28 de setembro de 2024

Dona de empresa de viagem de Juiz de Fora é suspeita de estelionato ao vender viagens e não entregar o serviço

Caso aconteceu com grupo que viajaria para Cabo Frio. Cliente que tem pacote comprado para São Tomé das Letras no próximo fim de semana diz que pousada não confirmou a reserva. Caso é investigado na 7ª Delegacia de Polícia Civil. Uma mulher de 41 anos, dona de uma agência de turismo, é investigada pela Polícia Civil por suspeita de estelionato. Segundo denúncias de clientes de Juiz de Fora, ela teria vendido pacotes de viagens, sem levar os clientes ao destino combinado.
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O caso aconteceu na sexta-feira (20), quando o grupo, que viajaria para Cabo Frio (RJ), foi pego de surpresa e não conseguiu embarcar para o litoral fluminense. Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Militar, com relato de seis pessoas.
Segundo o documento, a viagem foi marcada há mais de um mês. Uma das clientes teria pago R$ 460, de um total de R$ 1 mil, para ela, dois filhos, de 4 e 6 anos, e de um rapaz, de 21 anos. Outras quatro passageiras teriam efetuado pagamentos de R$ 300 e R$ 420, sendo o valor mais barato devido ao acerto antecipado, quitado via PIX.
Outra vítima citada no BO é a influenciadora Tassi Perotti, que teria planejado a viagem após permuta firmada com a empresária. A viagem a Cabo Frio era a segunda que ela tentava fazer, já que uma primeira, combinada para conhecer o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, também havia sido cancelada, em agosto.
“A três dias da viagem ela cancelou, alegando que tinha tido pouca procura de clientes e que o dia estava sem sol, o que não foi verdade, de acordo com amigos que moram na cidade. Ela me enviou uma lista para eu escolher uma próxima viagem e eu escolhi essa para Cabo Frio. Na quinta-feira ela falou que não iria mais, pois só tinha conseguido fechar com oito pessoas e que iria remarcar a data, isso faltando dois dias para a viagem”, explicou a influenciadora, que disse ter honrado com os compromissos de divulgar a empresa para os seguidores.
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Horas depois, a empresária confirmou a viagem, marcando a saída para 23h, na Praça Clodesmidt Riani (antiga Praça dos Três Poderes), no Centro.
“Ela então respondeu que iria sim fazer a viagem, que não teria lucro, mas que sairia no outro dia às 23h. A gente achou estranho, pois ela sumiu e não postou mais nada. Enviei mensagem às 13h da sexta confirmando e perguntando se poderíamos esperar no Salvaterra. Ficamos até 1h da madrugada do sábado e ela não apareceu. Depois encontramos outras quatro pessoas também aguardando”.
Ainda segundo a influenciadora, o motorista da van que costuma prestar serviço à empresária foi localizado e disse não ter sido contratado para a excursão. Após contato com a pousada em Cabo Frio, também foi descoberto que não havia reserva feita no nome do grupo de Juiz de Fora.
Desde então, os clientes lesados passaram a registrar boletins de ocorrência e a se organizar em grupos de mensagens, que somava quase 30 pessoas até a tarde da terça-feira (24).
O g1 ligou, enviou e-mail e mandou mensagem para a organizadora das viagens, que não havia retornado até a última atualização desta reportagem.
Cliente de viagem futura teme problemas
Alguns dos clientes lesados afirmam ter procurado pela empresária no endereço citado no cadastro da empresa, na Avenida Luiz Perry, no Bairro Santa Helena, em Juiz de Fora, mas teriam sido informados de que ela se mudou há aproximadamente 20 dias.
Diante da situação, pessoas que compraram outras viagens também estão inseguras com a situação:
“Estou com uma viagem marcada para sexta-feira (27) para São Tomé das Letras. Eu fechei em junho e estava tudo confirmado. Ela enviou confirmação de reserva e o contato da pousada, mas mandei mensagem para a pousada, que disse que não há reserva para esta data”, explicou Isabella Aguiar.
“Meu prejuízo foi de R$ 340, paguei 4 parcelas no cartão de crédito e não consigo reportar a compra, porque ela fez link de pagamento que cai no PIX para ela. Então a empresa de cartão alegou que não consegue fazer o estorno”.
Conforme ela, não é possível fazer boletim de ocorrência, pois a viagem ainda não aconteceu.
Orientações da Polícia Civil
A Polícia Civil informou que o caso foi encaminhado para a 7ª Delegacia. Ainda segundo assessoria da PC, sobre o possível crime de estelionato, a ação penal é pública condicionada à representação da vítima, conforme determinação legal, para a instauração de inquérito policial.
A orientação é de que o cliente lesado procure uma delegacia, munido das provas e/ou documentos que poderão ajudar na investigação, para o devido registro dos fatos e proposição da representação criminal, a fim de que as medidas legais cabíveis sejam adotadas.
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