27 de dezembro de 2024

Acusados de matar diretor da OAB, mulher e filha por herança de R$ 7 milhões vão a júri popular no RJ

Família foi assassinada a tiros dentro de casa, em São Gonçalo, em 2017. Irmã da mulher é réu como mandante; o filho dela e mais dois jovens respondem como os executores. Wagner, Soraya e a filha do casal, Geovanna: assassinados em São Gonçalo
Reprodução/Facebook
Começou nesta quinta-feira (29) o júri popular dos quatro acusados de matar a tiros um diretor da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a mulher dele e a filha. O caso aconteceu em 2017.
Wagner da Silva, de 43 anos; a mulher dele, Soraya Gonçalves Resende, de 38; e a filha, Giovanna Resende Salgado, de 10 anos, foram assassinados dentro de casa, no Barro Vermelho, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.
Herança seria o motivo
As investigações apontam que o crime foi motivado por disputa de herança, avaliada em R$ 7 milhões. Simone Gonçalves Resende, irmã da mulher, é acusada de ser a mandante. O filho dela, Mateus Resende Calil, e outros dois jovens, Diego Moreira da Cunha e Gabriel Botrel de Araujo Miranda, são réus como executores do crime.
O julgamento começou por volta das 10h. Nesta quinta, são ouvidas testemunhas de acusação e de defesa. A sentença está prevista para sexta-feira.
O presidente da seção São Gonçalo da Ordem dos Advogados do Brasil, Eliano Enzo, disse ao G1 que Wagner da Silva não tinha inimigos e, por isso, não vê motivos para que alguém cometesse um crime tão brutal contra ele, a mulher e a filha. O diretor de eventos e conselheiro da seção, de 43 anos, sua mulher e a filha foram mortos a tiros no Barro Vermelho, no município da Região Metropolitana.
“Eu conheci o Wagner em uma audiência em que representávamos partes opostas. Desse diálogo, nasceu uma grande amizade e a ajuda dele foi fundamental para que eu fosse eleito presidente da Ordem aqui em São Gonçalo”, afirmou Enzo.
Ele acrescentou que Wagner jamais mencionou qualquer problema pessoal ou profissional: “Ele nunca falou sobre ser ameaçado ou molestado por ninguém. Não sei quem teria motivo para cometer essa atrocidade”.
O presidente da OAB São Gonçalo confirmou que os corpos serão velados na sede da entidade, no bairro Zé Garoto, na manhã deste sábado (18) e disse que representantes da Ordem estão acompanhando as investigações do crime.
Polícia encontrou mulher e filha já mortas
A mulher de Wagner, Soraya Gonçalves Resende, de 38 anos, e a filha, Giovanna Resende Salgado, de 10 anos, já estavam mortas quando a polícia chegou ao local. O advogado foi atingido por três tiros na cabeça, chegou a ser socorrido com vida e foi internado no Hospital Estadual Alberto Torres, mas morreu na unidade de saúde.
O 7°BPM (São Gonçalo) foi acionado durante a madrugada. No local, os PMs e bombeiros resgataram o pai com vida, mas constataram que a mulher e a filha do casal não resistiram aos ferimentos. Elas também foram baleadas. A perícia da Polícia Civil foi acionada e o caso ficou a cargo da Divisão Homicídios.
Em nota, a OAB-Rio lamentou o ocorrido. Veja abaixo a íntegra do comunicado.
“É com imenso pesar que a diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro (OAB/RJ), comunica o falecimento do diretor de Eventos da OAB/São Gonçalo, Wagner da Silva Salgado, de sua esposa, Soraia, e da filha, Giovanna, após ato de extrema violência que ocorreu dentro da casa da família, na madrugada desta sexta-feira, dia 17. A presidência da OAB/RJ já entrou em contato com a Secretaria Estadual de Segurança para exigir rapidez na investigação do bárbaro crime”.

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