20 de setembro de 2024

Startup goiana que usa mel de cacau para substituir açúcar é única brasileira em premiação da ONU

Empresa desenvolveu chocolate sem gordura e com baixas calorias. Fundador da empresa, Gustavo Henrique Rocha, afirmou que proposta é utilizar mel de cacau como substituto para açúcar. Mel de cacau é usado como substituto do açúcar por empresa do goiano Gustavo Rocha
Arquivo pessoal/Gustavo Rocha
A startup goiana Nutricandies é semifinalista em uma premiação da Organização das Nações Unidas que incentiva a alimentação saudável. Ao g1, o fundador da empresa, Gustavo Henrique Rocha, afirmou que a iniciativa transforma subprodutos em alimentos nutritivos. Segundo ele, a startup desenvolveu um chocolate sem gordura e com baixas calorias – entenda abaixo.
A Nutricandies concorre na categoria Startup Innovation em “Bom Alimento para Todos, Hoje e Amanhã”. O empresário Gustavo Rocha explicou que os subprodutos são resíduos agrícolas descartados, como cascas, polpas e líquidos de frutas e vegetais das lavouras. No caso do cacau, foco da Nutricandies, os subprodutos incluem o mel e a casca de cacau.
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Segundo Gustavo Rocha, a proposta é utilizar o mel de cacau como um adoçante nutritivo e substituto para o açúcar comum. O empresário explica que a ideia surgiu na adolescência, quando ele observava que suas irmãs mais novas, como muitas crianças, rejeitavam frutas, legumes e verduras, o que levou à preocupação com a chamada “fome invisível”.
“Essa ausência dos devidos nutrientes é chamada de fome invisível, um fenômeno que assola muitas pessoas no mundo todo. A partir de então, como jovem pesquisador, iniciei minhas pesquisas, onde desenvolvemos um método de utilizar extratos de frutas e vegetais para produzir chocolates mais nutritivos e saudáveis”, contou.
A startup trabalha diretamente com produtores para aproveitar o mel de cacau, obtido durante a secagem das amêndoas de cacau. Este mel normalmente é descartado por ser instável e propenso à fermentação.
Gustavo Rocha, que é engenheiro químico e mestre em engenharia de alimentos, desenvolveu métodos para estabilizar o líquido, que é rico em vitaminas e possui baixo índice glicêmico. O mel de cacau foi então utilizado como substituto do açúcar na fabricação de chocolates e cremes adoçantes. Um desses produtos é o primeiro chocolate zero gordura do mundo, conforme divulgado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) – a Nutricandies é uma empresa vinculada ao Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI/UFG).
Nutricandies
Por meio de um projeto de incubadoras da UFG, Gustavo desenvolveu a startup “Nutricandies”, com colaboração da equipe da universidade. O empresário conta que o produto levou cerca de dois anos até chegar na fase de comercialização.
Para chegar ao resultado atual, Gustavo fez testes com várias frutas e vegetais. “O processo de criação consiste em realizar diferentes fórmulas e dosagens do produto com essa finalidade. Para chegar a essa versão final, já testei o uso de outros vegetais, como estévia e alfarroba. Para finalizar o que se tornou, demorei cerca de dez meses”, disse.
O projeto de incubadora da UFG apoia o desenvolvimento de novos negócios nas áreas de consultoria, assessoria, infraestrutura e suporte financeiro e administrativo, permitindo que a startup tenha mais fôlego para gerir inovações tecnológicas. Para ser incubado, é necessário passar por um processo seletivo e pagar uma taxa simbólica mensal durante a residência.
Premiação
O prêmio visa reconhecer e apoiar startups que desenvolvem soluções inovadoras para enfrentar a insegurança alimentar de forma sustentável e promover dietas saudáveis. As áreas de interesse incluem: produção sustentável de gado, pesca e culturas; manejo responsável de florestas, zonas úmidas, solo e água; e expansão da energia limpa para transformar os sistemas agroalimentares de forma sustentável.
As startups participantes apresentam inovações que melhoram os sistemas agroalimentares e contribuem para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os premiados recebem:
Subsídio de viagem para a final do evento em Roma, na Itália, de 14 a 18 de outubro de 2024;
Um prêmio em dinheiro de até 15 mil dólares;
Treinamento virtual de comunicação para as apresentações finais no evento;
Acesso a um público global de jovens líderes e organizações dos setores público e privado, incluindo a rede das Nações Unidas;
Branding e promoção nas plataformas de comunicação do evento.
A próxima fase da premiação ocorrerá em setembro, quando as startups apresentarão seus projetos a uma banca semifinal. Os selecionados terão a oportunidade de subir ao palco da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em outubro.
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