24 de setembro de 2024

Quem são os integrantes das campanhas de Marçal e Nunes que se envolveram em briga após debate em SP

Nahuel Medina já recebeu R$ 230 mil da campanha do PRTB neste ano para produzir vídeos do candidato Pablo Marçal. Já Duda Lima já recebeu cerca de R$ 4 milhões e foi indicado por Valdemar da Costa Neto para coordenar a tentativa de reeleição de Nunes na capital paulista. Nahuel Medina e Duda Lima, integrantes das campanhas de Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB) à Prefeitura de São Paulo.
Montagem/g1/Divulgação
Nahuel Medina e Duda Lima, integrantes das campanhas de Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB), respectivamente, protagonizaram mais um episódio de violência na eleição de São Paulo, na noite desta segunda-feira (23).
Sócio e cinegrafista de Marçal, Nahuel Medina desferiu um soco no rosto de Duda Lima, marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB), durante a realização de um debate entre os candidatos, promovido pelo Grupo Flow Podcast.
A briga começou logo após Marçal ser expulso do debate, já nas considerações finais, por violar as regras. Nas redes sociais, Medina divulgou um vídeo em que Duda aparece rindo e dá um tapa na câmera de Medina. Logo depois, Medina atinge Duda com um soco.
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Uruguaio que vive no Mato Grosso, Medina se apresenta em suas redes sociais “diretor cinematográfico” de Marçal. Ele acompanha todos os passos do candidato do PRTB, tendo viajado, inclusive, com Marçal para o exterior, em turnê do candidato por El Salvador.
O profissional é um dos responsáveis pelas centenas de cortes promovidos por Pablo Marçal nas redes sociais. Num desses cortes, Marçal chegou a dizer que Nahuel Medina é seu sócio numa empresa de produção de vídeos para o grupo empresarial do candidato.
Segundo a prestação de contas registrada pelo próprio PRTB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a empresa de Medina – A Nahuel Gomez Medida Ltda – já recebeu R$ 230 mil de Marçal para a prestação de serviços de publicidade e vídeos durante o pleito deste ano.
Nahuel Medina é cinegrafista de Pablo Marçal e deu um soco no rosto do marqueteiro de campanha de Ricardo Nunes (MDB).
Reprodução/Redes Sociais
Nascido na capital uruguaia Montevidéu, Nahuel Medina diz que atualmente vive com a família na cidade de Confresa, um município de cerca de 31 mil habitantes, que fica a 1.100 km da capital mato-grossense.
Assim como o sócio e candidato do PRTB, o cinegrafista também dá palestras e cursos pagos sobre como “estourar no audiovisual”. Numa das palestras, Marçal diz que abriu uma empresa de filmes com o seu diretor cinematográfico.
“O Medina é um cara que anda do meu lado. Nós viramos sócios, eu e esse cara, nós criamos uma empresa de filmes chamada Marshall Filmes. Foi ele que deu esse nome, não fui eu que pedi”, declarou Marçal em um dos vídeos publicados na rede social do cinegrafista.
Prestação de contas no TSE diz que empresa de Nahuel Medina recebeu R$ 230 mil da campanha de Pablo Marçal neste ano.
Reprodução/TSE
Os eventos ministrados pela Marshall Filmes vende o conteúdo por pelo menos R$ 28 mil. A chamada “Marshall Films Experience” – que aconteceu entre os dias 21 e 22 de junho deste ano – é descrita como uma experiência que dá direito a passar o dia com Pablo Marçal.
Lá há o CNPJ da empresa Medina Maker, uma das empresas de Nahuel Medina.
O site da Marshall Filmes também diz que “Medina abandonou todos os seus empreendimentos para se tornar sócio de Pablo Marçal, com o objetivo de atender clientes de alto nível e criar um braço educacional, capacitado para formar uma nova leva de cineastas pelo Brasil”.
