Caso aconteceu na última terça-feira (24). Para juiz, não há motivos suficientes para manter médico preso. Saulo Moisés Lopes Martins deve cumprir medidas cautelares, como utilizar tornozeleira eletrônica. Carro encontrado em unidade de saúde de Parobé após atropelamento em Sapiranga
Polícia Civil/Divulgação
A Justiça do Rio Grande do Sul determinou, na quarta-feira (25), a soltura do médico Saulo Moisés Lopes Martins, suspeito de atropelar e matar uma idosa, em Sapiranga, na Região Metropolitana, na última terça-feira (24). O motorista havia sido preso em flagrante por homicídio culposo de trânsito, omissão de socorro e fuga do local de acidente.
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O g1 entrou em contato com a defesa do suspeito, mas não obteve retorno até a mais recente atualização desta reportagem.
O juiz Marcos La Porta da Silva, responsável pela audiência de custódia, reconheceu que há fortes indícios da participação do suspeito na morte de Anna Gonchoroski, de 66 anos, mas aceitou a posição do Ministério Público de que não havia motivos suficientes para manter o suspeito preso.
O magistrado explicou que, por se tratar de um crime culposo (sem intenção) e pelo suspeito ser réu primário, a prisão não poderia ser mantida, apesar da gravidade do acidente.
No entanto, medidas cautelares foram impostas, já que Martins não prestou socorro à vítima ou não ficou no local do acidente, de acordo com a Polícia Civil. São elas:
comparecer todo mês ao tribunal para informar suas atividades;
ter a carteira de motorista suspensa por um ano;
usar tornozeleira eletrônica e ficar em casa das 21h às 6h.
Ainda de acordo com a Justiça, o teste do bafômetro deu negativo, ou seja, não havia sinais de que o motorista estava embriagado. Além disso, o Tribunal de Justiça do RS afirma que não havia provas de que ele estava dirigindo em alta velocidade, fatores que poderiam indicar dolo (intenção indireta de causar o acidente) e justificar a prisão.
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Entenda o caso
Anna foi atropelada enquanto se dirigia para um laboratório, onde faria um exame.
Conforme a polícia, o médico fugiu do local e abandonou o veículo, uma Mitsubishi ASX, em frente a uma unidade básica de saúde em Parobé, cidade vizinha a Sapiranga. O automóvel estava com o para-brisas trincado e a frente amassada.
Já o médico foi encontrado em outra unidade de saúde. Na abordagem policial e de forma informal, o motorista confessou ter atropelado a mulher e fugido do local, relata a investigação.
Conforme a polícia, o médico já havia se envolvido em outro homicídio culposo de trânsito anteriormente. Além disso, ele tem antecedentes por ameaça, lesão corporal e perseguição à mulher, afirma o delegado.
O enterro ocorreu na quarta-feira (25). A idosa deixou marido, dois filhos e quatro netos. Anna planejava uma rotina mais tranquila no interior.
O filho, Elisandro Gonchoroski, lamentou que a mãe não tenha sido socorrida pelo motorista.
“Foi uma coisa muito terrível, porque a pessoa que, em vez de salvar a vida, ele foi lá e tirou uma vida e ainda não prestou socorro. Pelo menos, não que salvasse ela, mas que parasse ali e ficasse, pedisse ajuda, até a ambulância vir, até a policial vir. Sei lá, qualquer coisa, mas que não fugisse desse jeito”, disse.
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Anna Gonchoroski, vítima de atropelamento em Sapiranga
Reprodução/Facebook
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