14 de novembro de 2024

Policial preso chegou a receber R$ 1 mil em uma das entradas de drogas e celulares no Iapen

Prisão aconteceu durante operação conjunta entre forças de segurança. Polícia Civil detalhou nesta terça-feira (24) como ocorria a participação do policial no esquema criminoso. Operação Muros: policial penal é preso suspeito de facilitar entrada de ilícitos no Iapen
A Polícia Civil do Amapá informou nesta terça-feira (24) que o policial penal preso durante a operação Muros recebia em média R$ 1 mil para facilitar cada entrada de drogas e celulares na penitenciária estadual do Amapá, localizada na zona oeste de Macapá.
O policial foi preso na segunda-feira (23) dentro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). De acordo com a Delegacia de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), o funcionário público foi um dos alvos de uma operação integrada dos órgãos de segurança.
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A ação foi um desdobramento de outra operação que prendeu o mesmo policial penal e membros de uma organização criminosa na zona norte de Macapá. A investigação também levantou evidências de que o policial penal possuía um padrão de vida incompatível com sua renda declarada.
“Durante as investigações, nós realizamos também o acompanhamento nas redes sociais. E uma coisa que chamou a atenção dos investigadores foi o ato dele constantemente realizar viagens e constantemente também peças eletrônicas. Depois foi apurado, que havia o consumo de entorpecentes e outros ilícitos”, disse o delegado Ismael Nascimento.
Policial penal preso recebia R$ 1 mil para facilitar entrada de drogas e celulares no Iapen
Polícia Civil/Divulgação
O delegado disse ainda que na casa do policial foram encontrados materiais ilícitos e outros bens que, segundo as investigações são frutos das ações criminosas, avaliados em R$ 20 mil.
Ao todo, foram realizados na segunda-feira (23), três mandados de prisão e três de busca e apreensão. Foram apreendidos entorpecentes em pequenas quantidades, petrechos utilizados para o consumo de drogas e um kit solar com painéis solares e inversor, avaliados em cerca de R$ 20 mil, adquiridos com recursos de origem suspeita, segundo a polícia.
Como a droga entrava no Iapen
Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen)
Rafael Aleixo/g1
Segundo as investigações, as drogas e os celulares entravam no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) por facilitações do policial penal.
Um dos principais contatos do policial preso solicitava o transporte de drogas para presos dentro do Iapen, fornecendo instruções detalhadas sobre horários e locais de entrega das substâncias ilícitas. Em troca, o policial penal recebia pagamentos por meio eletrônico, confirmando sua participação ativa no esquema.
A polícia informou ainda que um outro contato também solicitava a entrega de uma encomenda, utilizando termos codificados para se referir a drogas. As mensagens interceptadas pelos investigadores entre os envolvidos tinham instruções detalhadas sobre a logística das entregas, além de orientações para apagar as conversas, numa tentativa de ocultar provas e dificultar a investigação.
Operação Muros
Policial penal é preso acusado de facilitar a entrada de drogas em penitenciária do Amapá
Reprodução
A segunda fase da Operação Murus ocorreu por meio da Divisão de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), com apoio da Delegacia Especializada em Tóxicos e Entorpecentes (Dete), Núcleo de Operações com Cães (NOC), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
A fase anterior da operação foi realizada no fim de agosto e cumpriu dois mandados de busca e apreensão no bairro Infraero. O objetivo da série de ações é aprofundar as investigações sobre a entrada de objetos ilícitos no Iapen e responsabilizar os intermediadores e presos beneficiários envolvidos no esquema criminoso.
Na época, a ação investigou outros policiais penais suspeitos de envolvimento com organizações criminosas.
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