25 de setembro de 2024

Ao NE1, Daniel Coelho promete criar unidades móveis de saúde e festivais culturais e diz que enviou emendas a prefeituras por ‘alinhamento político’

Ele foi ouvido nesta terça (24) na série de entrevistas do NE1 com os candidatos à prefeitura do Recife. Daniel Coelho (PSD) e jornalistas Márcio Bonfim e Gustavo Ferreira
Luiza Mendonça/g1
Candidato do PSD à prefeitura do Recife, Daniel Coelho disse, nesta terça-feira (24), que, se for eleito, vai criar seis unidades móveis de saúde e instituir novos festivais culturais na cidade. Ele também foi questionado sobre o valor de emendas parlamentares enviadas por ele à prefeitura da capital, que estão entre os menores entre os deputados federais eleitos no estado, e afirmou que as verbas foram destinadas “por alinhamento político”.
Ele foi ouvido na série de entrevistas do NE1, da TV Globo, com os postulantes ao comando da capital pernambucana.
Os três candidatos que tiveram ao menos 5% na última pesquisa eleitoral do Datafolha serão entrevistados ao vivo pelos jornalistas Márcio Bonfim e Gustavo Ferreira. As entrevistas têm duração de 30 minutos, e as íntegras ficarão disponíveis no Globoplay.
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A ordem dos entrevistados foi definida por sorteio realizado com a participação dos representantes dos partidos em 19 de setembro. Na segunda-feira (24), o prefeito João Campos (PSB) abriu a série de entrevistas. Na quarta-feira (25), o entrevistado será Gilson Machado (PL).
Veja todos os trechos da entrevista:
[Esta reportagem está em atualização]
Confira, abaixo, alguns dos temas abordados na entrevista:
Emendas parlamentares
Daniel Coelho responde a pergunta sobre destinação de emendas parlamentares para o Recife
Durante seus dois mandatos como deputado federal, entre 2015 e 2022, Daniel Coelho destinou 94 milhões em emendas parlamentares para Pernambuco, quase 386 mil para ações nacionais, coordenadas pela União, e somente 233 mil para o Recife, o quarto menor valor entre os parlamentares eleitos por Pernambuco nessas duas legislaturas.
Segundo ele, as emendas que ele destinou, apesar de não serem direcionadas diretamente ao Recife, também beneficiam a cidade, e disse que, na saúde, por exemplo, as emendas acabam se destinando à capital devido à demanda. Entretanto, disse que os valores que ele destinou a prefeituras foram enviados “com alinhamento político” (veja vídeo acima).
“As emendas para prefeituras naturalmente são feitas com alinhamento político, isso faz parte da dinâmica e isso vai ser repetido por qualquer parlamentar. Não é que a gente tenha deixado de fazer, apenas as emendas foram feitas, em muitas vezes, para o estado”, disse.
Unidades móveis de saúde
Daniel Coelho responde a pergunta sobre criação de unidades de saúde móveis
Na saúde, Daniel Coelho promete criar unidades móveis, que circulariam pelos bairros oferecendo atendimento médico à população. Afirmou que, para isso, seria necessário criar ao menos seis dessas estruturas, uma para cada Região Político Administrativa do município.
“Elas têm que estar disponíveis nas seis RPAs, então, a gente precisa de uma por RPA, para ela poder estar circulando os bairros, e, a partir daí, fazer nas unidades móveis ação de prevenção e, também, ação dos médicos especialistas, que é um gargalo imenso na cidade. Então, prevenção com mamografia, exames clínicos, mas, também, mutirões com cardiologista, de ortopedista, das especialidades onde tem a maior demanda”, afirmou.
Festivais culturais
Daniel Coelho responde a pergunta sobre criação de festivais culturais
Daniel Coelho afirmou, também, que pretende criar festivais culturais para que, durante todo o ano, haja oportunidades de trabalho para os artistas recifenses. Segundo ele, essa também seria uma forma de fomentar o turismo na cidade.
