13 de janeiro de 2025

Vazão do Corumbataí, rio que abastece 80% de Piracicaba, cai pela metade; entenda o porquê

Reservatório teve queda de 53,6% e Rio Piracicaba, que também fornece água para a metrópole, registrou redução de 31%. Principal reservatório de água de Cosmópolis está com 22,5% da capacidade
A vazão do Rio Corumbataí, responsável por mais de 80% do abastecimento de Piracicaba (SP), caiu pela metade neste mês: houve redução de 51 mil litros por segundo para 23 mil litros por segundo, o que representa uma queda de 53,6%.
Já o ponto de captação do Rio Piracicaba, que também fornece água para consumo na metrópole, teve redução de 31%, segundo a prefeitura. O número caiu de 165 mil litros por segundo para 112 mil.
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Vista aérea dos rios Piracicaba e Corumbataí
Reprodução/EPTV
🌞💧 Estiagem e calor
Segundo o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), o motivo para a redução é o período atípico de estiagem que diminui a vazão dos rios e aumenta o tempo necessário para tratar a água. Além disso, as altas temperaturas fazem o consumo subir, o que implica em uma recuperação mais lenta dos reservatórios.
O professor de hidrologia e gestão de recursos hídricos da Unicamp Antônio Zuffo explica que neste verão choveu menos do que o esperado. Por isso, não foi possível os mananciais recuperarem o volume necessário para permitir mais captação.
“Nós temos nesses últimos três vezes precipitações bem abaixo e isso vai impactar o abastecimento de água das cidades que não possuem reservatório de regularização ou aquelas que não são atendidas pelo Atibaia ou Jaguari que são regularizados pelo sistema Cantareira”, explica o especialista.
Além disso, a perspectiva para os próximos meses não é muito animadora, já que está prevista a ocorrência do fenômeno La Niña.
“Quando o La Niña ocorre, ele reflete em uma diminuição das precipitações. Então nós podemos ter um outono, inverno, primavera e verão menos chuvosos do que o normal, e isso pode impactar o abastecimento”, diz Zuffo.
Estação de Tratamento de Água (ETA) em Piracicaba (SP)
Reprodução/EPTV
📍 Áreas afetadas
As áreas mais afetadas pela interrupção no fornecimento de água em Piracicaba são as regiões que ficam mais altas ou mais distantes da rede.
Para tentar garantir o abastecimento para os moradores, a prefeitura informou adota uma série de manobras desde o ano passado, como: manejo de volume de água da rede de abastecimento para regiões mais críticas, localização de vazamentos não visíveis, conferência de setorização, verificação do funcionamento das estruturas de redução de pressão e de reparos.
Mas existem situações em que não é possível esperar. No bairro Água Branca, por exemplo, os moradores passam por racionamento de água durante parte da noite e madrugada e, eventualmente, nos fins de semana.
“Fazemos o que dá. A gente guarda água de lavar da máquina para lavar o quintal, pra lavar louça usamos água da caixa. Mas temos que regrar porque se não fica sem água para tomar banho”, diz o mecânico Gilberto Rodrigues.
O aposentado Ariovaldo Salvador já sabe que não pode contar com a água da rua após o anoitecer. Segundo ele, a vizinhança onde ele mora passa no mínimo cinco dias sem abastecimento após às 19h.
“Se você não tiver uma caixa, você não tem água. Mas a gente já se acostumou, porque você vai reclamar pra quem?”, revela seu Ari.
Segundo o Semae, cerca de R$ 150 milhões de investimentos serão direcionados para melhorias no sistema de abastecimento. Entre as melhorias está a ampliação de uma das Estações de Tratamento de Água (ETA) da cidade, a do Capim Fino. Com a obra, aumenta a capacidade nominal de 1,5 mil litros por segundo para 2 mil.
Além disso, a administração municipal também ressaltou a importância do consumo consciente pela população, como reduzir gastos desnecessários como diminuir o tempo de banho, lavagem de carros e quintal com água de reuso e baldes, entre outros.
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