22 de setembro de 2024

‘Crime da Berrini’: Justiça nega redução de pena para viúva condenada por mandar matar o marido

Eliana Freitas Areco Barreto havia pedido a redução de 80 dias da pena que cumpre em um presídio de Tremembé (SP), por ter prestado o vestibular do Enem, mas não foi atendida pela Justiça. Luiz Eduardo de Almeida Barreto e a mulher Eliana Freitas Areco Barreto; professora é acusada de planejar com seu amante o assassinato do marido
Reprodução/Arquivo pessoal
A Justiça negou um pedido de redução de pena por aprovação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de Eliana Freitas Areco Barreto, condenada a 21 anos de prisão por mandar matar o marido no caso que ficou conhecido como ‘Crime da Berrini’.
Atualmente, Eliana Freitas Areco Barreto está presa em regime semiaberto, na Penitenciária “Santa Maria Eufrásia Pelletier”, a P1 Feminina de Tremembé (SP).
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A defesa da professora Eliana Freitas Areco Barreto havia feito o pedido no início de setembro, alegando que a pena dela deveria ser reduzida por 80 dias por conta do Enem.
Na última quinta-feira (19), porém, a Justiça negou o pedido, afirmando que este benefício deve ser concedido só para quem concluiu o ensino médio durante o cumprimento da pena – que não é o caso da professora.
Ainda de acordo com a Justiça, não há sentido em Eliana Barreto fazer a prova, já que ela já tem ensino superior completo, que foi concluído antes mesmo do crime.
“Do contrário, estaria se beneficiado a sentenciada com a remição de suas penas toda vez que realiza o ENEM com aprovação”, argumenta a Justiça.
Acusada de matar marido em SP diz que não planejou o crime
Inicialmente, o pedido era para redução de 100 dias, com base em uma lei que prevê o detento aprovado no Enem ‘ganha’ 1,2 mil horas de estudo – a Lei de Execução Penal prevê que, a cada 12 horas de estudo, o detento ganha 1 dia de remição.
Nesse caso, as 1,2 mil horas obtidas por Eliana com a aprovação no Enem resultam em 100 dias de redução de pena – que foi um dos pedidos da defesa.
Em seguida, em agosto, a Justiça questionou o pedido e o Ministério Público emitiu um parecer contrário. A defesa da detenta, então, refez o pleito pedindo a remição de 80 dias, no início de setembro.
Isso porque Eliana foi aprovada em quatro de cinco áreas de conhecimento do Enem, sendo reprovada apenas em ‘matemática e suas tecnologias’. O pedido, de qualquer forma, foi negado na última quinta-feira (19).
O g1 acionou a defesa da detenta e aguarda retorno.
A vítima Eduardo Barreto e a mulher dele, Eliana Barreto, condenada por participar da morte do marido
Reprodução/Facebook
Condenação
Inicialmente, a professora Eliana foi condenada a 24 anos de prisão, por homicídio doloso triplamente qualificado: pagar pelo crime, motivo torpe e dissimulação. Além disso, foi considerado o agravante do crime ter sido cometido contra o marido. O julgamento aconteceu em dezembro de 2020.
Em 2022, porém, a Justiça acatou um pedido da defesa da professora e reduziu a pena para 21 anos, 4 meses e 15 dias de prisão.
Imagem de arquivo – Corpo de homem assassinado ao voltar do almoço na região da Avenida Luís Carlos Berrini
Glauco Araújo/g1
O crime
O Ministério Público (MP) acusou Eliana e o amante dela, o inspetor de segurança Marcos Fábio Zeitunsian, de contratarem o pistoleiro Eliezer Aragão da Silva por R$ 5 mil para simular um assalto e matar Luiz Eduardo.
A vítima foi morta a tiros na tarde do dia 1º de junho de 2015, quando voltava do almoço com um colega de trabalho, na rua James Watt, uma travessa da Avenida Luis Carlos Berrini, no Brooklin, área nobre da Zona Sul. O caso ficou conhecido como “crime da Berrini” numa referência à avenida.
Gerente de empresa é executado durante um assalto na zona sul da capital
De acordo com a Promotoria, o casal de amantes Eliana e Marcos decidiu mandar matar Luiz Eduardo porque a mulher queria se separar do empresário. Os dois planejavam se casar, morar juntos e ficar com o dinheiro da herança da vítima para abrir um negócio para o inspetor, segundo a acusação.
A professora e o empresário moravam em Aparecida, no Vale do Paraíba, mas ele trabalhava na capital. O casal teve dois filhos. Após o crime, a vítima foi enterrada em Guaratinguetá.
Confira aqui a condenação do amante de Eliana e do homem contratado para executar o crime
Câmera gravou momento em que Eliezer Silva (à direita) atira em Luiz Eduardo (à esquerda).
Reprodução/Arquivo/TV Globo
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