“O cara não vem de São Paulo para cá, para ver carnaval da Bahia; o cara não vem de São Paulo para cá, para ver carnaval do Rio de Janeiro, ele vem para cá porque a nossa cultura, ela é incrível. Para a gente manter a nossa cultura viva, não adianta a gente fastar uma fortuna com os grandes eventos, somente com os artistas que vêm de fora. Com muito pouco dinheiro, a gente pode fazer vários festivais nos bairros, agregando aquilo o que é produzido pela gente”, disse.
Ele também disse que os festivais propostos teriam orçamento menor que grandes festas como o São João e o carnaval, mas ocorreriam de forma permanente nos bairros.
“É ruim para a nossa cidade, para a nossa história, para a nossa cultura, que o fazedor de cultura fique aguardando o carnaval e o São João para se apresentar e para atuar. É muito importante que, ao longo do ano, a gente consiga chegar junto e, olha, muito pouco dinheiro faz muita diferença para um grupo de música popular. A gente está falando de um cachê de R$ 5 mil, R$ 10 mil, que pouco representa no orçamento geral da prefeitura, mas que, para aquele grupo de cultura, faz toda a diferença, porque permite que ele tenha continuidade”, declarou.
Área de morro
Daniel Coelho responde a pergunta sobre medidas para áreas de morro
Daniel Coelho também criticou a gestão do prefeito João Campos (PSB) nas áreas de morro da cidade, e afirmou que os vereadores da cidade destinaram R$ 320 milhões ao setor, mas que pouco mais de R$ 50 milhões foram utilizados pela prefeitura. Ele prometeu, se eleito, zerar os pontos de alto risco de deslizamento.
“Eu não posso chegar para alguém que está no morro nível 4 e dizer ‘espera 7 meses que eu vou fazer essa obra’, porque pode chover amanhã, e aquela pessoa pode morrer e a gente pode ter um desabamento. Dar auxílio de R$ 300 não resolve. Hoje, não se paga um aluguel na cidade com R$ 300 de auxílio, então, remoção imediata, e a utilização do orçamento que está disponível feito pelos vereadores na sua completude. Tem que usar todo o orçamento para fazer essas obras. A gente não pode estar fazendo morro nível 1 em detrimento de nível 4. A ordem de prioridade tem que ser pela ordem de risco e não pela indicação política pela conjuntura de apoio eleitoral”, declarou.
Considerações finais
Daniel Coelho faz suas considerações finais
Confira, na íntegra, as considerações finais de Daniel Coelho:
“Queria agradecer a todos que nos acompanharam, que tiveram a chance de ver um pouco das nossas propostas, quem acha que a gente não falou de um tema, vá nas nossas redes sociais, @danielcoelho55. Faz a pergunta lá que a gente responde. O que a gente está pedindo ao Recife, hoje, é uma reflexão. O PSB governa o Recife não há quatro, 12 anos. Os problemas crônicos da cidade continuam os mesmos. Trânsito piorou, a gente continua a ter problemas graves de habitação, população em situação de rua também aumentou. A gente não tem a prefeitura assumindo para si a problemática da saúde, nem muito menos da segurança. O que a gente quer é uma chance de prosseguir com esse debate. Nos dê uma chance, esse é o momento de a gente pedir o seu voto, seu apoio. O Recife pode mais. Eu não estou satisfeito, e acho que você também não, com o Recife ter se tornado a segunda cidade mais desigual do Brasil, com 150 mil pessoas em situação de insegurança alimentar. Muito obrigado a todos.”
Biografia
Daniel Coelho é formado em administração pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Foi vereador do Recife entre 2005 e 2010, deputado estadual entre 2011 e 2014 e deputado federal entre 2015 e 2022. Entre janeiro de 2023 e junho deste ano, foi secretário estadual de Turismo na gestão Raquel Lyra (PSDB), governadora de Pernambuco.
Coelho já disputou duas vezes a prefeitura do Recife, em 2012 e em 2016, em ambas como filiado ao PSDB, mas não foi eleito. Também já foi filiado ao PV e ao Cidadania.
VÍDEOS: Clarissa Góes entrevista Daniel Coelho (PSD)

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