Em todo o estado foram 20.547 registros oficiais da doença em SP no ano passado. O grupo mais afetado pela doença em 2023 foram as pessoas da faixa etária entre 20 e 59 anos, com 15.787 casos no ano. Cobertura vacinal em SP foi de apenas 68,81% no período. Casos de tuberculose crescem quase 10% na cidade de SP em 2023; alta no estado foi de 7,1%
O número de casos de tuberculose cresceu quase 10% na cidade de São Paulo em 2023, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Foram 7.217 casos registrados na capital paulista no ano passado, contra 6.572 registro no ano de 2022. Alta de 9,8% no período.
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Em todo o estado de SP o crescimento de casos registrados da doença foi de 7,1% entre 2022 e 2023. No total, a SES registrou oficialmente 19.184 casos em 2022 contra 20.547 em todo o ano passado.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, até o início de março de 2024, o estado já tinha o registro oficial de 947 caso de tuberculose na cidade de São Paulo. Já no estado, no mesmo período, são 2.971 casos, segundo a saúde estadual.
Casos de tuberculose registrados no estado de São Paulo em 2024.
Reprodução/TV Globo
“O estado de São Paulo adota diversas medidas para prevenir e combater a tuberculose. Anualmente, são realizadas duas campanhas de busca ativa de sintomáticos respiratórios, onde há uma grande mobilização dos serviços de saúde e unidades do sistema prisional para investigação da tosse e rastreamento da tuberculose”, disse a SES.
“Nestes períodos, há um trabalho intenso dos laboratórios para liberação do resultado dos exames em um curto período de tempo para início precoce do tratamento daqueles que receberem resultado positivo”, completou.
Idades mais afetadas pela doença
Dos 20.547 casos registrados no estado de SP em 2023, ao mesmo 14.292 registros da doença foram em homens e 6.255 em mulheres.
Na divisão por idades, os números da secretaria estadual são os seguintes:
Casos de Tuberculose no Estado de SP
Cobertura vacinal abaixo
Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal de BCG (vacina que previne contra os casos de tuberculose miliar e meníngea) está abaixo da meta em todo o estado de São Paulo.
A taxa de cobertura em 2024 é de 57,94% e a meta é de 90% – em 2023 a taxa foi de 68,81%.
Cobertura vacinal da vacina contra a tuberculose no estado de SP.
Reprodução/TV Globo
Na capital paulista, a taxa de cobertura do imunizante BCG, em 2023, foi de 90,94%, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Nas demais cidades da Grande São Paulo, nove cidades estão abaixo da meta de cobertura vacinal de BCG, onze cidades têm 90% ou mais de taxa percentual de cobertura vacinal, as outras 19 não responderam.
“As 471 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital são a porta de entrada para o acolhimento e tratamento para tuberculose na capital. Nelas são realizadas ações de busca ativa para os sintomáticos respiratórios com coleta de escarro para diagnóstico, consultas e exames mensais, avaliação de contatos, entrega de medicamentos e tratamento diretamente observado (TDO), enquanto a medicação é administrada diariamente por um profissional de saúde da unidade, no período mínimo de seis meses, realizado em duas fases: intensiva, com duração de dois meses; e de manutenção, com duração de quatro meses”, disse a secretaria municipal de saúde da capital.
Diagnóstico e tratamento da doença
A tuberculose é uma doença infecciosa causada por um micróbio chamado bacilo de Koch. É uma doença contagiosa, que passa de uma pessoa para outra.
A doença que atinge principalmente os pulmões, mas pode ocorrer em outras partes do nosso corpo, como nos gânglios, rins, ossos, intestinos e meninges.
Quando o doente tosse, fala ou espirra ele espalha no ar gotas pequenas, mas muito pequenas mesmo com o micróbio. Aí, uma pessoa com boa saúde, que respire este ar, pode levar este micróbio para o seu pulmão.
O contágio acontece da seguinte forma: o micróbio da TB (bacilo de Koch) penetra no organismo das pessoas pela respiração. Portanto, a tuberculose não se transmite pelo sexo, pelo sangue contaminado, pelo beijo, pelo copo, pelos talheres, pela roupa, pelo colchão. A doente só se transmite pelo ar.
Especialista fala dos sintomas e cuidados da tuberculose
Para diagnosticar a tuberculose, o estado de São Paulo afirma possuir a disponibilidade dos seguintes exames: baciloscopia de escarro, teste rápido molecular e cultura.
Complementar a estes exames, pode ser realizada a radiografia de tórax. Para a população vivendo com HIV com Linfócitos T-CD4+ abaixo de 200 células/mm, está disponível também o teste LF-LAM nos hospitais e Serviços de Assistência Especializada.
Segundo a secretaria da Saúde, o tratamento da tuberculose é realizado na rede pública de saúde com duração mínima de 6 meses. O uso de medicamentos deve ser, preferencialmente, observado por um profissional de saúde.
“Caso o munícipe identifique sintomas, como tosse há mais de três semanas, deve procurar a UBS mais próxima da residência para avaliação médica e diagnóstico”, disse a saúde municipal da capital.
Na cidade de SP, os munícipes podem procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência na plataforma Busca Saúde, disponível no link: http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br .
Erradicação da doença
O estado também diz que tem um Plano Estadual de São Paulo pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública: 2022 a 2025.
As metas deste plano são reduzir o coeficiente de incidência e o número de mortes por tuberculose. Para isso, há as recomendações de ações dentro de 3 pilares: prevenção e cuidado integrado centrado na pessoa; políticas arrojadas e sistema de apoio; e intensificação de pesquisa e inovação.
“A tuberculose é uma doença determinada socialmente, ou seja, a condição de saúde de cada pessoa é diretamente influenciada pelos fatores socioeconômico-ambientais. Desta forma, ela afeta pessoas com maior vulnerabilidade social e, por isso, transcende o setor da saúde. É importante que os profissionais de saúde identifiquem essa característica e encaminhem o paciente aos serviços de apoio, como por exemplo, o Serviço de Assistência Social”, disse a SES.
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Plano Municipal pela Eliminação da Tuberculose
A Prefeitura de SP também diz que tem um Plano Municipal pela Eliminação da Tuberculose, lançado em 2022. O objetivo do programa é intensificar as ações de enfrentamento contra a doença e é composto por pilares de prevenção, diagnóstico oportuno, cuidado integrado, políticas arrojadas e sistema de apoio e incentivo à pesquisa e inovação.
Todas as estratégias estão disponíveis no link: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/tuberculose/index.php?p=337876.