28 de setembro de 2024

Após ser ameaçado por queimada no Pico das Cabras, Observatório de Campinas reabre nesta quarta

Referência no Brasil em astronomia, Observatório Municipal Jean Nicolini interrompeu visitação no dia 11 de setembro. Chamas chegaram ao Museu Aberto de Astronomia. Domingo de observação de meteoro no observatório
Arquivo Pessoal/Rafael Defavari
Após ser ameaçado pela queimada que atingiu o Pico das Cabras, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas (SP), no início do mês, o Observatório Municipal Jean Nicolini reabriu as portas para visitas agendadas nesta quarta-feira (25).
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Referência no Brasil em astronomia, o espaço interrompeu a visitação no dia 11 de setembro, já que o fogo comprometeu a visibilidade para observações astronômicas, “tornando inviável a utilização dos equipamentos de observação”.
O fogo, que consumiu uma extensa área de vegetação, chegou próximo ao Observatório, mas a estrutura foi preservada. A queimada, no entanto, chegou ao Museu Aberto de Astronomia, vizinho ao local.
🪐 Quando e como visitar? O Observatório Municipal Jean Nicolini recebe o público geral de sexta-feira a domingo, das 18h às 21h, com fechamento da bilheteria às 20h30. Os ingressos para visitação custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia entrada).
Área atingida pelo incêndio no Pico das Cabras, em Campinas
Divulgação
Multa de R$ 6,7 milhões
Na terça-feira (24), a Polícia Ambiental informou que o homem de 47 anos suspeito de atear fogo no Pico das Cabras foi multado em R$ 6.749.972,50. Régis Cristian da Silva segue preso.
Segundo a corporação, o homem danificou 987 hectares de “vegetação nativa e exótica, dentro e fora de área de preservação permanente e em APA [Área de Preservação Ambiental] estadual”.
Para definir o valor, a polícia analisou a dimensão dos danos com o auxílio de imagens de satélite. A defesa de Régis foi procurada pela EPTV, afiliada à TV Globo, mas não quis se manifestar.
Homem causou destruição de 987 hectares na Serra das Cabras, segundo a Polícia Ambiental
Polícia Ambiental/Divulgação
Investigação
No dia 13 deste mês, o Ministério Público (MP-SP) abriu um inquérito para investigar as causas e os danos dos incêndios que atingiram a região do Pico das Cabras, em Campinas, Morungaba (SP) e Itatiba (SP).
O objetivo da investigação é, segundo o MP-SP:
apurar as causas do incêndio;
apurar os danos ambientais;
identificar os responsáveis;
verificar as medidas necessárias para reparação dos danos causados.
Ainda de acordo com o MP-SP, a promotora questionou a Polícia Militar Ambiental sobre:
o foco inicial do incêndio;
a causa;
o levantamento das áreas atingidas.
O inquérito também questionou a Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) sobre um eventual pedido de autorização para uso de fogo em prática agrícola para o mês de setembro nos municípios de Campinas e Morungaba.
A promotoria pediu acesso ao boletim de ocorrência sobre o incêndio, ao auto de prisão e de apreensão de materiais encontrados com o suspeito de iniciar o fogo. A Prefeitura de Campinas e o Corpo de Bombeiros também foram questionados.
Incêndio no Pico das Cabras atinge Museu Aberto de Astronomia de Campinas
Denny Cesare/Código 19
Crime ambiental
Colocar fogo em mato é crime e traz riscos para as pessoas, os animais e a flora. Os danos são irreparáveis. Moradores podem entrar em contato com a Guarda Municipal pelo telefone 153 ou com a Polícia Militar pelo 190 se avistarem pessoas suspeitas de colocarem fogo em mato. Ao avistar uma queimada, é importante acionar o Corpo de Bombeiros pelo 193.
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