Nahuel Gomez Medida, diretor cinematográfico uruguaio e homem de confiança de Pablo Marçal
Reprodução/Redes Sociais
Duda Lima do PL
Já Eduardo Rodrigues de Lima, o Duda Lima, é marqueteiro da campanha de Nunes e foi indicado para o cargo pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.
Antes de assumir a direção da campanha do MDB, Duda Lima havia coordenado a campanha eleitoral derrotada de Jair Bolsonaro (PL) à Presidência da República, em 2022, além de ter trabalhado em outras campanhas do PL e outros partidos pelo interior de São Paulo.
Ele começou a trabalhar com o prefeito de SP em 2023, fazendo o planejamento da campanha de reeleição.
Duda Lima, o marqueteiro de campanha de Nunes indicado para o cargo por Valdemar da Costa Neto.
Divulgação/UMC
Em entrevista ao blog da jornalista Andréia Sadi, Duda disse acreditar que a agressão tenha sido premeditada.
Eduardo Rodrigues de Lima é único sócio da F.A.R.O Propaganda e Publicidade LTDA. A empresa já recebeu até agora R$ 4 milhões da campanha de Nunes para prefeito, segundo a prestação de contas parcial já registrada no TSE pelo MDB.
Até 13 de setembro, os gastos de Nunes com a empresa do marqueteiro representavam 16% de todos as despesas que o MDB registrou na Justiça Eleitoral.
Empresa de Duda Lima já recebeu R$4 milhões da campanha de Ricardo Nunes (MDB) em 2024.
Reprodução/TSE
Detenção e boletim de ocorrência
Por causa do episódio no debate desta segunda (23), Medina foi conduzido ao 16º Distrito Policial de Indianópolis, perto do Clube Sírio Libanês, onde o debate aconteceu.
Ele prestou depoimento e assinou um termo circunstanciado na delegacia, tendo sido liberado durante a madrugada desta terça (24). Um boletim de ocorrência de lesão corporal foi aberto na delegacia contra ele.
Após ser liberado, Medina afirmou que também registrou um boletim de ocorrência contra Lima. Ele alegou que também foi agredido.
“A gente estava no debate e ele começou a xingar todo mundo e tentar passar códigos para o Nunes. Eu fui tentar filmar pra mostrar como eles agem pelas costas, esses marketeiros, e criam narrativas. Ele foi com toda força em mim, jogou meu celular pra baixo, enfiou a mão na minha camisa e me arranhou até embaixo. Meu peito está todo vermelho”, explicou.
“Naquele momento eu só me defendi. Instintivamente foi aquilo que aconteceu e todo mundo viu. (…) Eu vim pra cá para gerar um boletim de ocorrência contra ele de agressão, porque ele me agrediu primeiro”, declarou.
Nahuel Medina (centro), sócio e assessor de campanha de Pablo Marçal (PRTB), acertou um soco no rosto de Duda Lima, da campanha de Ricardo Nunes (MDB).
Reprodução/Redes Sociais
Briga no debate
O registro da agressão foi feito no 16º Distrito Policial de Indianópolis, perto do Clube Sírio Libanês, onde o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo aconteceu. O evento foi promovido pelo grupo Flow Podcast.
Medina, que se apresenta nas redes sociais como videomaker colaborador do PRTB, foi detido após o debate, acusado de dar um soco no rosto de Duda Lima, marqueteiro de Nunes.
Lima chegou a ir para o hospital e tomou seis pontos no rosto. No registro da ocorrência, ele solicitou medida protetiva e pediu para que o caso seja investigado.
Debate em podcast tem confusão entre assessores
A confusão
Agressão em bastidor
Reprodução
A confusão entre dois membros das equipes dos candidatos a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB), no fim do debate, acabou na delegacia, na noite desta segunda-feira (24).
O evento era organizado pelo Grupo Flow em parceria com o Grupo Nexo, da Faculdade de Direito da USP (assista abaixo).
