21 de setembro de 2024

Nova ‘minilua’ deve orbitar a Terra nos próximos dois meses; entenda

A última vez que a Terra teve um objeto do tipo foi em 2020, com o 2020 CD3, que orbitou nosso planeta por alguns meses antes de se afastar. Eclipse parcial da Lua é visto em Santa Catarina.
Allan Pedro/Arquivo Pessoal
Uma nova ‘minilua’ deve orbitar a Terra nos próximos dois meses. Mas calma, esse satélite natural deve ser bem diferente da Lua que estamos acostumados.
A questão toda tem a ver com um asteroide que tem o tamanho comparável ao de um ônibus. Ele será atraído pela força gravitacional da Terra, ficando preso na nossa órbita temporariamente.
🌜ENTENDA: Uma lua, ou satélite natural, é um corpo celeste que se forma de maneira natural e gira em torno de um planeta. O exemplo mais famoso é a Lua que orbita a Terra. Mas, para ser tido como lua, um objeto precisa apenas estar em órbita ao redor de um planeta de forma estável (e não ser artificial).
Esses tipos de objetos são raros e difíceis de identificar, pois costumam ser pequenos e passam rapidamente pelo campo gravitacional do nosso planeta antes de seguirem sua trajetória no espaço.
A última vez que a Terra teve um asteroide do tipo foi em 2020, com o 2020 CD3, que orbitou nosso planeta por alguns meses antes de se afastar.
Agora, a mini-lua 2024 PT5, como foi apelidada, começará sua trajetória em 29 de setembro e permanecerá até 25 de novembro por aqui, quando retornará ao cinturão de asteroides que orbita o Sol.
Ela foi detectada em agosto por meio de um sistema projetado para monitorar e identificar asteroides que se aproximam da Terra e, embora venha sendo chamada de “mini-lua”, não vai completar uma volta completa ao redor da Terra, realizando apenas uma órbita em formato de ferradura.
A trajetória da minilua.
Tony Dunn
Por isso, alguns astrônomos questionam se ela deve até mesmo ser considerada uma lua de fato.
“A ideia principal é que esses corpos orbitam o planeta temporariamente antes de retomar sua órbita normal ao redor do Sol”, diz Gustavo Rojas, físico e doutor em Astronomia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Sem visibilidade para amadores
Rojas explica ainda que, infelizmente, não vai dá para ver esse tipo de objeto com um telescópio comum.
Ele lembra que o 2024 PT5 foi detectado por um grande telescópio profissional, provavelmente o maior do mundo, localizado em Sunderland, na África do Sul.
Além disso, mesmo com telescópios potentes, como os que estão sendo utilizados pelos astrônomos, a luz refletida pelo asteroide será fraca e sua presença no céu será discreta.
“Agora milhares de asteroides passam próximos da Terra, e movimentos como esse podem ocorrer novamente. Já foram observados fenômenos semelhantes ao redor de outros planetas, como Saturno e Urano. Conforme a tecnologia avança e temos mais telescópios, será cada vez mais comum reportarmos esses casos”, acrescenta o pesquisador.
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