22 de setembro de 2024

Como ‘Don Juan’ enganou mulheres em seis estados e deu golpes que somam prejuízo de R$ 300 mil

David Alves Bezerra se passava por analista da Receita Federal e fez pelo menos 9 vítimas em Fortaleza desde 2022. David Alves Bezerra usava uniformes de servidor da Receita Federal e fazia montagens para aplicar golpes em Goiás
Divulgação/Polícia Civil
Em cerca de dois anos, David Alves Bezerra é suspeito de enganar pelo menos 9 mulheres no Ceará e tirar delas aproximadamente R$ 300 mil com truques que misturam crime e romantismo, segundo a Polícia Civil. Nesta semana, ele foi preso pela terceira vez aplicando golpes em mulheres, o que levou a ser conhecido como Don Juan por investigadores. Ele já havia sido preso em 2017 e em 2021 pelo mesmo crime.
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Segundo a Polícia Civil, David Alves Bezerra voltou a cometer os crimes de estelionato após ser solto, em 2022, e fez pelo menos mais nove vítimas em Fortaleza. Entre as estratégias para enganar as mulheres, ele se passa por servidores de órgãos federais com alto salário (veja mais detalhes abaixo).
‘Don Juan’ é preso pela terceira vez acusado de aplicar golpes em mulheres
David responde a vários processos por aplicar o golpe do “Don Juan” em vítimas de Santa Catarina, Roraima, Mato Grosso, Goiás, Ceará e Distrito Federal. Nesse tipo de golpe, o criminoso seduz mulheres, faz promessas e pede dinheiro ou bens emprestados afirmando que vai devolver em breve. Após receber, ele desaparece.
Somente das vítimas dos últimos dois anos ele conseguiu tirar mais de R$ 300 mil, mas o valor é ainda maior se somado aos golpes aplicados às vítimas de outros estados do Brasil.
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Estratégias do Don Juan
David foi preso inicialmente em fevereiro de 2017 em Boa Vista, capital de Roraima, acusado de enganar mais de 70 pessoas. Ele se passava por servidor de órgãos públicos como a Secretaria de Fazenda e dizia que tinha produtos eletrônicos para vender. David foi solto no mês seguinte à prisão.
Em junho de 2021, ele voltou a ser preso, desta vez em Fortaleza, após investigação da Polícia Civil apontar que ele se passava por analista da Receita Federal para atrair mulheres e seus familiares com a promessa de conseguir para eles objetos de luxo e eletrônicos apreendidos pela Receita.
“Ele dizia que tinha acesso a bens eletrônicos de alto valor, que seriam leiloados por um valor bem abaixo do preço de mercado. Com isso, ele conseguia que as vítimas realizassem transferências financeiras na promessa de entregar esses objetos”, explicou o delegado Leonilson Pereira, da Polícia Civil de Goiás, que colaborou com a investigação em 2021.
As investigações conduzidas em 2021 apontaram que, com o dinheiro arrecado por meio dos golpes, David ostentava uma vida de luxo nas redes sociais. Para dar mais credibilidade à farsa, ele usava uniformes da Receita Federal e chegava a fazer montagens em que aparecia em operações do órgão.
David Alves Bezerra, então com 30 anos, à época da prisão em 2021 em Fortaleza
Polícia Civil/ Divulgação
Após ser detido na capital cearense, ele foi condenado a 4 anos e meio de prisão em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade. Em 2022, porém, foi solto com tornozeleira eletrônica. Logo depois, teria voltado a cometer os crimes, e na última semana ele rompeu a tornozeleira.
Por esse motivo, a Polícia Civil do Ceará cumpriu na última terça-feira dois mandados de prisão contra David: um pelas novas acusações de estelionato, e outro pelo rompimento da tornozeleira.
David Alves Bezerra, suspeito de aplicar golpes em Goiás, ao lado de helicóptero
Divulgação/Polícia Civil
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