22 de setembro de 2024

Evento inédito sobre memória do cinema exibe filmes raros em Belém

De 23 a 27, o I Ciclo de Formação em Preservação Audiovisual promove masterclass e cursos. Haverá exibição de filmes raros e debates abertos ao público. A mostra exibe pela primeira vez a versão restaurada de “Vila da Barca” (1964), curta metragem premiado internacionalmente em 1968.
Divulgação
Começa nesta segunda-feira (23) o I Ciclo de Formação em Preservação Audiovisual, encontro inédito em Belém. A programação, que segue até dia 27, promove masterclass, cursos e palestras com especialistas que são referência nacional e internacional sobre o tema, responsáveis pela recuperação e restauro de filmes centrais da sétima arte brasileira. Haverá ainda exibição de filmes raros produzidos na Amazônia e uma série de mesas de debates sobre acervos audiovisuais, pesquisa e história do cinema.
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O Ciclo tem como homenageado o escritor e cineasta Vicente Cecim, que realizou uma série de filmes nos anos 1970 em super 8mm, chamado de Kinemandara. São cinco títulos que serão exibidos e comentados por Bruno Cecim, Alexandra Castro, Mateus Moura e Marco Antonio Moreira.
A mostra exibe pela primeira vez a versão restaurada de “Vila da Barca” (1964), curta metragem sobre a favela construída sobre palafitas em Belém. Primeiro filme de Renato Tapajós, a obra premiada como melhor documentário no Festival Internacional do Filme de Curta Metragem de Leipzig, Alemanha Oriental (1968).
Ciclo é coordenado por Deyse Marinho, museóloga e mestre em preservação do patrimônio cultural, e por Ramiro Quaresma, doutor em cinema.
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Para Ramiro Quaresma, a preservação da história na sociedade contemporânea é uma das discussões da atualidade: um povo sem memória fica cada vez mais vulnerável em sua identidade e confuso sobre seu passado e seu futuro. Neste contexto, o cinema se apresenta como um importante campo – a preservação do audiovisual brasileiro é relevante para conhecermos o seu desenvolvimento enquanto arte e também a sua relação com os contextos históricos.
“O evento marca o Pará dentro dessa luta pela preservação audiovisual, que é bem específica, é tão importante e ao mesmo tempo, é tão negligenciada. Então vamos trazer a formação gratuita, ministrada por grandes especialistas, e também vamos abrir o debate junto ao público. É hora de discutir os formatos de preservação, como é que a sociedade pode acompanhar, como o poder público pode atuar. A preservação é o futuro da nossa memória”, defende Quaresma, responsável pelo catálogo “O cinema e o audiovisual do Pará”, que mapeou 100 anos de cinema produzido no estado.
O primeiro Ciclo de Formação em Preservação Audiovisual – Cinemateca Paraense é idealizado e coordenado por Deyse Marinho, museóloga e mestre em preservação do patrimônio cultural pela EBA-UFMG, e tem coordenação educativa de Ramiro Quaresma, professor do ICA-UFPA e Doutor em Cinema pela EBA-UFMG.
O Ciclo é uma realização da Cinemateca Paraense, com recursos da Lei Paulo Gustavo, Fundação Cultural do Pará, Secretaria de Estado de Cultura, Governo do Estado do Pará, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Milton Gonçalves no filme ‘A rainha diaba’, de 1974, restaurado por Débora Butruce, foi eleito uma das dez melhores digitalizações de 2023
Reprodução
Masterclass e cursos
A masterclass será ministrada pela restauradora e pesquisadora Débora Butruce, referência internacional no tema. Um de seus trabalhos, o filme “A Rainha Diaba” (1974), foi eleito uma das dez melhores digitalizações de 2023 pela revista norte-americana Film Comment. Entre seus trabalhos recentes está o clássico “A Hora da Estrela” (1985), relançado em circuito comercial em versão restaurada digitalmente em maio deste ano. Com mais de 20 anos na área de preservação audiovisual, Débora Butruce é fundadora e atual vice-presidente da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual.
Já os cursos do Ciclo serão ministrados por Marco Dreer, especialista em preservação sonora e audiovisual; Vanessa Rodrigues, integrante do Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual da UFF e Doutora em Cinema; Glênis Cardoso e William Plotnick, sócios fundadores do Cinelimite e da Iniciativa de Digitalização de Filmes Brasileiros, projeto inovador de recuperação e digitalização de acervos audiovisuais. As mesas trarão nomes como Ismaelino Pinto, Nando Lima, Mateus Moura, Alexandra Castro, San Marcelo e Felipe Cortez.
Serviço: I Ciclo de Formação em Preservação Audiovisual, de 23 a 27 de setembro, no Museu da Imagem e do Som do Pará – Av. Nazaré, 138 – Palacete Faciola. Programação completa e inscrições em cinematecaparaense.org / @cinematecaparaense. Entrada franca.

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