25 de setembro de 2024

Casal de policiais militares vira réu por se apropriar de ouro em pó avaliado em R$ 72 mil e revólver de garimpeiros ilegais em Roraima

Denúncia do Ministério Público cita que mulher sargento da PM e o marido, que é cabo, ficaram com bens de garimpeiros abordados na vila da Penha, em Mucajaí, no dia 21 de dezembro de 2022, às vésperas do Natal. Casal nega acusações. Sargento Elcimara dos Reis Nascimento, de 37anos, e o marido Jucelino Rodrigues da Silva, de 35, que é cabo da PM
Reprodução/JRR2/Rede Amazônica
O casal de policiais militares Elcimara dos Reis Nascimento, de 37anos, e Jucelino Rodrigues da Silva, de 35, viraram réus na Justiça após uma investigação indicar que eles se apropriaram de ouro em pó, avaliado em R$ 72 mil, e um revólver calibre 38, apreendidos durante abordagem a garimpeiros em dezembro de 2022 na vila da Penha, em Mucajaí, no Sul de Roraima.
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público de Roraima (MPRR). Marido e mulher agora respondem pelos crimes de crimes de peculato, apropriação, constrangimento ilegal, prevaricação e peculato e furto.
Segundo denúncia do MP, a sargento Elcimara, então comandante do destacamento vila Campos Novos, em Mucajaí, e o marido dela, cabo Jucelino, apropriaram-se de aproximadamente 235 gramas de ouro em pó e demais bens de ao menos oito garimpeiros durante abordagem por volta das 21h do dia 21 de dezembro de 2022, às vésperas do Natal daquele ano. Um outro PM, que morreu ano passado, também participou da ação.
Apurou-se que, em data não totalmente esclarecida, a denunciada ELCIMARA, então comandante do Destacamento “Vila Campos Novos”, resolveu instigar tanto seu marido (certidão no mov. 30.1) e subordinado militar, o denunciado JUCELINO, quanto o subordinado e já falecido [soldado que morreu ano passado], a aproveitarem-se das facilidades de seus cargos públicos (na obtenção de informações privilegiadas, legitimidade sobre abordagens e vistorias de cidadãos, inclusive no emprego de arma e veículo oficiais) para, assim, indevidamente, apoderarem-se de ouro e armas, oriundos do garimpo clandestino.”
Em nota à Rede Amazônica, a defesa do casal de PMs afirmou que as acusações não procedem e que a denúncia do MP “baseia-se exclusivamente em depoimento de testemunhas que claramente visam denegrir a imagem da corporação”. Citou ainda que os policiais estão à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.
Policiais Militares são denunciados por prevaricação, peculato e furto
Além disso, um trecho da denúncia cita que a comandante Elcimara, em apoio moral e material ao marido Jucelino, “apoderarem-se dos bens das vítimas, e sem nenhuma necessidade” constrangeram ilegalmente um dos garimpeiros abordados.
O garimpeiro foi forçado “a ingressar no camburão da VTR (simulando que seria preso em razão da arma e do ouro apreendidos), porém, ao invés de ser conduzido para a Polícia Federal, acabou sendo transportado para local ermo, onde acabou sendo liberado em local distante, mas, antes, desapossado de seus objetos”, cita detalhe da denúncia.
Na hora em que liberaram o garimpeiro do camburão da viatura, segundo a denúncia, o casal de PM disse que lhe daria “um “presente de Natal” (inclusive restituindo-lhe 03 gramas de ouro para que pudesse pagar por uma condução até sua moradia), porém, mantiveram a apropriação de todos os demais objetos apreendidos naquela operação.”
O casal também acusado pelo MP de furtar o HD que armazenava as filmagens das câmeras acopladas na viatura usada no dia da abordagem.
A Polícia Militar informou que “a investigação que resultou na ação penal contra os envolvidos foi conduzida pela Corregedoria Geral da PMRR. Após a instauração do Inquérito Policial Milita , que apurou a conduta dos envolvidos, o Ministério Público Estadual apresentou a denúncia.”
“A PMRR permanece acompanhando o caso de perto, sendo a maior interessada no esclarecimento dos fatos que originaram a denúncia, sempre respeitando o princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa dos denunciados”, destacou a corporação.
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