, enquanto o aumento entre os homens será de 62%.
Essa mudança representa um avanço significativo, resultado do esforço contínuo de milhares de mulheres que, diariamente, quebram barreiras e conquistam posições antes restritas ao sexo masculino. Um marco histórico recente foi a nomeação de Nísia Trindade como a primeira mulher a ocupar o cargo de Ministra da Saúde do Brasil desde a criação da pasta em 1953.
A Faculdade de Medicina FACERES, localizada em São José do Rio Preto, reflete essa realidade nacional. Em um levantamento recente, constatou-se que mais de 70% dos seus acadêmicos são do sexo feminino. No setor técnico-administrativo e no corpo docente, as mulheres também são maioria, representando mais de 65% dos profissionais.
Dra. Aryella Silvestre Borges de Menezes Lourencin, cirurgiã oncológica e professora da FACERES, conta que foi a primeira residente mulher na Santa Casa, os demais eram homens. “A mulher precisa provar o tempo que ela tem domínio da especialidade. Hoje, passados 10 anos da formação, no ambiente cirúrgico já temos mais mulheres, mas ainda é um ambiente essencialmente masculino e o preconceito diminuiu, porém é uma luta constante para se inserir no mercado de trabalho.”
“Mulheres e homens possuem formas diferentes de construir e administrar suas carreiras. As mulheres, na grande maioria, são mais dedicadas e conseguem administrar melhor o tempo entre família e profissão”, destaca Priscilla Hernandes, presidente do Centro Acadêmico e estudante da 21ª Turma da faculdade de Medicina FACERES.
Priscila Hernandez é presidente do Centro Acadêmico e estudante da 21ª Turma da faculdade de Medicina FACERES
FACERES/Divulgação
Para a pediatra e professora da FACERES, Dra. Mariana Morgan, a feminização da medicina traz benefícios significativos: “As mulheres são mais propensas a lidar com problemas sociais e psicológicos, com maior poder de escuta, o que melhora a relação médico-paciente e aprimora o ensino médico”.
Dra. Daiane Cassaro Pagani – Patronesse da 12° turma
FACERES/Divulgação
Dra. Daiane Cassaro Pagani, cardiologista e professora da FACERES, observa o aumento contínuo de mulheres ingressando nas faculdades de medicina. “É essencial que, desde cedo, as futuras médicas tenham uma visão clara dos desafios que enfrentarão como profissionais, mulheres, companheiras e mães. Conciliar a carreira médica com a vida familiar é desafiador, mas extremamente gratificante quando conseguimos equilibrar tudo com organização e definição de prioridades.”
Dra. Daiane Cassaro Pagani
FACERES/Divulgação

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