Zagueiro do Nacional caiu no gramado durante a partida contra o São Paulo no último dia 22, foi internado e morreu cinco dias depois. Fantástico conversa com a mãe do jogador Izquierdo, que morreu depois de sofrer uma parada cardíaca em um jogo da Libertadores.
O Nacional-URU foi ao estádio do Morumbi para enfrentar o São Paulo pelo jogo de volta das oitavas de final da Conmebol Libertadores. Com a bola rolando, o time visitante perdia por 2 a 0, e assim, ia sendo eliminado do torneio. Até que no final do segundo tempo, o zagueiro Juan Izquierdo, que entrou no intervalo, passou mal e caiu em campo.
Sinal de alerta. De algo que havia, por protocolo, sido ensaiado antes do jogo começar.
Antes do apito inicial, enquanto os jogadores realizam o seu aquecimento, a equipe médica também faz a sua preparação: o protocolo da entrada da ambulância no gramado. Segundo o que diz a Fifa, quando qualquer jogador cair no campo sem ter tido contato com outro, será considerado como “sofrendo de Parada Cardíaca Súbita”.
Aos 39 minutos do segundo tempo do jogo, isso aconteceu. E em 15 segundos, a comissão técnica do Nacional já realizava o atendimento a Izquierdo. Segundos depois, o árbitro deu o sinal para que a ambulância entrasse em campo. E em mais 42 segundos, ela abriu as portas.
Em entrevista ao globoesporte, um representante da Conmebol disse que Izquierdo respirava e tinha pulsação quando entrou na ambulância. E sem parada cardíaca constatada, o desfibrilador não foi acionado e os médicos não fizeram manobras cardíacas. Ainda que, segundo o representante, existissem dúvidas sobre uma possível parada cardíaca, a decisão era da equipe médica.
Como foi o socorro ao uruguaio Juan Izquierdo, que morreu cinco dias após passar mal em campo no Morumbi.
Reprodução/Fantástico
Quatro cardiologistas foram ouvidos pelo Fantástico. Eles não quiseram gravar entrevista, mas todos entenderam que o atendimento pode ter confundido um problema cardíaco com um neurológico – convulsões.
O protocolo da Fifa é direto:
“Atividade semelhante a uma convulsão lenta deve ser considerada como uma parada cardíaca súbita, e não deve ser confundida com uma convulsão”.
O motivo: a parada cardíaca faz com que o sangue não leve oxigênio para o corpo, e as células começam a morrer. No entanto, o cardiologista Fabrício Braga reforçou a necessidade de se seguir o protocolo da Fifa.
“Se tiver muita dúvida, tentar reanimar uma pessoa que não está em parada cardíaca não vai causar nenhum mal para ela. Ao passo que deixar uma pessoa em parada cardíaca sem as manobras de compressão torácica é para definir o destino ruim dela”, explicou Fabrício.
Fabrício citou uma pesquisa da Sports Medicine Open que analisou 29 paradas cardiorrespiratórias. Todos os atletas que receberam desfibrilação e massagem cardíaca em menos de 3 minutos sobreviveram. Já os casos em que houve atraso de mais de 5 minutos resultaram em morte ou perda neurológica grave.
O trajeto entre o estádio do Morumbi e o hospital Albert Einstein foi de menos de 15 minutos. Lá, o coração do uruguaio foi ressuscitado com desfibrilador e manobra. No entanto, ele piorou durante os cinco dias em que esteve na UTI e teve a morte cerebral constatada.
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O zagueiro Juan Izquierdo, de 27 anos, do Clube Nacional do Uruguay.
Reprodução/Clube Nacional do Uruguay/Instagram
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