10 de novembro de 2024

Presidente da Bolívia propõe mudança em regra de reeleição que tiraria Evo Morales da disputa

Luis Arce enviou proposta de referendo ao Tribunal Constitucional, que tem 15 dias para validar ou rejeitar. Presidente foi ministro da Economia de Morales. O ex-ministro Luis Arce e seu padrinho político, Evo Morales
Ronaldo Schemidt/AFP
O presidente da Bolívia, Luis Arce, enviou ao Tribunal Constitucional (TC) uma proposta de referendo para alterar a regra da reeleição presidencial no país. A informação foi divulgada na quarta-feira (29) pela Agência France-Presse (AFP).
Com a mudança proposta, o ex-presidente Evo Morales, de quem Arce foi ministro da Economia, ficaria fora da disputa em 2025, informou a agência. Ambos disputam a indicação do partido governista.
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Atualmente, a Constituição da Bolívia prevê a possibilidade de reeleição consecutiva apenas uma vez. Cada mandato tem cinco anos. O governo Arce quer saber se a população aceita que ela seja descontínua — depois de pelo menos um mandato presidencial e por um segundo e último mandato.
Com isso, Morales ficaria fora da disputa por já ter ocupado a presidência em três mandatos. Pela regra proposta, mesmo que não fossem consecutivos, não haveria a possibilidade de mais de dois mandatos.
Morales avaliou a consulta popular como uma nova tentativa do governo de tirá-lo da corrida presidencial. No ano passado, o TC o inabilitou a se candidatar em 2025, mas o ex-presidente tenta reverter essa sentença.
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O Tribunal Constitucional “recebeu a consulta do presidente”, informou na quarta uma fonte da corte, de acordo com a AFP. O prazo para análise da proposta de referendo, que também propõe o fim gradual do subsídio aos combustíveis importados, é de 15 dias.
O governo espera que os juízes validem o quanto antes sua iniciativa para que a consulta seja realizada em 1º de dezembro, quando acontecem as eleições judiciais para renovar os tribunais superiores, entre eles o Constitucional.
Morales, em publicação no X, afirmou que “o governo quer impor um referendo inconstitucional e antipopular a todo custo”. “O povo precisa que as suas autoridades tomem decisões com base na lei, na sua formação acadêmica e na interpretação da Constituição, e não devido a instruções ou pressões políticas”, disse.

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