23 de setembro de 2024

Interno de casa de acolhimento mata outro após discussão por canal de TV no Acre: ‘Vão ter que esclarecer’, diz irmã

Davi Johnson Falcão Vieira, 59 anos, foi morto neste domingo (22) a facadas quando se recusou a trocar canal da televisão para que o suspeito pudesse assistir ao jogo de futebol que estava passando em outro canal. Suspeito foi preso logo após o ocorrido. Picolezeiro Davi Johnson Falcão Vieira, tinha 59 anos e tentava se livrar de vício em álcool em casa de acolhimento quando foi morto
Arquivo pessoal
Um homem identificado como Davi Johnson Falcão Vieira, 59 anos, foi morto neste domingo (22) a facadas quando se recusou a trocar o canal da televisão para que o suspeito pudesse assistir ao jogo de futebol que estava passando em outro canal. Os dois eram internos da casa de acolhimento Monte Sinai, uma casa de acolhimento para pessoas com vício em drogas, álcool ou com problemas mentais, localizada no bairro Santa Helena, Segundo Distrito de Rio Branco.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Rio Branco, que informou que a casa de acolhimento não é de responsabilidade da prefeitura, sendo supostamente gerido pela igreja Assembleia de Deus. O g1 tentou contato com a igreja e aguarda retorno.
📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp
De acordo com o 2° Batalhão de Polícia Militar do Acre (PM-AC) que atendeu a ocorrência, quando os militares estavam chegando ao local indicado pelo Centro de Operações Policiais Militares (Copom), viram que várias pessoas da comunidade estavam correndo atrás de um homem, então foi feita a abordagem e a prisão do suspeito que ainda estava com uma faca, sendo esta a arma de crime.
Após efetuarem a prisão, se deslocaram ao local do crime onde encontraram a vítima agonizando. A viatura do Samu constatou o óbito e a polícia técnica fez a perícia e o recolhimento do corpo da vítima.
Em depoimento à PM, o suspeito confessou o crime e disse que ficou com muita raiva da vítima por não ter trocado o canal da televisão para que ele pudesse assistir ao jogo de futebol que estava passando em outro canal.
Após todos os trabalhos concluídos, os militares encaminharam o acusado juntamente com a arma do crime, para a Delegacia de Flagrantes (DEFLA).
Perícia esteve no local após o ocorrido
Divulgação
Em entrevista à Rede Amazônica, Eunice Falcão, irmã da vítima, explicou que ele estava no local para se livrar do vício em álcool e que estava determinado a se curar e não entende como o crime pode ter acontecido. “Meu irmão bebia muito, era um homem trabalhador, mas bebia, aí um dia ele decidiu se libertar do vício e foi pra lá pra se internar. Ele já estava lá ho três meses. Ele vinha ver a gente e voltava pra lá de novo, até que hoje me ligaram dizendo que meu irmão tinha sido assassinado”, afirma ela.
A mulher, que estava em frente ao Instituto Médico Legal (IML), reitera que o irmão teria ido ao local para tratar o vício e não imaginava que ele fosse morrer.
“Estou aqui para reconhecer o corpo dele. Só que eu quero justiça. Meu irmão não fazia mal a ninguém, meu irmão era um picolezeiro, ele era trabalhador. Aí para mim receber uma ligação dessa, para reconhecer o corpo do seu irmão porque mataram ele. Como assim? Já fica a pergunta: é responsabilidade de quem? Da prefeitura?”, questiona a irmã.
Supeito confessou o crime e disse que a motivação foi a troca de um canal de TV
Arquivo pessoal
Eunice garante que o irmão deixou o endereço do local onde estava e que iria visitá-lo no próximo fim de semana.
“Ele disse pra mim: ‘mana, eu estou ali, eu vou me curar, vou me libertar’, e eu digo, ‘tá bom’. Até tinha combinado com a minha sobrinha, a gente vê ele final de semana, e do nada hoje me ligaram me dando essa notícia. Gente, o que aconteceu? O homem foi para se libertar e morreu, mataram. A única informação que recebi é que não sei o que que ele foi fazer, o homem surtou e esfaqueou ele. Não sei da história ainda. Eles vão ter que esclarecer o que foi que aconteceu pro meu irmão lá. Porque tava sobre a responsabilidade deles”, diz ela.
*Colaborou o repórter Jardel Angelim, da Rede Amazônica Acre.
VÍDEOS: g1

Mais Notícias