19 de setembro de 2024

Estudante em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula completa 1 ano à espera de autorização para tratamento

Pedido de neuromodulação foi feito ao plano em junho de 2023 pela médica que acompanhou Larissa Carvalho desde o pós-operatório. Valor total do tratamento intensivo é de R$ 406.560; família aguarda uma decisão judicial desde setembro de 2023. Larissa Moraes de Carvalho, foto de arquivo
Arquivo Pessoal
Há um ano, a família de Larissa Carvalho, estudante de medicina de 31 anos, aguarda a liberação da Justiça para conseguir um tratamento de neuromodulação para a jovem, que ficou em estado vegetativo após uma cirurgia para corrigir a mandíbula e o maxilar. O valor total do investimento chega a R$ 406.560 em um ano.
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Segundo o pai da estudante, Ricardo Carvalho, o pedido para o tratamento foi feito em junho de 2023 pela médica que acompanhou Larissa desde o pós-operatório, quando ocorreu a intercorrência. No entanto, a família entrou com o pedido na Justiça no dia 19 de setembro.
Ao g1, ele disse que a especialista esperou o quadro da filha estabilizar para solicitar o recurso ao plano.
“O plano negou o pedido da médica alegando que não estava no rol de tratamento”, contou Ricardo. A família não encontrou outra alternativa a não ser entrar com um pedido na Justiça em setembro do ano passado, solicitando a liberação do plano para que Larissa conseguisse a neuromodulação.
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“Foi negado em primeira instância e só nos restou recorrer ao TJMG. Em fevereiro entramos com a apelação, vimos que o processo estava parado, até meados de março, a apelação não tinha seguido para o tribunal. Então nosso advogado entrou com pedido de agilização do processo”, disse.
A reportagem entrou em contato com o TJMG para saber mais sobre o processo, que informou que o processo tramita em segredo de Justiça.
Ao g1 o plano Saúde Servidor, disse em nota que:
“A Prefeitura de Juiz de Fora informa que o Saúde Servidor acompanha a situação de Larissa Moraes de Carvalho desde o início, prestando todo suporte possível, disponibilizando profissionais e equipamentos para o atendimento permanente em home care (assistência domiciliar). O PAS-JF segue acompanhando o caso por meio do seu corpo jurídico, uma vez que a questão encontra-se judicializada”.
‘É o direito da minha filha’
“Um ano em busca por esse tratamento é muita coisa”, disse Ricardo.
O valor total do tratamento intensivo por 12 meses é de R$ 406.560 e a família não tem como pagar. “Não sabemos por quanto tempo ela iria precisar da neuromodulação, não temos condições”, explicou o pai.
O pai de Larissa reforça que buscou diversos especialistas, e que a neuromodulação é a abordagem médica mais moderna recomendada para o caso dela.
“Tudo o que está no nosso alcance está sendo feito, mas isso ultrapassa o que podemos fazer”.
A apelação foi enviada para o Tribunal de Belo Horizonte em maio, e a família segue esperando pelo desfecho desta história, segundo Ricardo.
“A gente aguarda a justiça, continuamos com esperança, é nossa única escolha. Mas não podemos ficar todo esse tempo sem resposta. É o direito da minha filha”.
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Relembre o caso
A juiz-forana teve uma parada cardiorrespiratória durante uma internação de uma cirurgia ortognática, procedimento para corrigir alterações de crescimento dos maxilares e mandíbulas. A família percebeu a filha em parada cardiorrespiratória ainda na maca, ao voltar para o quarto.
Conforme a família, o prontuário médico da jovem indica que ela teria saído da sala de Recuperação Pós-anestésica (RPA) às 17h45, sendo direcionada ao quarto do 9º andar da unidade, chegando lá por volta das 18h02, já em parada cardiorrespiratória. Neste intervalo de 17 minutos, ninguém havia identificado que algo estava errado com a paciente.
O hospital, o médico-cirurgião e o médico anestesista são investigados no caso, após duas perícias particulares, contratadas pela família, apontarem possíveis falhas no procedimento.
A Santa Casa de Misericórdia disse que não vai se pronunciar sobre o assunto. O escritório que cuida da defesa da instituição foi procurado, mas não retornou contato. Já o Conselho Regional de Medicina disse que “todas as denúncias recebidas, formais e de ofício, são apuradas, sendo respeitada a ampla defesa e o contraditório”.
O g1 não conseguiu contato com a defesa dos médicos investigados.
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