O crime ocorreu em 9 de maio, na cidade de Ilha Solteira (SP). O acusado usou um travesseiro para matar a companheira asfixiada. Taila De Souza dos Santos (à esquerda) e Victor Nogueira Carvalho (à direita); feminicídio ocorreu em Ilha Solteira (SP)
Arquivo pessoal
O Ministério Público de Ilha Solteira (SP) denunciou por homicídio qualificado o homem que matou a esposa asfixiada após ficar nervoso com a insistência da mulher em querer saber o porquê ele demorava tanto para chegar em casa.
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A denúncia tem como base o inquérito concluído pela Delegacia de Defesa da Mulher. Com a denúncia, começa o processo criminal que pode resultar na condenação dele pelo júri popular.
O crime aconteceu em 9 de maio na casa do casal, que vivia junto há cinco anos. No inquérito consta que o autor era agressivo e que constantemente ofendia a esposa de forma verbal e física. No entanto, não havia nenhum registro de ocorrência ou pedido de medida protetiva.
Segundo o inquérito, no dia anterior ao crime, o acusado Victor Nogueira Carvalho, de 24 anos, pegou o salário do mês e decidiu faltar do serviço naquela noite para gastar o dinheiro com droga e bebida alcoólica.
Incomodada com a demora do marido e sem receber notícias dele, a técnica de enfermagem Taila de Souza dos Santos, de 25 anos, passou a noite toda e o início da madrugada ligando insistentemente para o companheiro querendo saber onde estava.
Quando o acusado chegou em casa na madrugada, irritado com as ligações da esposa, o casal começou a discutir e brigar.
Em certo momento o autor usou um travesseiro para matar a companheira asfixiada. Segundo o laudo pericial, o autor sofreu vários ferimentos no rosto causados pelas unhas da mulher, que tentava se defender desesperadamente, mas não conseguiu.
Taila De Souza Dos Santos de 25 anos, que foi morta asfixiada dentro do próprio quarto em Ilha Solteira (SP)
Arquivo Pessoal
Ainda conforme a polícia, ao invés de chamar socorro para a vítima, o acusado ficou com o corpo da mulher em casa por cerca de 12 horas.
Nesse período, chegou inclusive a usar o celular da vítima se passando por ela, para ocultar o que tinha acontecido. Somente na tarde do dia 9 é que ele decidiu avisar a mãe dele que então acionou o resgate.
A delegada da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) Carolina Tucunduva da Silva, responsável pelas investigações, explica que o suspeito não se preocupou com a morte da vítima.
“O indiciado em nenhum momento da investigação apresentou preocupação com o desfecho fatal de sua companheira, pelo contrário, mais de uma vez fez questão de dizer que nada fez por ela, por medo de ser preso. Além disso, não apresentou qualquer reação ou emoção, nem mesmo quando lhes foram exibidas as fotos do local do crime e da companheira morta, demonstrando total desprezo pela figura feminina”, afirmou.
O acusado chegou a ser preso em flagrante, foi solto na audiência de custódio por ser réu primário, mas a promotoria de Justiça pediu e a justiça decretou a prisão preventiva dele, que continua preso e deve aguardar assim o julgamento.
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