28 de setembro de 2024

Falta d’água, banheiros trancados e sujeira: estudantes denunciam condições precárias em escola no interior de SP

Situação ocorre na Escola Estadual “José Polli”, em Itupeva (SP). Em nota, a Secretaria de Educação de São Paulo afirma que enviou um supervisor à instituição de ensino e constatou que parte da limpeza já foi regularizada. Escola Estadual “José Polli”, em Itupeva (SP)
Reprodução/Google Street View
Um grupo de estudantes da Escola Estadual “José Polli”, localizada no Jardim São Vicente, em Itupeva (SP), denunciam as condições precárias da unidade escolar. A situação é analisada pela Secretaria de Educação de São Paulo (Seduc-SP).
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Um dos estudantes, que preferiu não se identificar, relatou que a situação ocorre desde o início do ano. O g1 obteve acesso à imagens, registradas na segunda-feira (23), que mostram sujeira acumulada nas salas e banheiros sujos.
Sujeira acumulada nas salas de aula tem sido comum na instituição
Arquivo pessoal
De acordo com o aluno, nenhuma limpeza é feita pela equipe da escola. “Já faz um bom tempo que não vejo as salas de aula limpas. Também não há um funcionário específico para a limpeza dos recintos. São papéis de bala, folhas de caderno, restos de comida e até mesmo pratos de merenda espalhados por onde estudo, fora que as mesas estão quebradas há meses.”
“Os banheiros não tem papel higiênico, descarga e, nas cabines, não há nenhuma tranca. Devido à falta de limpeza, o mau cheiro é muito forte, de uma forma que as pessoas sequer conseguem se aproximar”, completa.
Ainda conforme o relato do estudante, a direção ordenou que os banheiros sejam trancados nas primeiras aulas e durante o período do intervalo. “Quem chega do trabalho, no período noturno, tem que esperar cerca de duas horas para usar”, diz.
Escola sofre com falta de água
Arquivo pessoal
Filtros entupidos e falta d’água
O filtro de água da escola, continuam os alunos, tem sido frequentemente obstruído por resto de comida e lixo que são jogados nos bebedouros. “Por causa disso, a água tem um gosto horrível, talvez ela nem seja filtrada. Os funcionários sequer utilizam, pois sabem que fazem isso”, diz.
Ao g1, outra aluna comenta que a escola sofre com a falta de água frequentemente. Mesmo com a estrutura comprometida e atrapalhando o desempenho dos alunos, as aulas continuam normalmente.
“Eles não nos avisam com antecedência, então, chegamos lá e descobrimos sempre pelos alunos. A coordenação conta lá dentro que estamos sem água e que a aula seguiria normalmente mesmo assim. Em um período, não houve água nos bebedouros, somente na sala dos professores, mas ninguém podia entrar lá”, pontua.
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Arquivo pessoal
Por causa da falta d’água, os funcionários chegaram a encher uma jarra com água para os estudantes. Para ajudar, uma das professoras enchia as garrafas diretamente na sala dos professores, escondido dos superiores da instituição de ensino.
“As funcionárias da cantina deixavam uma jarra de água para nós. Uma das professores enchia nossas garrafinhas escondido dos superiores, mas não era sempre que ela podia fazer isso. Mesmo sem água no banheiro e até mesmo para hidratação, as aulas continuavam e as faltas eram marcadas como se estivesse tudo normal”, compartilha.
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A aluna alega que todos os problemas foram repassados à direção e que os alunos expressam um descontentamento geral, porém, não há um retorno. Para não prejudicar seu desempenho escolar, ela se vê obrigada a frequentar as aulas, mesmo com uma estrutura tão precária.
“A escola sempre foi suja, mas tem piorado cada dia mais. Toda vez que questionamos, eles respondem que é falta de verba e a culpa é do governo, já que o dinheiro vem deles. Mas nós somos os únicos da região que sofremos com esse problema”.
“É uma situação revoltante. Estou lá para estudar. Sou cobrada de muitos trabalhos, provas e atividades o tempo todo. Ver que eu não tenho o mesmo retorno é frustrante, nós [alunos] não temos estrutura alguma para fazer tudo o que é nos pedido”, finaliza.
O que diz a Seduc-SP
Em nota, a Secretaria de Educação de São Paulo afirma que, ao ter acesso as imagens, designou um supervisor à escola para analisar o caso e, durante a visita, foi constatado que parte da limpeza já havia sido regularizada. A gestão e os funcionários da limpeza foram reorientados quanto a necessidade da higienização dos ambientes.
Ainda conforme a nota, a pasta informa que não há registros de falta de água dentro da instituição, porém, enviou técnicos para vistoriar a unidade e analisar a estrutura, para uma possível ampliação do reservatório de água.
A empresa responsável pelo serviço também será notificada para o aumento do contingente de funcionários na escolas.
*Colaborou sob supervisão de Matheus Arruda
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