20 de setembro de 2024

Dólar abre em alta nesta sexta, de olho em dados de atividade nos EUA e fiscal brasileiro

Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,70%, cotada a R$ 5,4241. Já o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, caiu 0,47%, aos 133.123 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (20), no pregão final de uma semana de recalibragem das apostas por parte dos investidores, em meio a importantes decisões de política monetária no Brasil e no mundo.
Após o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) ter dado início ao ciclo de cortes de juros no país na última quarta-feira, com uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p.) — levando o intervalo para 4,75% a 5% ao ano — os investidores voltam as atenções para novas falas de dirigentes da instituição, que devem participar de eventos ao longo do dia.
A expectativa, segundo analistas, é por indicações sobre o próximo passo da instituição na condução dos juros da maior economia do mundo.
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Por aqui, o mercado monitora a divulgação do novo Relatório Bimestral de Receitas e Despesas Primárias, em meio a contínuas incertezas com o quadro fiscal do país. A principal preocupação, segundo analistas, é que o governo volte a subestimar as despesas e a superestimar as receitas.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 09h01, o dólar operava em alta de 0,27%, cotado em R$ 5,4388. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda caiu 0,70%, cotada em R$ 5,4241.
Com o resultado, acumulou:
queda de 2,57% na semana;
perda de 3,70% no mês;
avanço de 11,78% no ano.

Ibovespa
As negociações no Ibovespa, por sua vez, começam apenas a partir das 10h.
Na véspera, o índice caiu 0,47%, aos 133.123 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,30% na semana;
recuo de 2,12% no mês; e
queda de 0,79% no ano.

O que está mexendo com os mercados?
Após uma semana movimentada no mercado financeiro, em que investidores repercutiram uma série de decisões de política monetária e recalibraram suas apostas sobre o futuro dos juros no mundo, o mercado abre a sessão desta sexta-feira de olho nos dirigentes do Federal Reserve.
Apesar de a instituição ter decidido por um corte de 0,50 p.p. na reunião da última quarta-feira (18), a maior parte do mercado passou a prever uma redução no ritmo a partir da próxima reunião, em novembro — resultado dos dados de atividade e inflação ainda fortes no país.
Dados da ferramenta FedWatch, do CME Group, por exemplo, indicam que os investidores enxergam 59,8% de chance de que a próxima redução por parte do Fed seja de 0,25 p.p..
Assim, as atenções do mercado se voltam para o discurso do presidente da distrital do Fed na Filadélfia, Patrick Harker, em busca de novos sinais sobre o futuro dos juros na maior economia do mundo.
Ainda no exterior, o mercado também continua a repercutir as decisões de política monetária dos bancos centrais do Japão, da China e da Inglaterra.
Já no noticiário doméstico, o destaque do dia fica com o novo relatório de receitas e despesas do governo. Segundo analistas da XP Investimentos, o documento deve indicar que o governo está próximo de atingir o limite inferior do intervalo de tolerância da meta de resultado primário, de déficit de US$ 28,8 bilhões.
“Porém, a revisão do cenário macroeconômico (sobretudo o crescimento mais forte do PIB) e a inclusão de novas medidas não-tributárias – como dividendos extraordinários de empresas estatais e apropriação de depósitos judiciais – devem reforçar as receitas nos próximos meses”, disseram os analistas em relatório.
“Além disso, acreditamos que o relatório bimestral de setembro apresentará um bloqueio adicional de despesas ao redor de R$ 5 bilhões, já que a revisão altista em benefícios previdenciários deve ser compensada apenas parcialmente por outros gastos”, acrescentaram.
Os dados do novo relatório também são importantes para ajudar na recalibragem do mercado sobre as apostas de juros. Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central dividu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 p.p., dando destaque para o afastamento das projeções de inflação da meta do Banco Central — resultado da atividade ainda resiliente e das dúvidas acerca do quadro fiscal.
Com o aumento, a Selic ficou em 10,75% ao ano. Juros maiores tornam os processos de tomada de crédito mais caros para a população e as empresas, o que tende a diminuir o consumo, os investimentos em expansão e desaquecer o mercado de trabalho.

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