Celebrado no primeiro domingo de setembro, dia ainda não tem apelo comercial, mas é apreciado pelas madrastas que se alegram com esse papel. ‘Eu tenho a honra de ser madrasta’, diz Clarice Rocha, de Brasília. ue
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O Dia da Madrasta é comemorado no primeiro domingo de setembro. Apesar de ainda não ter relevância comercial, para as mulheres que exercem esse papel a data carrega um sentido de reconhecimento. 🩷
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Historicamente, o papel das madrastas foi construído como um lugar de abuso e maus tratos. Contos de fadas como “Cinderela” e “A Branca de Neve”, reforçam o estereótipo de maldade das mulheres que assumem o papel de nova esposa do pai.
No entanto, a realidade passa longe dessa ideia. Clarice Rocha, de Brasília, é madrasta de Cecília e de Albert há quase 20 anos, e diz ter uma relação de muito amor com os enteados.
“Eu tenho a honra de ser madrasta, mas numa condição de quase confidente [dos enteados]. E eu sou muito honrada de ter os meus enteados. Eu honro muito esse papel”, diz Clarice.
Clarice diz que não sabia da existência do Dia da Madrasta. Mas, ao descobrir, conta que sentiu-se reconhecida. “Esse é um papel muito malhado, muito estigmatizado, pelos contos de fada”, diz Clarice.
A terapeuta parental Mari Camardelli diz que a comemoração do Dia da Madrasta é muito justa. “Já que a gente tem o dia dessa figura parental que é a mãe, a gente pode ter o dia dessa figura parental que é a madrasta, pra gente separar as duas coisas”.
No entanto, a terapeuta chama a atenção para os papéis de mãe e de madrasta, que não devem ser confundidos.
“A madrasta não é tipo uma mãe. Ela não é uma segunda mãe. Ninguém precisa de segunda mãe. A madrasta é a madrasta”, diz Mari Camardelli .
Respeito à individualidade
Clarice Rocha com o marido e os enteados
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Clarice Rocha conta que ama e respeita a individualidade dos enteados. “A gente tem conversas, eventualmente muito íntimas, tanto com um, quanto com outro. Inclusive, conversas que o pai deles não participa, porque a gente conversa sobre temas que são mais femininos”.
Clarice foi apresentada aos enteados quando eles ainda eram crianças, Cecília tinha 4 anos e Albert, 11 anos. Tempos depois, Cecília e Albert foram morar com o pai, e acabaram começando uma convivência diária que dura até hoje.
“A gente faz tudo juntos. Inclusive, há pouco eu fui com a Cecília no show do Paul McCartney, que eu dizia que eu não iria de jeito nenhum. Eles me estimulam a fazer coisas que eu não faria, mesmo como mãe. Então, como madrasta, eu tive o privilegio de participar da vida deles de uma forma muito intensa”, afirma.
‘Tamo junto’ 🤜🏽🤛🏽
Para terapeuta parental Mari Camardelli, a comemoração do Dia da Madrasta “dá o lugar e a importância das coisas como elas são”.
“Quando a gente escolhe entrar numa família com uma pessoa que já tem filhos, seja uma mulher, seja um homem, a gente tá dizendo isso, ‘tamo junto’. A gente vai criar e cuidar desses seres humanos juntos”, diz a terapeuta.
Para ela, a madrasta está presente na construção de um outro modelo de família. Isso está nos valores e no cuidado dispensados.
“Não importa de que barriga veio. A gente precisa fazer isso juntos”, afirma Mari Camardelli.
Para as madrastas, a ideia de um dia para celebrá-las é já um presente.
“Eu gosto da ideia. Gosto muito. Tem que honrar esse papel. Por trás desse papel tem um ser humano, então, eu vou ficar feliz de celebrar”, diz Clarice Rocha.
Dia da Madrasta é comemorado no primeiro domingo de setembro
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