26 de dezembro de 2024

Trimestre encerrado em julho tem menor nível de desemprego para o período desde 2012

O número de pessoas na informalidade também é recorde – quase 14 milhões – e mais de 19 milhões trabalham no comércio, outro recorde. Trimestre encerrado em julho tem menor nível de desemprego para o período desde 2012
Reprodução/TV Globo
O trimestre encerrado em julho teve a menor taxa de desemprego para o período desde 2012.
Depois de 8 meses de procura, a chance apareceu. Renan Henrique Pestana é vendedor há 14 anos, foi autônomo, mas estava buscando uma vaga no mercado formal. Na loja de equipamentos de corrida, finalmente conquistou todos os benefícios da carteira assinada.
“Eu recebo vale-alimentação que eu nunca tinha recebido, minha passagem certinha. Então, é muito bacana”, diz.
Trimestre encerrado em julho tem menor nível de desemprego para o período desde 2012
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A vitória do Renan foi semelhante à de tantos outros brasileiros que conseguiram um emprego nos últimos três meses. A taxa de desemprego divulgada nesta sexta-feira (30) pelo IBGE caiu para 6,8%. É o melhor resultado para um trimestre encerrado em julho desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2012. No trimestre anterior, encerrado em abril, o desemprego era de 7,5%. Em relação ao mesmo trimestre de 2023, foi uma queda de mais de um ponto percentual.
A taxa atual é muito próxima do que os especialistas chamam de pleno emprego.
“A indústria se recuperando, o comércio se recuperando, serviços se recuperando, se mantendo ainda aquecido, então isso mostra que essa atividade um pouco mais dinâmica favorece também o mercado de trabalho”, afirma Rodolpho Tobler, economista da FGV IBRE.
E o desemprego baixo veio acompanhado de outros recordes. São 102 milhões de pessoas trabalhando no país, e nunca tantos brasileiros tiveram carteira assinada: são 38,5 milhões de trabalhadores no mercado formal.
O número de pessoas na informalidade também é recorde – quase 14 milhões – e mais de 19 milhões trabalham no comércio, outro recorde.
A renda média do trabalhador brasileiro ficou em R$ 3.206, quase 5% maior do que um ano atrás.
Trimestre encerrado em julho tem menor nível de desemprego para o período desde 2012
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Emprego gera renda, que gera consumo, que gera produção, que gera mais emprego. Esse é o círculo do crescimento da economia, que os números desta sexta-feira (30) revelam. Mas junto com os recordes, vêm também os desafios para que essa roda continue girando.
O próximo obstáculo a ser superado é o aumento da produtividade para equilibrar oferta e demanda e tentar evitar a inflação.
“Quando a gente tem um mercado de trabalho muito aquecido, o grande problema é que a gente acaba também tendo um poder de compra cada vez mais forte na população, e isso pode acabar se desdobrando para a própria inflação. Acho que o grande ponto é a gente conseguir recuperar empregos formais de maior produtividade, porque aí, ela acaba diminuindo um pouco esse risco da inflação”, diz o economista da FGV IBRE.
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