Vídeo mostra agressão nos bastidores de debate em SP
Nas considerações finais dos candidatos, Duda Lima, da equipe de Nunes, e Nahuel Medina, de Marçal, estavam nos bastidores. Segundo a equipe de Marçal, Duda teria dado risada quando Marçal foi advertido pelo mediador. Um vídeo feito pelo próprio Medina mostrou ele e Duda, aparentemente se provocando. Na sequência, outro vídeo registrou Duda conversando com outras pessoas quando Medina o agrediu com um soco.
Nahuel Medina, que faz os vídeos de Marçal, foi encaminhado à delegacia e ficou detido para averiguação, informou a polícia. Duda Lima, marqueteiro de Nunes que foi agredido, foi encaminhado a um hospital por sentir tontura, acompanhado pelo candidato do MDB. O caso foi registrado no 16º DP.
“Lamentável, nunca vi nada nesse nível, nunca vi esse comportamento. Foi um soco com uma força absurda”, disse Nunes.
Tassio Renam, advogado de Marçal e coordenador jurídico da campanha, afirmou que Medina não foi detido, e que aguarda o retorno de Lima para prestar depoimento. Disse que o assessor de Marçal foi agredido primeiro, com um arranhão no peito, e revidou. “Foi um ato de legítima defesa”, ressaltou o advogado, que informou que também será registrado um BO contra Lima e será feito exame de corpo de delito.
O início da confusão ocorreu após a expulsão de Marçal (PRTB) pela quebra de regras do debate, já durante as considerações finais. Não houve agressão entre os candidatos.
Estavam vetados insultos, ofensas, xingamentos e uso de apelidos pejorativos, e o participante que infringisse alguma das regras receberia advertências, sendo retirado se acumulasse três delas. Marçal foi advertido seguidamente após chamar Nunes por um apelido, o que resultou na expulsão.
“Tomei três advertências numa fala”, reclamou o ex-coach. “Essa é a minha indignação como cidadão aqui agora e não faz o mínimo sentido, eu usei do meu tempo, fui advertido, segui nas regras, ele [Tramontina] poderia me advertir depois que eu terminar de falar, ele até verbalizou. Por que você está usando esse último momento? Porque o último momento é meu, veio do sorteio”, afirmou Marçal.
“Eu reprovo completamente o que o marqueteiro [Duda Lima], que ganha milhões, fez contra a pessoa da minha equipe e está aprovado dentro do meu Instagram agora. Não era proibido a equipe gravar lá dentro, só que ele perdeu a inteligência emocional”, completou Marçal.
Duda Lima, da campanha de Ricardo Nunes, fica com o rosto ensanguentado após ser agredido por assessor de Marçal durante debate
Arquivo pessoal
O debate
Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) participaram do debate e responderam questões de especialistas com foco em saúde, educação, segurança pública, acessibilidade, transporte e população em situação de rua.
Em cerca de duas horas, foram três blocos de perguntas e respostas e um com as considerações finais. A mediação foi feita pelo jornalista Carlos Tramontina.
Pelas regras, apesar de estarem lado a lado, não houve um momento em que um candidato perguntasse diretamente a um adversário. Todas as perguntas foram feitas por especialistas e eleitores.
Três direitos de resposta foram pedidos, por Boulos, Datena e Marçal e apenas o do ex-coach foi concedido.
Debate Flow
Reprodução
Provocação antes do debate
Marçal e Nunes batem-boca antes de debate do Flow
Antes que o evento começasse, enquanto Nunes saía do estúdio, Marçal provocou o adversário e o chamou de “Tchutchuca do PCC”, “ladrão de merenda” e disse que “2025 você vai passar na cadeira”.
O prefeito, por sua vez, chamou o ex-coach de “condenadinho” e falou que ele “está roubando até apelido” (veja vídeo acima).
O prefeito Ricardo Nunes, que disputa a eleição, era dúvida no debate. Ao chegar, contou que pensou em não comparecer porque tinha outras três agendas. “Conseguimos remarcar e estou aqui. É importante ter o debate para ter essa oportunidade de discutir a cidade”, afirmou.

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