20 de setembro de 2024

‘Chapeuzinho Vermelho’ viaja pelo Brasil de motorhome e ganha a vida vendendo doces na praia

Kátia Leonhardt e o namorado saíram do Paraná para conhecer o mundo. Há dois meses, encantados por Vila Velha, resolveram “estacionar”. Vestida da personagem infantil vende 1.200 doces por semana. Kátia Leonhardt, 27 anos, dá vida à personagem Chapeuzinho Vermelho para vender doces em Vila Velha, Espírito Santo
Divulgação
‘Chapeuzinho Vermelho’ chegou ao Espírito Santo a bordo de um motorhome e resolveu fixar moradia. A personagem, que saiu dos contos de fadas, pode ser vista com frequência andando pelas ruas e praias de Vila Velha, na Grande Vitória. Para se manter na estrada, vende doces fabricados por ela mesma dentro do veículo que também funciona como residência itinerante.
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Kátia Leonhardt, de 27 anos, é a jovem que dá vida à famosa personagem da vida real. Ela e o namorado, Lucas Kluskouski da Silva, 28 anos, são do Paraná, no Sul do Brasil, mas estão estacionados no litoral capixaba há dois meses, após se apaixonarem pela cidade. Com ele, viaja o cachorrinho Diggle.
A ideia de viajar pelo país surgiu para dar uma “sacudida” na vida deles e também para realizar o sonho de conhecer o Brasil de um jeito diferente, vivendo muitas surpresas e experiências pelo caminho.
Foi no meio do caminho que eles resolveram empreender com doces, fazer uma grana extra e ajudar a manter a casa sobre rodas a pleno vapor.
“A personagem da história saía para levar doces para a vovozinha com uma cestinha já é conhecida por todo mundo. Então, isso por si só chama a atenção. A gente achou que seria uma boa fazer isso e sair por aí para vender. Eu pensei, fiz uma vez, e deu super certo”, disse Kátia.
Kátia Leonhardt, 27 anos, e Lucas Kluskouski da Silva, 28 anos, moram em motorhome. Ela vende doces fantasiada de Chapeuzinho Vermelho em Vila Velha, Espírito Santo
Divulgação
Doces não são para a vovozinha
A venda dos doces é o principal meio de trabalho de Kátia. É com esse negócio que ela ajuda a manter o motorhome. A produção gira em torno de 1.200 doces por semana. São produzidas, em média, 300 caixas com quatro docinhos cada uma.
As vendas acontecem aos finais de semana pelas ruas da cidade ou pela orla, sempre muito frequentada. Mas a preparação das guloseimas começa sempre às quarta-feiras. Todos os produtos são feitos numa cozinha pequena, dentro da própria van.
“A gente pensou em fazer os docinhos, porque muita gente viaja assim e se mantém vendendo os doces. Então, essa foi a nossa ideia para nos mantermos financeiramente”, disse a jovem.
Kátia produzindo os docinhos na cozinha do motorhome onde ela mora com o namorado
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Cada caixinha contém quatro sabores sortidos. Kátia vende cada uma delas por R$ 15. Mas o cardápio de opções é variado: chocolate ao leite, chocolate meio amargo, churros, beijinho e Ferrero Rocher.
Segundo a protagonista da história, ou melhor, a empreendedora, os campeões de vendas são o Ferrero Rocher e chocolate meio amargo.
Para dar saída aos produtos, Kátia incorpora para valer a personagem. Ela contou que finge fugir do ‘lobo mau’ para abordar os clientes e vender os doces. A venda é feita nas ruas de bairros da cidade, com o Itaparica, Itapuã e Praia da Costa, mas especialmente na orla.
Como tudo começou
A história da Chapeuzinho e seu motorhome começou em Toledo, no interior do Paraná, em 2019. Kátia trabalhava como secretária de uma igreja, enquanto Lucas era cantor. Ele já tinha uma rotina de ficar mais tempo na estrada, por conta dos shows. Com o tempo, os dois conversaram e, para acabar com a monotonia, surgiu a ideia de montar uma casinha móvel.
Segundo a jovem, o motorhome foi pensado e planejado para o casal ter conforto durante as viagens. “Desde quando a gente montou o motorhome, a gente já planejava sair para morar na estrada”.
Mas os planos foram mudando e os sonhos ficaram maiores. Em junho de 2023, Kátia e Lucas largaram os empregos e se mudaram para Curitiba. Na capital paranaense, eles passaram a morar no veículo adaptado. Num primeiro momento, para garantir uma fonte de renda, os dois abriram um bar.
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A rotina se manteve até os dois perceberem que o emprego não atendia às expectativas. Com a sensação de que a vida estava parada, e com o sonho engavetado, Kátia decidiu tirar do papel a ideia de viajar e conhecer o mundo:
“Chegou o momento em que a gente não aguentava mais aquela vida. A gente tinha o sonho de viajar e conhecer o mundo. Então, a gente pensou: ‘Temos a nossa casa móvel. Vamos pegar e vamos seguir o nosso sonho’. Aí a gente vendeu a parte do bar, pegamos nossa casa e saímos. Começamos por Peruíbe, em São Paulo. Foi aí que a gente começou a venda dos docinhos”, contou Kátia.
A diferença foi a estratégia adotada pelo casal. Para chamar a atenção dos clientes, ela resolveu inovar e assim surgiu a ideia da Chapeuzinho Vermelho. Apenas Kátia se fantasia para as vendas. Lucas ajuda fazendo a gestão do perfil nas redes sociais, mas tem um trabalho a parte, de home office.
Na hora das vendas, a preocupação da empreendedora é entregar qualidade nos docinhos e uma experiência inesquecível para os clientes.
Kátia Leonhardt, 27 anos, vestida de Chapeuzinho Vermelho vendendo doces em Paraty, Rio de Janeiro
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“Nosso cliente tem uma experiência boa. Inclusive sempre falamos que colocamos um ingrediente especial dentro da massa, porque só esses brigadeiros da Chapeuzinho que tem esse sabor”, brinca.
Uma vida sem rotina
Assim que resolveu sair pelo Brasil a bordo do motorhome, o casal optou por viver uma vida sem rotina, definida pelos destinos por onde passavam. Desde o começo, já passaram por Matinhos, no litoral de Curitiba, seguindo por Peruíbe, em São Paulo, e Paraty, no Rio de Janeiro.
Mas foi o Espírito Santo que conquistou o coração deles, especialmente o bairro da Prainha, em Vila Velha, Grande Vitória. É lá que o casal está “estacionado” há dois meses. O que chamou a atenção de Kátia foi o fato de a cidade ser um local seguro e estar localizada perto de tudo, principalmente de praias e cachoeiras.
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Além das belezas naturais, a receptividade dos capixabas impressionou. Segundo ela, a vida no Espírito Santo é mais encantadora.
A vida aqui é gostosa, a gente fez muita amizade. Então, isso é uma das coisas que a gente mais gostou”, afirmou o casal, que não tem previsão para ir embora. “Queremos ficar mais. O acolhimento das pessoas é incrível, todos são muito receptivos, e a infraestrutura da cidade é maravilhosa”, finalizou a jovem.
*Adrielle Mariana é aluna do 27º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo foi editado pelo editor Vitor Ferri.
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